Paula Raia celebra o amor sem distinções em “Cabeça Sideral”

Após a ensolarada Os Corpos não são iguais, música de estreia da cantora e compositora carioca Paula Raia (a metade do duo Tuim) sob o projeto RAYA, entra em cena a noturna Cabeça Sideral, com participação de Mariana Volker, que chega ao streaming pelo selo Toca Discos no Dia Internacional contra a Homofobia, a Transfobia e a Bifobia. E não por mera coincidência: o novo single reflete sobre questões conjugais em um mundo idealmente livre e desprendido de valores arcaicos, no entanto, enraizados há séculos na sociedade. Composta por Paula durante uma de tantas imersões criativas nos também tantos momentos acirrados da pandemia, Cabeça Sideral traz reflexões profundas sobre questões conjugais – a letra, apesar de universal, parte de uma inquietação pessoal: o que Paula queria de um relacionamento dali em diante? E aqui se encaixa a relação da música com o Dia Internacional contra a Homofobia, a Transfobia e a Bifobia: Paula reflete – e transcorre na música de forma poética e leve – um encontro sob o céu estrelado, num momento único para as duas pessoas. Paula fala do amor em um mundo idealmente livre, no seu caso, de um amor homoafetivo, baseado em valores que de fato importam para ela, como respeito, afeto e liberdade. A sensação de amar livremente, respeitando as liberdades alheias e de si – o que deveria ser um princípio básico – traz uma percepção diferente pra existência. Um quê de infinitude. De sideral. E Paula aponta para esse lugar. Não à toa o arranjo foi pensado nessa atmosfera espacial, utilizando ferramentas de composição para ambientar essa história a partir de símbolos como: a imensidão, o vazio, os silêncios pulsantes, o brilho – na escolha das notas, dos perfis de acorde e no timbre dos instrumentos. Na mixagem e masterização, sensivelmente realizadas por Gui Marques e Bruno Giorgi, também buscamos trazer esse efeito de grandiosidade e dinâmica pra faixa. “Quando falamos de espaço sideral um caminho mais comum seria ir pra uma sonoridade eletrônica. Mas queríamos preservar o som acústico e as nuances que podemos alcançar com essa escolha, além de uma formação enxuta: duas vozes instrumentais, dois instrumentos cantantes. Para uma mensagem palpável e nítida. Essa talvez seja a música com a diretriz mais pop do álbum, no sentido de uma sonoridade direta, retilínea, potente e de escuta fluida”, diz Victor Ribeiro, produtor musical e violonista do projeto.

Não Me Segue é a novidade do duo carioca Tuim; ouça!

A potência do indivíduo floresce por meio da reflexão, a faísca dos pensamentos que nascem pela combustão – racional e passional – das necessidades e desejos internos. Este é um dos pontos de partida e possibilidades de Não Me Segue, a nova música do duo carioca Tuim, que em tempos de likes nas redes, quer apenas sorrisos espontâneos e a liberdade para ir e vir guiados pelas emoções. Não Me Segue também sai em um minimalista videoclipe, com direção de André Hawk. A nova música antecede uma grande notícia: o Tuim fez a trilha sonora de um espetáculo teatral chamado Bichos Dançantes, que vai ser lançado no próximo dia 4. A doçura permeia esta canção, composta por Paula Raia e Felipe Habib ainda em 2019 e que inclusive estava no repertório do último show do Tuim, antes da pandemia. Aliás, a imersão profunda da humanidade no mundo virtual devido ao necessário distanciamento social nestes tempos – que ainda vigoram – coloca Não Me Segue no debate sobre saúde mental e busca da liberdade individual. Na música, o duo, entre acordes de violão e melodias suaves, transitando entre o pop e a MPB, convida todos nós para sairmos da introspecção e inércia e ampliar-nos em alegrias e vontades. Paula e Habib pedem o olhar interior para, em seguida, vislumbrar um universo todo, mas numa dinâmica que deve ser única para valer a pena. Não Me Segue, apesar do título, é uma canção e reflexão passíveis de múltiplas contemplações e admirações. As harmonias progressivas e a letra tão pertinente à realidade dão a sensação de querer expandir, de logo poder abraçar todas as pessoas queridas e sair em festa com eles. É o caminho do sair do micro e ir ao macro, de desolar a solidão e mergulhar na imensidão. “Não me segue não, porque seguir alguém é andar sem pernas”, canta altivamente o Tuim no refrão. É o alerta máximo para ser autêntico na multidão e trilhe o caminho junto a alguém apenas quando os corações estiverem em sintonia. Existe ainda, neste single, uma coragem de artista do Tuim, de pedir para ser seguido exclusivamente pela arte, pela sua música. A inspiração do Tuim A letra de Não Me Segue é a leitura de um sonho da Paula. Ela sonhou que dormia na casa dos pais e de repente se levanta para ir à rua, sentar-se num banco ali próximo, um conforto pessoal desde a infância. No mesmo banco havia um homem, desconhecido, que começa a perguntar ‘para onde você vai?’, um desconforto e pressão que faz Paula sair correndo rua abaixo até encontrar um bloco de carnaval já em marcha, o qual ela se junta e segue em alegria – entre amigos e alegrias.

Tuim quer desacelerar a cabeça, coração e o tempo em single

“Um convite para uma pausa”, é com essa expressão que a banda Tuim define a nova faixa Fica mais um pouco, lançada em todas as plataformas digitais pelo projeto Aceleração Musical Labosonica – Edição Toca do Bandido. A música, parceria dos compositores, cantores e instrumentistas Felipe Habib (voz e piano) e Paula Raia (voz e violão), recebeu o título como uma síntese a esse convite para a possibilidade e abertura de desacelerar o próprio tempo, a cabeça, o coração, os sentimentos e as ações do dia a dia. Segundo os músicos, a letra foi composta em duas regiões diferentes na cidade do Rio de Janeiro, mas ambas carregam características intrínsecas nos tempos atuais, como: ruas cheias, passos apressados, barulhos da cidade e lojas abarrotadas. “A pergunta que nós fazemos, então, e gostaríamos de fazer aos outros é: como se manter inteiro em meio a tudo isso? Como cultivar relações verdadeiras? Como sobreviver sem ser engolido pela máquina-mundo?”, indagam os compositores. Todavia, para o produtor musical Felipe Rodarte, é perceptível a sensibilidade e a união na troca de olhares dos dois quando estão tocando ao vivo. Aliás, sobre a letra Fica mais um pouco, Rodarte explica que é uma faixa muito singela, com muitas parcialidades e ambiência, “Me lembra muito o Pink Floyd. Como se eles tivessem encontrado a MPB, com Milton Nascimento e Clube da Esquina. A letra tem um caráter muito sensorial, nos sons, nos espaços que construímos”.