Os Bee Gees voltaram aos holofotes com o lançamento do documentário How Can You Mend A Broken Heart, nome também da canção escrita pelos irmãos Gibb em 1971.
O documentário conta com o produtor Frank Marshall (Jurrassic Park e De Volta Para O Futuro) na direção, junto de Nigel Sinclair, Jeanne Elfant e Mark Monroe. Deste modo, nos jogamos na história do trio, desde seus primeiros anos, ainda crianças, passando pela irmandade forte, suas influências, vícios e perdas.
Além de cenas raras – e em ótima qualidade, diga-se de passagem – de apresentações, clipes e da Spirits Having Flown Tour ’79, nomes grandes da música dão suas histórias relacionadas ao trio. Eric Clapton, Alice Cooper e Justin Timberlake são alguns do que participam.
Para os que se baseiam nos Bee Gees apenas com as imagens do filme Embalos de Sábado à Noite, com um jovem John Travolta rebolando em uma pista de dança multicolorida e o refrão de “Ah-Ah-Ah-Ah! Staying Alive”, podem acabar encontrando um universo pop totalmente novo.
Sobre o documentário
Os Bee Gees tiveram uma carreira profunda, com altos e baixos. Com uma amplitude e profundidade, o filme não apenas reconta a ascensão, separação e reunião do grupo. É um convite para ver o sucesso de uma banda por um ponto de vista mais contextualizado.
Em certo momento, logo de início, Barry Gibb, o último dos irmãos, diz: “Estou começando a reconhecer o fato de que nada é verdade. Tudo se resume à percepção”.
Gravado há dois anos, Barry Gibb, já de cabelos brancos, totalmente diferente de sua imagem da década de 1970, explica como que eles conseguiram unir o R&B e o pop durante o período de maior destaque. Isso tudo embalado pelos sucessos Massachussets, I Started The Joke, Love So Right e Run To Me.
Com imagens de outras entrevistas, o documentário nos deixa ajuda a matar a saudade de Maurice Gibb, falecido em 2003, Robin Gibb, falecido em 2012 e de Andy Gibb, o irmão mais novo, que faleceu em 1988.
O filme também observa a popularização e preconceito perante as músicas de discotecas, com Os Embalos de Sábado à Noite, o aumento da procura pelo estilo, que teve início nas comunidades negras e gays. O ex-DJ do Studio 54, Nicky Siano, dá uma visão aprofundada de como foi a época, “Tudo remonta a uma coisa. E é a mesma coisa que está acontecendo agora: ganância. É o que acontece nas pessoas que realmente destrói um monte de merda”.
Spirits Tour e a Queima de Discos
Um capítulo que recebe destaque foi durante o show esgotado dos Bee Gees, no Oakland Coliseum Arena, em julho de 1979. Alguns dias antes, o DJ Steve Dahl liderou a famosa Disco Demolition Night, após um jogo dos White Sox, no Comiskey Park.
Com gritos de “Disco Sucks”, pessoas explodiam e queimavam discos de disco music no meio do gramado. Sendo assim, supostamente, um momento de resistência – idiota, aliás – contra um fenômeno supersaturado e mal organizado.
Entretanto, enquanto tudo era queimado, no palco Andy Gibb se juntava aos irmãos no bis do show. Cena que você pode conferir abaixo:
Aliás, o documentário termina em uma mescla de felicidade, pela história e música, mas triste devido a ausência dos irmãos. Apesar de ainda ter uma irmã, Barry desabafa que, “honestamente não consigo aceitar o fato de que eles não estão mais aqui. Nunca fui capaz de fazer isso. Prefiro tê-los todos de volta aqui e nenhum hit”.
Contudo, apesar de todos os momentos bons que o documentário nos entrega, é difícil sair dele sem um aperto no coração.
