Ratched é uma série de produção original da Netflix, criada por Ryan Murph, diretor de séries de sucesso, como American Horror Story, Pose e Hollywood. Conhecido por seu estilo sombrio e fantasioso, Murph colocou mais uma vez esse olhar ao recriar a personagem do filme Um Estranho no Ninho.
Ratched e seu enredo
Após iniciar como enfermeira no hospital psiquiátrico Lucia State, Mildred Ratched se demonstra uma personagem fria, sendo minimalista antes de agir, manipular e enganar. De inicio não é expressado o motivo pelo qual a enfermeira se dedica tanto ao hospital, mas outrora começamos a entender seu objetivo.
Adiante, é liberado espaço para outros personagens, como o diretor do hospital, Dr. Richard Hanover (Jon Jon Briones), que esconde muitos segredos por trás de sua medicina “inovadora”; Lenore Osgood (Sharon Stone), uma mãe desesperada por vingança (mesmo que seu papel se torne irrelevante), e Charlotte Wells (Sophie Okonedo), uma paciente que sofre de transtorno dissociativo de identidade (TDI).
Charlotte não tem memória sobre o que Ondine Duquette (uma famosa musicista), Apollo (um boxeador), um bebe, e até mesmo o próprio Dr. Hanover, fazem quando habitam o seu corpo. Diga-se de passagem, é uma das melhores atuações.
Traumas do passado que refletem no presente
No decorrer dos oito episódios da série, é possível notar uma mudança de comportamento de Mildred, anteriormente apresentada como uma personagem dominadora, passa a se tornar “humana” com a chegada de Gwendolyn Briggs (Cynthia Nixon), onde surge uma incrível combinação, mesmo com personalidades distintas (ainda que muitas cenas tenham ficados confusas).
Com relação a Edmund Tolleson (Finn Wittrock), antagonista de Ratched, é mostrado o que o levou a assassinar tantas pessoas, até então sem motivos. Mesmo após a explicação sobre seu comportamento, o personagem acaba perdendo o foco, o que dificulta saber qual seu propósito dentro da série. Um personagem que teria tanto a apresentar, se perdeu no emaranhado de histórias.
Notas sobre Ratched
De fato, se você espera assistir a série se baseando na Mildred de Um Estranho no Ninho, você não irá gostar. Mas de fato a série retrata temas interessantes a questão da saúde mental. É uma série muito fácil de assistir, já que tem muita coisa acontecendo ao mesmo tempo. O suspense não é exagerado, o que faz com que mantenhamos o interesse.
Outro ponto chave da série é sua fotografia. Cenários deslumbrantes, combinando com a fantasia e a realidade da série; uma paleta de cores incrível, que abusa de tons de verde; figurinos excepcionais, que entra em harmonia com a época e remete a sofisticação de Mildred.
Em suma é uma série muito atraente visualmente, com um roteiro e história atrativa. Mesmo que não tenha aproveitado 100% seus personagens, faz com que tenhamos diversas perspectivas sobre os pacientes.