Fotos: Camila Cara / Divulgação
Foi necessária uma espera de 24 anos para o público brasileiro, enfim, assistir ao Rancid em seus domínios. Uma das bandas punk de maior relevância das últimas décadas subiu ao palco Skol, pontualmente, às 18h35. O líder do grupo, Tim Armstrong, mostrou logo de cara que queria compensar a ausência ao longo da carreira com uma sequência forte de hits. E, conseguiu.
O microfone do guitarrista e vocalista ainda nem estava ligado quando ele entrou correndo e já entoou as primeiras partes de Radio, um dos maiores sucessos do Rancid. A sequência inicial priorizou o álbum mais emblemático dos californianos, And Out Come the Wolves, de 1995.
Mas a banda não vive apenas de um passado distante. East Bay Night, Honor is All We Know e Last One to Die são provas de que os últimos dois álbuns caíram no gosto dos fãs, que promoveram rodas de pogo intensas na frente do palco. Let the Dominoes Fall (2009) e Honor is All We Know (2014), definitivamente, deixaram suas marcas no repertório.
E a boa notícia foi que Tim Armstrong anunciou que um álbum de inéditas está praticamente pronto e será lançado em breve. Ou seja, a produção continua.
Quase sem falar com o público, a banda soube aproveitar bem o tempo no palco. Contemplou os fãs com faixas dos dois primeiros álbuns, voltou algumas vezes no And Out Come the Wolves (Time Bomb, Olympia Wa, Ruby Soho, Maxwell Murder, The 11th Hour, Root Radicals), além de Indestructible (Fall Back Down).
Um fato que chamou a atenção na apresentação foi a troca de comando. Se nos shows disponíveis no YouTube, o guitarrista Lars Frederiksen costuma ser o capitão, no Brasil rolou uma inversão. Tim pareceu mais à vontade, conversou rapidamente e correu para o público no fim. Lars, mais contido, falou pouco. Em um dos momentos, agradeceu os fãs por continuarem interessados no som.
O público, que aguardava o Metallica ou ainda estava êxtase após o Cage the Elephant, acabou contagiado pelos fãs do Rancid. Mesmo sem saber as letras, muitos dançaram juntos, principalmente em Old Friend.
Na outra ponta do palco, o baixo de Matt Freeman foi muito festejado pelo público. No solo de Maxwell Murder, por exemplo, os fãs gritaram muito. E o Rancid nem chegou a cansar a turma que esperava pelo Metallica. O longo repertório foi tocado em meros 50 minutos, dez minutos a menos que o previsto. Tempo suficiente para tocar 20 faixas, incluir diversos hits e prestigiar um pouco de cada disco.
Set list
Radio
Roots Radicals
Journey to the End of the East Bay
Maxwell Murder
The 11th Hour
East Bay Night
Last One to Die
Dead Bodies
Salvation
Bloodclot
Old Friend
The Bottle
St. Mary
Tenderloin
Olympia WA.
Honor Is All We Know
It’s Quite Alright
Fall Back Down
Time Bomb
Ruby Soho