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Crítica | Eu Não Sou Um Homem Fácil – comédia questiona machismo

Ao ler o nome do filme, Eu Não Sou Um Homem Fácil (Je ne suis pas un Homme Facile), logo imaginamos mais um longa machista. Um garanhão que pega todas as mulheres, mas a que ele gosta não o quer, fazendo-o mudar suas atitudes. E no fim ganha a moça. Mas aqui a trama é diferente e não demora a revelar seu verdadeiro objetivo.

Sobre o filme

Damien (Vincent Elbaz) é um machista clássico. Trata mulheres como objetos e pensa ser do sexo mais importante. Mas, ao bater a cabeça em um poste, acorda em um mundo invertido. Agora, as mulheres passaram a classificar os homens como sexo frágil. E ele é apenas mais um pedaço de carne para elas.

Inconformado, precisa colocar a cabeça no lugar, encontrar um jeito de voltar para “seu mundo” ou se conformar ao novo estilo de vida. Porém, não será tão fácil.

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Nesta nova linha do tempo, além do corpo masculino ser tratado como objeto, depilação é obrigação para o homem. Seu amigo se tornou dono de casa, sua chefe passou a usar terno para trabalhar e vive assediando-o. As moças são mais infiéis e os caras passam a ser o romântico da relação.

A trama começa a ir para frente quando a moça por quem ele tinha se interessado antes, se transforma em uma versão feminina dele mesmo. Alexandra (Marie-Sophie Ferdane) faz os homens de gato e sapato. Maltrata, mente, releva e faz comentários sexistas. Daí em diante, ele passa, então, a sentir a consequência de seus atos.

“Me tornei uma vítima. Era um abusador. Não existe o meio termo?” Damien

Dramédia

Ao contrário do clássico de comédia brasileira Se Eu Fosse Você, o longa francês aposta na conscientização. Não que seja um drama chato com cenas clichês engraçadinhas. De início é hilário ver Damien se adaptando e sendo atormentado, pois quem não quer ver um machista sofrendo? Mas, a partir do terceiro ato, queremos ver o protagonista agindo melhor ao invés de rir.

A comédia vem junto só para deixar fácil de entender a crítica social para
todas as idades e gêneros.

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O objetivo de Eu Não Sou Um Homem Fácil é mostrar a dificuldade de viver na nossa sociedade, principalmente se você for mulher. Quando Damien passa a entender como é ruim viver no lado contrário ao do opressor, começa a rever suas atitudes.

O filme mostra até protestos em prol dos direitos dos homens e o quão é ridicularizado pelas mulheres quem participa, exatamente igual ao nosso mundo (só que o contrário, claro).

O longa ainda traz temáticas homossexuais onde mulheres usam vestido e homens blazer. Eles se escondem em festas exclusivas e escondidos das demais pessoas. Pois independentemente do sexo superior, a homofobia ainda existe.

Nas quase 1h40 de duração vemos diversas críticas sociais ao patriarcado e à sociedade atual. Porém, há importantes temáticas em que o filme não aborda, como assédio, estupro e violência doméstica. Não que o torna imperfeito, mas leve. O que podia ser um soco na cara, virou apenas um “se toca”.

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Conclusão

Mostrando que a sociedade matriarcal é tão ruim quanto a patriarcal, o filme tenta trazer harmonia entre todos os gêneros. Em conclusão, seu humor de conscientização é extremamente necessário nos dias atuais. Nos faz rir e refletir. E agradará do nerd babaca à mulher oprimida. Um baita acerto da Netflix.

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