Ícone do site Blog n'Roll

Crítica | Doze é Demais (2022)

Engenharia do Cinema

Realmente a Disney não está sabendo nem um pouco honrar o legado das produções da 20th Century Fox. Após um reboot horrível de “Esqueceram de Mim“, chegou a vez de estragarem “Doze é Demais“. Com a produção estrelada originalmente por nomes como Steve MartinBonnie Hunt, Tom Welling e Hilary Duff, até hoje é considerado um dos mais populares e engraçados filmes do estúdio. Assumindo o manto de protagonistas agora temos Gabrielle Union e Zach Braff, porém conta apenas com o retorno do sobrenome da família Baker.   

A história mostra o casal Paul (Braff) e Zoey (Union), que possuem 11 filhos, aos quais parte é graças aos casamentos anteriores de ambos. Mesmo tendo uma relação tranquila com a enorme quantidade de herdeiros, eles passam a ter uma rotina mais atribulada quando a lanchonete da família recebe uma proposta de se tornar uma franquia. Ao mesmo tempo o sobrinho de Paul, Seth (Luke Prael) passa a viver um tempo na casa deles e bagunça ainda mais a rotina de seus filhos.    

Publicidade

Imagem: Walt Disney Pictures (Divulgação)

O roteiro estabelecido por Kenya Barris, Jenifer Rice-Genzuk e Craig Titley realmente não se assemelha com o original em diversos fatores. Tá certo que não estamos falando de um grande clássico ou uma maravilha da sétima arte, porém a naturalidade vista nas situações cômicas era o fator crucial para o sucesso dos dois filmes encabeçados por Martin. Agora as esquetes cômicas envolvendo os filhos, foram trocadas por discursos politicamente corretos, questões raciais (com direito a discursos totalmente canastrões e clichês, totalmente desnecessários) e até mesmo situações constrangedoras, vide a dança de Paul e Dom (Timon Kyle Durrett) durante uma partida de basquete.

Inclusive, constrangimento é algo que vemos na feição de Braff, que ultimamente vem trabalhado mais como roteirista e diretor (realizando até boas comédias). Certamente ele veio para este projeto com o intuito de familiaridade com algum envolvido, ou algo do tipo (porque estamos falando de seu pior trabalho). Isso sem contar que não há um aprofundamento em nenhum dos filhos, e todas as situações que eles vivem são jogadas na tela e sem profundidade alguma (inclusive, há várias situações que começamos a pensar “isso não faz sentido nenhum”).

Com este reboot de “Doze é Demais” a Disney cada vez mais mostra que está cavando uma cova bastante profunda, com todas as franquias que estavam sendo desenvolvidas pela 20th Century Fox. É torcer para “Uma Noite no Museu“, “Vovó… Zona” e outras, não terem o mesmo destino.

Publicidade
Sair da versão mobile