Olhos Que Condenam estreou em 2019 na Netflix. A minissérie, premiada com dois Emmys, conta a história de cinco jovens que foram presos injustamente no Central Park, rendendo muita polêmica na época. Retrata explicitamente como jovens negros e latinos são vistos com preconceito em uma sociedade que tenta ser utópica.

Porque Olhos Que Condenam é revoltante

Ainda no mesmo ponto de vista, o caso real que baseou Olhos Que Condenam, aconteceu em abril de 1989, sendo nomeado como “The Central Park Five”, em que uma mulher de 28 anos foi agredida e estuprada, supostamente por cinco jovens, sendo quatro negros e um latino.

De fato, a série mostra que é na delegacia que a promotoria obriga os cinco jovens a confessarem um crime não praticado, afim de ter o enceramento do caso.

Por conta de tanta exposição sobre o assunto, a mídia teve parcela da culpa. Mostra o quanto veículos de comunicação marginalizavam pessoas pobres, especificamente os pretos, não se preocupando em apurar os fatos. Em síntese, toda a sociedade estava voltada para o caso, ofegantes pelo desdobramento das acusações.

Crítica social presente em todos episódios

Certamente, a minissérie não poupou a oportunidade de criticar o posicionamento Donald Trump, atual presidente dos Estados Unidos. Assim como muitos cidadãos, o político fez muitas críticas aos garotos, expondo todo o seu preconceito.

Chegou a investir 80 milhões de dólares em anúncios de jornais locais, afim de pedir a aplicação de pena de morte. Seu enredo central deu ao espectador a sensação de estar vivendo em 1989, dando esperança para que a trama tivesse um desfecho contrário.

Olhos Que Condenam não é um conto de fadas

O que conduz a série é principalmente a humanização dos garotos, que por muitos anos foram vistos como criminosos. Ademais, outro ponto positivo na direção de Olhos Que Condenam foi mostrar o racismo estrutural sem filtros.

Por fim, em seu quatro episódio, Olhos Que Condenam mostra o fim do caso, em que o drama foi essencial para conduzir o espectador. Enfim, em suas últimas cenas, mostra que a vida nem sempre tem finais felizes, e tratando-se de pessoas pretas, a justiça falha diariamente.

Notas sobre Olhos Que Condenam

Mesmo sendo uma minissérie “antiga”, Olhos Que Condenam é um imenso reflexo da sociedade atual. Não apenas antes de 1989, como em 2020, o racismo tem sido cada vez mais agressivo. Ainda que exista muitos movimentos contrários (como mostrado na série), o preconceito está impregnado na sociedade, espalhando-se como vírus.

Com o recente protesto realizado nos Estados Unidos sobre o caso de George Floyd, desencadeou o movimento antirracismo em demais países, incluindo no Brasil.

Assim como João Pedro, morto enquanto brincava dentro de sua casa; Miguel, criança que caiu do 9º andar de um prédio; Marielle Franco, brutalmente assassinada há mais de dois anos; George Floyd, asfixiado até a morte; pessoas pretas, principalmente mulheres, são invisíveis diante de tanta opressão, não sendo citadas na televisão. Todos esses nomes possuíam uma coisa em comum: a cor.

Anteriormente, não tinha-se acesso a informação e educação. Mas atualmente não estamos nesse cenário. Ainda assim, pessoas se recusam a aceitar que cidadãos negros possuem o direito de estar convivendo normalmente em sociedade.

Em suma, essa intolerância só nos faz refletir, que sim, a humanidade é podre e preconceituosa, vivendo em uma utopia inexistente; nem todos procuram evoluir. Não há salvação para esses.  

Em outras palavras, para explicar resumidamente como o racismo mata, basta olhar hora em que você está lendo esse texto. Olhou? Pois bem. Daqui a 23 minutos, irá morrer uma pessoa negra.

Basta de opressão. Fogo nos racistas!