The Aces lança terceiro álbum I’ve Loved You For So Long

O quarteto americano de indie-pop The Aces deu o pontapé inicial no Mês do Orgulho LGBTQIAP+ com o lançamento de seu terceiro álbum de estúdio, I’ve Loved You For So Long. Ao longo das onze faixas, a banda, formada pelas irmãs Cristal e Alisa Ramirez (vocal/guitarra e bateria, respectivamente), Katie Henderson (guitarra/vocal) e McKenna Petty (baixo), reflete sobre seus anos formativos e compartilha como experiências de amores não-assumidos e traumas religiosos influenciam relacionamentos, saúde mental e identidade até hoje. Apesar da profundidade dos temas, as músicas trazem uma sensação de liberdade ao flertar com o pop oitentista e rock alternativo dos anos 90. >> CONFIRA ENTREVISTA COM THE ACES Produzido por Keith Varon (Joji, Jordy, Chloe Moriondo), o álbum nasceu durante a pandemia, após reflexões sobre questões pessoais e experiências compartilhadas durante 15 anos, ao crescerem juntas em Utah como pessoas LGBTQIAP+. O resultado é o trabalho mais confiante e maduro do grupo, que acumula mais de 220 milhões de streams em sua discografia. “O álbum é sobre reconexão. Nada é tão claro como o momento em que olhamos para trás. O que percebemos durante todo esse período é que, ao contar histórias de hoje, sobre ansiedade, medo, ou sobre um mundo descontrolado, surgia aquela menina queer de 14 anos do subúrbio religioso de Utah cuja única alegria era fazer melodias no porão com uma guitarra que pegava escondida do quarto do irmão mais velho. E nós gostamos muito dessa menina hoje”, diz a vocalista Cristal Ramirez. O novo trabalho traz estilos diferentes, como inspiração no The Cranberries e LCD Soundsystem, ao mesmo tempo em que permanecem fiéis às suas raízes. Os singles Girls Make Me Wanna Die, Always Get This Way, Solo e I’ve Loved You for So Long, que anteciparam o álbum, já acumulam mais de 12 milhões de streams até o momento. The Aces levará o álbum para a estrada, com uma turnê pela Europa e América do Norte que passará por mais de 30 cidades.

Entrevista | The Aces – “O modo como mostramos de onde viemos nos fez sentir vulneráveis”

A banda de indie pop norte-americana The Aces revelou, na última sexta-feira (28), o quarto single de seu terceiro álbum de estúdio, I’ve Loved You For So Long, que será lançado em 5 de junho. A faixa-título apresenta melodias de violão que evocam um som nostálgico dos anos 1990, de bandas como The Cranberries e é dedicada ao amor entre as integrantes da The Aces, que se apoiam mutuamente desde a infância, quando começaram a tocar juntas. O clipe, dirigido pela vocalista Cristal Ramirez, reflete a relação forte entre elas e a vibração nostálgica da música do The Aces. Cristal compartilhou sua inspiração para a música que dá nome ao projeto novo do The Aces. “Percebi rapidamente que o amor da minha vida é essa banda. Nunca amei nada como amo essa banda. Mesmo em tempos de inspiração entorpecida, de questionar tudo, sempre sou lembrada de que é exatamente onde eu deveria estar”, reflete. A guitarrista Katie Henderson, a baixista McKenna Petty, a baterista Alisa Ramirez e a vocalista e guitarrista Cristal Ramirez conversaram com o Blog n’ Roll, via Zoom, sobre o novo álbum, influências, Brasil e o cenário musical de Provo, em Utah, terra-natal delas. Como foi o processo de produção do novo álbum? Alisa: Escrevemos este álbum ao longo de um ano e meio, começamos em meio a pandemia em 2020, e terminamos no começo de 2022. Foi um longo processo, mas divertido e nos aprofundamos muito nele, nos levou a um lugar que não esperávamos ir, então foi muito legal. Teve algum desafio maior para lançar esse álbum? O que diferencia ele dos outros dois? Por que? Cristal: Falamos muito nesse álbum sobre nossas trajetórias e de onde viemos, e isso foi muito vulnerável para nós, pois nunca fizemos isso na nossa música. Então naturalmente, quando pensamos em mostrar isso ao mundo, nos apoiamos muito umas nas outras, pois o modo como mostramos de onde viemos nos fez sentir vulneráveis, e assustadas, mas também muito animador pensar que o mundo nos conhecerá de uma forma muito verdadeira. Então, assustador, mas animador. Os primeiros singles mostram algo bem diverso na sonoridade. Como funciona esse caldo de influências para vocês? Cristal: Acho que nascemos com muita influência de bandas como Paramore, com guitarras pesadas, pop punk, então isso está no nosso DNA, e sai naturalmente no nosso trabalho. Mas também gostamos de outras coisas, tipo Michael Jackson, então o casamento entre rock and roll, new wave, batidas de pop dance é muito a cara da banda, devido ao gosto de nós quatro. Então você ouvirá isso no disco, uma menção a coisas que ouvimos crescendo, mas também coisas eletrônicas que foi uma forma com a qual a nossa música cresceu. McKenna: Acredito que também nos inspiramos em como fazíamos música quando mais jovens neste disco, então voltando a ter as coisas analógicas, assim como a música que crescemos ouvindo, mas com um toque moderno. Vocês são de Provo, uma pequena cidade em Utah. Existe uma cena musical? Alisa: Sim, uma bem grande. Tinham lugares, que não serviam álcool, onde nós tocamos. Menciono isso de não servir álcool pois no começo da banda éramos muito novas e não nos deixavam entrar em lugares que serviam álcool. Mas este lugar nos deu uma oportunidade de construir uma base de fãs entre os jovens, e as pessoas da cidade, surpreendentemente, têm muita disposição de apoiar os músicos. A família apoiou vocês nessa trajetória inicial? McKenna: Toda a família, sempre tivemos muito apoio da nossa família e nos ajudaram muito. Alisa: Minha mãe, e da Cristal, era a nossa empresária, ela era muito engajada, levava a gente na minivan dela, carregando a bateria, ligava para as pessoas deixarem a gente tocar no aniversário de seus filhos. Cristal: Temos uma família que sempre nos apoiou, e nos encorajou, não é o caso para todos que são músicos, então temos muita sorte. Qual som predomina em Provo? Cristal: É mais o folk. Nós éramos bem únicas na cena, provavelmente a única banda de meninas, eram poucas artistas femininas. Nós nos destacamos muito, o que tem seu lado bom e ruim, no começo não entendiam muito a gente. A cena era muito folk, e nós no indie pop rock, bem alto na sua cara, e a cena era tão quieta e calma, fomos disruptivas de alguma forma. Alisa: Isso pode não fazer sentido, mas tínhamos mais um som de Salt Lake, e a nossa cidade era tudo mais tranquilo, com violões, com músicas suaves, e nós tocando pop rock. Ficavam confusos, se perguntavam com quais artistas podíamos tocar. A gente se diferenciava na cena. Cristal: Sendo uma banda apenas de mulheres também, em uma cidade religiosa, sendo repressiva de uma maneira muito específica com mulheres, demorou mais tempo para entenderem e quererem ser fãs.  McKenna: Especialmente quando começamos a fazer isso de maneira mais séria, as pessoas estavam achavam que não era uma coisa séria, então demoraram para entender. Excursionar com 5 Seconds of Summer ajudou a aumentar o alcance de vocês? Alisa: Completamente! Acredito que fazer a turnê com o 5SOS, logo quando lançamos nosso primeiro álbum, foi uma grande virada de jogo para nós, eles são caras muito legais e nos levaram em uma turnê com ingressos esgotados em diversas arenas. Isso quadruplicou nosso número de fãs de um jeito incrível, conseguimos vender nossa própria turnê. Somos muito gratas às bandas que nos projetaram, pois fazem muita diferença. Como era o contato entre vocês durante a turnê? Cristal: Sempre foram muito gentis conosco, muito solícitos, fãs do que fazíamos, e nós deles. Alisa: Acho que eles sempre souberam que sua base de fãs é basicamente de jovens meninas, acho legal eles colocarem uma banda de mulheres para tocar para essa fãs, para inspirar elas a tocarem, ou apenas para ver algo diferente, pois estão acostumadas a sempre verem caras no palco. Acho muito legal eles pensarem em trazer mulheres para elas se inspirarem. Nunca achamos que iríamos fazer turnê com bandas grandes

The Aces anuncia novo disco com single “Always Get This Way”

Conhecidas pelo hit Daydream, de seu aclamado segundo álbum, Under My Influence (2020), The Aces traduzem a jornada de autodescoberta imposta pela pandemia no álbum I’ve Loved You For So Long. Com lançamento previsto para 2 de junho, o disco será um mergulho intimista nas experiências de amadurecimento do grupo, falando sobre assuntos como saúde mental, amor e decepções. O novo single Always Get This Way, lançado nesta sexta-feira (17), estará presente no álbum ao lado da já lançada Girls Make Me Wanna Die. A canção foi inspirada na perspectiva pessoal sobre ansiedade e pânico de Cristal Ramirez, vocalista e guitarrista da banda que já acumula mais de 205 milhões de streams em suas faixas. “Eu estava no pior momento mental da minha vida quando escrevemos Always Get This Way. Tentava lidar com crises de ansiedade e pânico quase todas as noites e entreguei tudo de mim no estúdio. É uma música sobre vergonha, pânico e dificuldades e sobre temos que lutar na sociedade para uma melhor saúde mental. É uma das músicas mais vulneráveis que já escrevi”, conta Ramirez. Completam o The Aces sua irmã Alisa Ramirez (bateria), Katie Henderson (guitarra/vocal) e McKenna Petty (baixo). As quatro cresceram juntas e neste novo trabalho usaram reflexões do período de quarentena sobre seus anos formativos enquanto pessoas LGBTQIA+ em uma pequena cidade em Utah, em um meio muito religioso. Com músicas presentes nas trilhas sonoras de The Bold Type (Netflix) e Love, Victor (Star+), a banda já foi atração de grandes festivais como Lollapalooza e Bonnaroo e promete ainda mais novidades para 2023. Always Get This Way e o álbum I’ve Loved You For So Long são lançamentos da Red Bull Records.