Desde o começo dos filmes Originais Netflix, a plataforma sempre empenhou-se em trazer obras com ideias inéditas e diferentes. Nem todas atingiram o sucesso de Bird Box, O Poço e I Am Mother.
Mas seguindo a ondas de filmes futuristas, como 1984, O Livro de Eli, Blade Runner, Mad Max e a série Black Mirror, a Netflix optou por realizar e distribuir vários produções com essa temática, mesmo que a qualidade não fosse tão presente em todos eles.
O Blog n’Roll separou cinco desses filmes Originais Netflix que não tiveram o merecido reconhecimento.
Mudo (2018)
A trama segue Leo (Alexander Skarsgard, vencedor do Globo de Ouro por Big Little Lies) um amish inserido em uma realidade cyberpunk futurista, rodeada de novas tecnologias. Quando criança ele sofreu um acidente, ficando mudo. Fato que poderia ser evitado se seus pais não fossem contra cirurgias.
Leo trabalha como atendente de um bar em Berlim e precisa procurar sua namorada desaparecida enquanto se envolve com organizações criminosas e personagens moralmente dúbios. O filme ainda conta com Cactus Bill, interpretado por Paul Rudd, a pedra no sapato de Leo.
Os cenários coloridos nos fazem embarcar em uma suja e futurista cidade, no melhor estilo O Vingador do Futuro. O fato do protagonista ser um Amish em um mundo tecnológico é o que faz ver o desenrolar dessa história.
Mudo, que de mudo não tem nada, nos traz drama, romance, ação, perseguição e bastante violência.
Uma das curiosidades do longa é que seu diretor, o cinesta Duncan Jones, é filho de David Bowie.
Arq (2016)
Se você gosta de Feitiço do Tempo (1993), No Limite do Amanhã (2014) e Contra o Tempo (2011), não há dúvida de que ARQ será uma ótima escolha.
Em um futuro distópico, dois amantes têm sua casa invadida por bandidos mascarados. E após morrerem tentando fugir, voltam ao exato momento em que acordaram. Essa fórmula continua em um loop eterno até que precisam entender o que acontece e o porquê.
Não há como falar de ARQ sem dar spoiler. Aqui, uma corporação controla o mundo e Renton (Robbie Amell de The Flash e Arrow), que trabalha lá, consegue fugir com uma máquina intitulada ARQ. Ao saber a causa da invasão, precisam proteger a nova fonte de energia que pode salvar a humanidade, enquanto tentam entender como acabar com o loop.
ARQ é o suspense ideal para quem quer ficar vidrado. Sua narrativa trará diversas teorias sobre viagem no tempo para quem gosta.
Onde Está Segunda? (2017)
O ano é 2073, o aumento crescente da população faz com que os recursos naturais da Terra se tornem cada vez mais mínimos. Os alimentos geneticamente modificados eram a solução para a sobrevivência humana. Porém, houve um aumento drástico de nascimentos múltiplos fazendo com o que o governo proibisse ter mais de um filho por família.
É nesse mundo que o avô Terrence Settman (William Dafoe) tem sete netas e vê sua filha, Karen Settman, morrer no parto. Com a ajuda do médico, esconde ilegalmente os bebês em sua casa e dá a cada uma o nome de um dia da semana. Sendo assim, cada uma só poderá sair de casa no dia de seu respectivo nome. E todas devem compartilhar uma única identidade: a da mãe.
Após Segunda sair para o trabalho e não voltar, suas irmãs saem às ruas em sua procura, enquanto são perseguidas pela Agência Infantil.
Onde Está Segunda? traz Noomi Rapace interpretando sete personalidades diferentes, o que é o diferencial do filme. O longa tem uma boa mistura de suspense e ação, além de uma crítica à ditadura.
Anon (2018)
Do roteirista de O Show de Truman e diretor de O Preço do Amanhã, Anon é quase um episódio de Black Mirror. Aqui, todos os seres humanos possuem um implante nos olhos, o qual grava tudo o que você vê em uma nuvem, o “Éter”. A grande questão é que as imagens podem ser acessadas pela polícia para desvendar crimes.
Com isso, o detetive Sal Frieland (Clive Owen) passa o seu dia investigando crimes não muito desafiadores. Em resumo, basta acessar as filmagens para ver como e quem o cometeu. Até a chegada do caso de uma hacker (Amanda Seyfried), que consegue apagar seus próprios rastros do sistema e as memórias de suas vítimas. Como não há nenhum vídeo mostrando quem é o culpado, o detetive precisa descobrir por conta própria, “a moda antiga”.
Anon é um filme introspectivo, não tem cenas de ação, pois seu foco é sobre drama existencial e falta de privacidade. Mas não há como negar que o elenco famoso e a boa ideia do “olho que tudo vê”, instiga a assistir como terminará esta história.
Spectral (2016)
Após um soldado ser assassinado na Moldávia e a única pista ser um vulto flagrado pela óculos do militar, o exército americano chama o criador do dispositivo para resolver a questão.
O Dr. Clyne (James Badge Dale) descobre que o óculos utiliza uma tecnologia capaz de captar ondas dos espectros, pela luz, e precisa urgentemente criar uma arma para combater as criaturas. Mas como lutar contra fantasmas que matam com um toque e atravessam paredes?
Spectral consegue ser eficiente, pois mostra fantasmas de um jeito diferente, fugindo dos suspenses e do terror. Aqui é ação pura. Muito tiro, perseguição e violência, tudo o que um bom filme de guerra precisa ter. Há muita intensidade que – felizmente – não traz as fórmulas de terror dos longas habituais.