Entrevista | The Main Squeeze – “Queríamos fazer um álbum que soasse como atual”

Em sua primeira apresentação no Brasil, no último dia 13, no Bourbon Street, em São Paulo, a banda norte-americana The Main Squeeze mostrou não só sua energia no palco, mas também seus bastidores criativos. Em entrevista ao Blog n’ Roll, o guitarrista Maximillian Newman, o Max, compartilhou detalhes do álbum Panorama, descrito como o mais ambicioso da carreira. “Queríamos um disco atual, que soasse moderno e transmitisse uma vibe”, contou, ao explicar como buscaram equilibrar inovação com a essência da The Main Squeeze. Um dos marcos dessa nova fase foi a performance audiovisual gravada no deserto de Mojave, inspirada em registros como Pink Floyd: Live at Pompeii. Para Max, unir música e paisagem em um vídeo com clima cinematográfico foi uma forma de se conectar com os fãs do YouTube e alcançar novos públicos. “Foi tão especial que queremos repetir esse formato no futuro”, revelou. Musicalmente, o grupo ousou ao incorporar elementos de psicodelia ao seu tradicional soul, funk e rock. Max citou Beatles, Hendrix e Tame Impala entre suas influências pessoais e destacou um novo processo criativo adotado neste álbum, no qual os integrantes compuseram partes separadamente antes de se reunirem no estúdio. “Trabalhar sozinhos juntos foi libertador”, disse. Confira a entrevista completa abaixo. O Panorama é descrito como o álbum mais ambicioso da carreira do The Main Squeeze. O que mudou na abordagem criativa e musical neste novo trabalho? Acho que é o nosso quarto ou quinto álbum, dependendo se você contar certos EPs e coisas do tipo. Então, quando você está constantemente tentando se redefinir, mantendo-se fiel ao que seus fãs amam em você, certo? No nosso caso, a musicalidade, a verdadeira paixão pela energia ao vivo. Mas queríamos fazer um álbum que soasse como atual, não soasse antigo. E queríamos fazer um álbum que as pessoas pudessem simplesmente colocar para tocar, e que ele tocasse em segundo plano. Pode exigir sua atenção, mas também cria uma vibe, porque acho que, nos dias de hoje, a vibe é muito importante na música. As pessoas realmente só querem uma vibe. Então, tentamos fazer um álbum que transmitisse a vibe, talvez seja a melhor maneira de dizer. Mas sim, quando você faz isso há tanto tempo quanto nós, tipo uns dez anos, você tem que continuar se desafiando para evoluir, enquanto se mantém fiel ao mesmo tempo. Então, é um desafio, mas realmente acredito que este álbum foi o melhor exemplo disso que já alcançamos. Estamos muito animados por ele ter sido lançado mundialmente. A performance gravada no deserto de Mojave gerou grande repercussão antes mesmo do lançamento do álbum. Como surgiu a ideia de unir música e paisagem nesse projeto audiovisual do The Main Squeeze? Essencialmente, houve alguns exemplos que diria que foram muito influentes para nós. Provavelmente o mais influente foi o Pink Floyd Live at Pompeii, um filme de show inacreditável, e ambientado em um cenário incrível, simplesmente insano. Então tivemos até alguns outros que vimos no YouTube, como esse cara, Yannick, algo assim, não me lembro. Mas vi vários vídeos de músicos tocando em lugares lindos. E acho que, para nós, o YouTube sempre foi algo muito importante, algo muito importante para os nossos fãs. Foi uma grande conquista para nós, novos fãs, ao longo dos anos. E queríamos compartilhar as músicas novas, as originais também, com a base de fãs do YouTube. Mas queríamos fazer algo realmente especial que chamasse a atenção deles. Sabe o que quero dizer? Então, primeiro, fazer ao ar livre, em um cenário incrível na Califórnia, onde moramos, e depois fazer um vídeo longo, quase como um filme. Esses são os elementos que queríamos ver acontecer. Então, estamos muito animados com isso. Honestamente, correu tão bem que acho que tentaremos fazer isso cada vez mais no futuro. A mistura de psicodelia com soul, funk e rock trouxe novas camadas ao som da banda. Como foi explorar essas texturas modernas e ainda manter a identidade do The Main Squeeze? Foi ótimo, muito libertador e muito divertido explorar um novo lado de nós mesmos. A música psicodélica sempre foi um gênero importante para mim. Sou um grande fã dos Beatles e Jimi Hendrix e de muita coisa daquela época, mas também de música psicodélica ainda mais moderna, como Tame Impala, que é uma grande influência. Então, houve diferentes influências com as quais conseguimos nos conectar em músicas que realmente amamos. Foi simplesmente incrível poder explorar isso. E acho que outra coisa que fizemos de diferente foi que, em cada álbum, nos sentávamos juntos em uma sala, os cinco, e começávamos a criar isso. E isso aconteceu com algumas das músicas, mas apenas algumas. Desta vez, tentamos algo novo, onde eu criava algo sozinho no meu próprio quarto, no meu próprio ambiente de gravação, não uma música inteira, mas apenas um esboço. E então enviava isso para o Rob, nosso baixista, e ele adicionava mais. Depois, ele enviava para o Smiley, nosso tecladista, e ele adicionava mais. E, por fim, o Ruben tocava a bateria, e então nos reuníamos e compúnhamos uma música para acompanhar a faixa. Só depois íamos para o estúdio e gravávamos tudo juntos novamente. Mas esse processo de trabalhar sozinhos juntos foi realmente libertador e divertido. E acho que é sempre importante, como disse, continuar tentando coisas novas para que não fique estagnado. E todos vocês moram na Califórnia? Sim, então na época todos nós morávamos na Califórnia, exceto o Rob, que está em Nevada, é bem perto, umas três horas de carro. Eventualmente, o Corey também se mudou para Nevada. Então é como se todos morássemos muito perto, mas ainda fazia sentido ficar trocando ideias. Isso acabou sendo uma força e um presente, porque era o que precisávamos para encontrar algo novo. A química entre vocês é frequentemente citada como uma das forças do grupo. Como essa conexão se desenvolveu desde os tempos de universidade até os grandes palcos de hoje? O nosso segredo é que somos boas pessoas. Nós nos importamos uns com os outros como
Entrevista | Ziggy Alberts – “Yago Dora é meu surfista favorito”

Pela primeira vez no Brasil, o músico australiano Ziggy Alberts sobe ao palco do Cine Joia, em São Paulo, neste sábado (28), às 20h, para um show único e intimista. Conhecido por suas canções que misturam folk, surf music e mensagens ambientais, o artista desembarca no país diretamente do México e promete uma noite repleta de boas vibrações. Ainda há ingressos disponíveis. “Minha expectativa é de muita dança, muita música, muitas vibrações positivas”, resume Ziggy, bem-humorado, apesar do cansaço da longa viagem. “Dormimos umas duas horas desde que chegamos. Mas espero ter a melhor noite de sono da minha vida hoje à noite”, brinca o cantor, que passou o dia em entrevistas e, mesmo exausto, já teve tempo de experimentar um autêntico churrasco brasileiro. Na conversa com o Blog n’ Roll, Ziggy Alberts compartilhou que, embora ainda não tenha explorado a cidade, já teve boas experiências gastronômicas e espera por mais aventuras nas próximas 24 horas. Ligado ao Brasil também por amizades, o músico revelou que mantém contato com o cantor Vitor Kley e já teve a oportunidade de cantar ao lado de outra artista brasileira, Tainá, atualmente radicada em Lisboa. Confira a íntegra da entrevista de Ziggy Alberts abaixo. Como está a expectativa para o show em São Paulo? Minha expectativa é que eu tenha a melhor noite de sono da minha vida hoje à noite, porque dormimos umas duas horas desde que chegamos. Pegamos o avião, tiramos um cochilo e passamos o dia inteiro em entrevistas. Então, minha expectativa é uma boa noite de sono. No sábado (hoje), minha expectativa é de muita dança, muita música, muitas vibrações positivas. Você veio direto da Austrália ou estava em outro país? Viemos do México, Cidade do México. Mas voamos à noite, quando deveríamos dormir, mas com o voo, já era de manhã quando chegamos. Então, simplesmente dissemos que não dormiríamos. Então você não teve a chance de explorar a cidade? Ainda não, mas comemos um churrasco muito bom. Minha exploração já começou, tivemos uma grande aventura e talvez possa ter ainda mais aventuras gastronômicas nas próximas 24 horas. Na nossa última entrevista, você me disse que é amigo do Vitor Kley. Ele te apresentou a outros músicos brasileiros? Ainda não. Ainda não, mas tem uma garota que mora em Lisboa agora e o nome dela é Tainá. Ela parece estar fazendo um enorme sucesso, o que é muito bom para ela. E ela é brasileira. Eu a conheci por estar em Portugal. E cantamos juntos no palco. Então, obviamente, estou muito feliz em conhecer mais músicos brasileiros também. Você vê algum paralelo entre o Brasil e a Austrália? Na sua opinião, onde as duas culturas se cruzam? Oceano, sol, comida, socialização. É, eu acho que são realmente a mesma coisa, a mesma coisa, mas diferentes, sabe? E o Brasil e a Austrália têm compartilhado alguns rios icônicos para o surfe nos últimos anos. Você acompanha o circuito mundial de surfe? Tem algum atleta favorito? Acho que meu atleta brasileiro favorito é provavelmente o Yago Dora. Acho que ele está no circuito mundial agora e tem um desempenho muito bom. Ele é um ótimo agente livre, mas também está tendo muito sucesso diante de seus competidores. Então, se eu escolher um, esse é meu surfista favorito. Você consegue surfar durante seu tempo livre? Tento surfar o máximo que posso durante meu tempo livre. Até tive a sorte de surfar em um rio no Canadá. Pegamos um jet ski e fomos para uma onda secreta louca. E foi muito divertido surfar em uma corredeira. Se você fosse montar uma banda dos sonhos, quem você escolheria para vocal, guitarra, baixo e bateria? Matt Corby para vocal (descoberto no Australian Idol), James Bay na guitarra, Paulie Bromley, o Paulie B (The Beautiful Girls), que é meu colega, no baixo, e o meu amigo Nick Saxon na bateria. Quais são os três álbuns que mais moldaram sua música e o que os torna tão impactantes? Every Kingdom, de Ben Howard, mudou minha visão. Telluric, de Matt Corby, é outro álbum marcante. Hosea, do Hosea, fecha essa lista.
Lewis Capaldi ressurge com o single poderoso Survive; ouça!

Após dois anos longe dos holofotes, Lewis Capaldi faz hoje seu tão aguardado retorno com o single Survive, um hino ousado e corajoso que reflete um período desafiador de sua carreira, que teve um momento extremamente difícil, mas também especial e de união, durante o Glastonbury 2023, quando o público do Palco Pyramid o ajudou a concluir sua apresentação. “Na maioria das noites eu temo não ser o suficiente, já vivi muitas segundas-feiras em que simplesmente não consigo me levantar”, canta Capaldi em uma faixa poderosa, emocionante e brutalmente honesta, que aborda os desafios da saúde mental, da dúvida e do desespero, mas que reage com um refrão cheio de resistência e superação: “Juro por Deus que eu vou sobreviver, nem que isso me mate. Eu vou levantar e tentar, nem que seja a última coisa que eu faça”.
Yungblud revela primeira parte de álbum ambicioso; ouça Idols

Um dos artistas mais cativantes dos últimos anos, Yungblud lançou seu quarto álbum de estúdio, considerado até agora o projeto mais ambicioso de sua carreira. Intitulado Idols, o álbum é a primeira parte de um projeto duplo (com a data de lançamento da segunda parte ainda a ser anunciada) e marca um verdadeiro rito de passagem para o artista de 27 anos, cujos dois últimos álbuns alcançaram o primeiro lugar nas paradas do Reino Unido e cujo catálogo já acumula 6 bilhões de streams globais. O projeto de 12 faixas foi gravado em Leeds, com uma equipe reduzida: além de Yungblud, participaram Matt Schwartz (seu parceiro de longa data na composição e produção), o guitarrista Adam Warrington e o multi-instrumentista Bob Bradley. “A gente some num piscar de olhos, e a vida é preciosa e passa rápido. Não esqueça de vivê-la”, disse o cantor. “Ghosts foi uma das minhas partes favoritas de tudo o que escrevemos nesse álbum. Eu simplesmente deixei minha imaginação fluir. A inspiração veio da ópera, mais especificamente de The King and I. Todo mundo achou que eu estava maluco quando citei isso durante uma sessão de gravação de rock. Mas f*da-se. Isso é Idols!”, completou.
Brian Wilson, líder e cofundador do Beach Boys, morre aos 82

Líder e cofundador da banda Beach Boys, Brian Wilson morreu aos 82 anos. A informação foi confirmada pela família do músico nas redes sociais. “Estamos de coração partido em anunciar que nosso amado pai, Brian Wilson, faleceu. Estamos sem palavras. Por favor, respeitem nossa privacidade neste momento. Nossa família está de luto. Sabemos que compartilhamos nosso luto com o mundo”, afirma a publicação. A causa da morte não foi divulgada. Brian Wilson foi diagnosticado com um distúrbio neurocognitivo semelhante à demência no início de 2024. Em maio do ano passado, ele foi colocado sob tutela legal após se tornar “incapaz de cuidar de si mesmo”. Por mais de seis décadas, a música dos Beach Boys tem sido parte indelével da história americana. Suas brilhantes harmonias transmitem simples verdades através de arranjos musicais sofisticados e pioneiros. Os Beach Boys transcenderam sua música e passaram a representar a cultura californiana, oferecendo aos fãs ao redor do mundo um passaporte para vivenciar o amor, a exuberância da juventude e a cultura do surfe. Formada em Hawthorne, Califórnia, em 1961, os membros do Beach Boys eram originalmente os três irmãos adolescentes, Brian, Carl e Dennis Wilson, seu primo Mike Love, e o amigo da escola Al Jardine. Em 1962, o vizinho David Marks entrou no grupo quando Jardine saiu para ir para faculdade. Os Beach Boys assinaram com a Capitol Records em 1962 e lançaram seu primeiro álbum, Surfin’ Safari, naquele mesmo ano. Jardine voltou ao grupo no verão de 63 e Marks saiu. Em 1965, Bruce Johnson se juntou à banda quando Brian Wilson se aposentou das turnês para se concentrar em compor e produzir para o grupo. The Beach Boys é uma das bandas mais aclamadas pela crítica e de maior sucesso comercial de todos os tempos, com mais de 100 milhões de discos vendidos mundialmente. Entre a década de 1960 e hoje, o grupo teve mais de 80 músicas nas paradas mundiais, 36 delas no Top 40 dos EUA (o maior número atingido por uma banda de rock do país), e quatro no topo da Billboard Hot 100. Sua influência sobre outros artistas vai além dos gêneros e dos movimentos musicais. Inúmeros artistas citaram Pet Sounds como inspiração para criar suas próprias obras-primas musicais. A Rolling Stones classificou o Pet Sounds em 2º lugar na lista dos 500 Maiores Álbuns de Todos os Tempo, e os Beach Boys em 12º lugar na lista dos 100 Maiores Artistas de Todos os Tempos. Introduzidos no Hall da Fama do Rock & Roll em 1988 e premiados com o Recording Academy’s Lifetime Achievement do Grammy (Prêmio Grammy de Contribuição em Vida), os Beach Boys seguem excursionando pelo mundo.
Tosco libera videoclipe de Casa de Nóia; assista!

A banda santista Tosco lançou um videoclipe para a faixa Casa de Nóia, um dos destaques do terceiro álbum Agora É a Sua Vez (2023). Este álbum apresenta uma catarse sonora ainda mais intensa, tanto na produção quanto nas composições, criatividade e brutalidade — além, é claro, das letras ácidas em português, carregadas de puro ódio contra tudo e todos que corrompem e destroem a sociedade. Com um crossover feroz que une thrash metal, hardcore e groove metal, o Tosco mostra, em pouco mais de quatro minutos, porque é uma das bandas mais explosivas do underground nacional. Gravado com cenas ao vivo, o vídeo entrega intensidade, precisão e uma performance arrebatadora — com destaque para os riffs certeiros e a cozinha poderosa, que sustenta a fúria lírica de um tema urgente: os efeitos destrutivos do vício em drogas e a degradação humana que ele acarreta. Casa de Nóia foi originalmente composta para o álbum de estreia, Revanche (2018), mas acabou ficando de fora. Ressurgiu com força total nos momentos finais de produção de Agora É a Sua Vez, ganhando uma nova roupagem e se tornando um dos hinos mais pesados da atual fase da banda. A sonoridade da faixa remete à velocidade brutal de Reign In Blood com o peso denso de Seasons in the Abyss, ambos do Slayer — influência marcante do grupo.
Generais de Fralda, novo álbum do Mukeka Di Rato, chega ao streaming

Generais de Fralda é um disco rápido, direto e pesado. Nono registro de estúdio da já clássica banda Mukeka Di Rato, que completa 30 primaveras em 2025, o novo álbum traz uma sonoridade mais suja e agressiva, passando pela vertente crust do hardcore e letras cortantes, “sem meias palavras”, como já é uma marca do grupo. Com discurso político, “sempre na luta antifascista”, as músicas falam sobre corrupção, racismo estrutural, indústria de armas, precarização do trabalho, excesso de remédios e outros temas dos tempos atuais. Fepas (vocal e guitarra), Brek ( bateria), Mozine (baixo e vocal) e Paulista (guitarra e vocal) gravaram as 13 faixas do álbum no Estúdio Tambor, no Rio de Janeiro, com produção de Rafael Ramos. A faixa-título é auto explicativa. A segunda, Predadores Armados, “fala sobre o terrorismo de estado e a barbárie que os policiais promovem, principalmente nas periferias. E tem uma pegada instrumental meio Disrupt”, comenta Fepas. Se Droga Brasil é sobre o excesso de medicação. “Não aguento mais tomar tanto remédio/ Quantidade impressionante de remédio/Não aguento mais tanta Farmácia/ Injeção na veia alma esvaziada/ Droga, droga/ Droga, Brasil!” são os versos iniciais. Certamente muitas pessoas irão se identificar. “Essa letra Fabio Mozine trouxe praticamente pronta e a parte instrumental tem uma influência da banda DFL”. Criança Morta é inspirada no genocídio contra o povo palestino “e outras cenas de atentados contra crianças”, explica ele. Já o segundo single, Engenho de Sangue, “fala das bases da criação do que a gente conhece como Brasil, né? Racismo estrutural, oligarquia, ganância de muitos, exploração e massacre dos menos favorecidos”, aponta Fepas. “Essa música e General de Fralda eu tive a ideia, fiz a base e terminamos juntos no estúdio”. Filho da Rua é inspirada “no soco no estômago que é a gente se deparar todos os dias com um semelhante dormindo na rua, passando necessidade e tanta gente querendo naturalizar uma coisa dessas”. Fascism and Big Business fala da indústria das armas e Somente Moedas Acendem Velas foi inspirada numa igreja onde tem umas lâmpadas em forma de velas, e elas só acendem se você jogar uma moeda. Mozine ficou impactado. “Nos permitimos dar uma zoada, botamos metalofone e tem o Mozine cantando”. Tá Fácil Morrer tá Fácil Matar, escrita por Cristian Paulista, tem uma pegada curtinha tipo Napalm Death, o nome da faixa já fala por si. Globo da Morte “é um salve para os motociclistas e entregadores de aplicativo. Sabemos que muita gente se sacrifica, rala, se arrisca muito num trabalho precarizado. Tem que aguentar esculacho, humilhação e correr risco todos os dias por estar no trânsito lutando contra o tempo. Pegada instrumental com influência de Fugazi e Nirvana, mas o destaque é a participação de FBC, Fabricio, la de BH. O cara esmerilhou”, apontou Fepas. Ferrão é uma faixa polêmica dentro da banda, uns integrantes amam, outros odeiam a letra é uma viagem doida poética, que foi terminada no estúdio mesmo. Último Dia da Guerra é pesadíssima, inspirada num depoimento de um participante da Segunda Guerra Mundial. A música que fecha o álbum é o primeiro single, Desgraça Capixaba, lançado no Natal de 2024, que fala “das ‘maravilhas’ do estado do Espírito Santo. Assuntos pesados, mas tem uma pegada de reggae”, conclui Fepas.
Entrevista | Sami Chohfi – “Fazer música independente é uma luta”

Neste sábado (17), o palco do Brazilian Bacon Day, em Uberlândia, será tomado por uma descarga de rock alternativo vindo direto de Seattle. O cantor e compositor Sami Chohfi faz sua estreia na cidade com um show intenso, emocional e cheio de personalidade, ao lado do baterista Marco Bicca e do baixista Anderson Formaggini. Com raízes brasileiras (é filho de pai brasileiro e casado com uma brasileira), Sami Chohfi traz na bagagem uma trajetória que passou por Estados Unidos, Costa Rica, Sudeste Asiático e Índia, reunindo influências que vão do grunge dos anos 90 ao rock melódico dos anos 2000. O show promete mesclar novos singles, favoritas dos fãs e releituras impactantes de clássicos do rock. “Não é só mais um show em festival. É daqueles momentos que ficam na memória”, diz o artista. Sami é o nome internacional da edição 2025 do evento, que também contará com apresentações de nomes consagrados do rock nacional, como Charlie Brown Jr., Biquíni e Ira!. Além da apresentação, Sami vem divulgando seu novo clipe, Enemy, uma produção familiar que emocionou até o diretor. O vídeo conta com a participação de seu sobrinho Logan, de apenas 10 anos, que surpreendeu ao entregar uma performance intensa em todas as cenas logo na primeira tomada. “Ele é natural. Interpretou um lado sombrio de si mesmo com uma entrega que nem adultos conseguiriam”, comenta Sami. A metáfora visual do clipe de Enemy aborda temas como saúde mental, autoconhecimento e superação. “Mostramos crianças enfrentando seus próprios ‘eus’ negativos. Todos nós temos esse lado sombrio. A mensagem é que podemos nos curar”, explica. Com um toque de simbolismo e emoção, o vídeo ainda traz a participação de sua irmã Tiffany — musicista como ele — e de uma de suas alunas de canto, Piper, que também surpreendeu como atriz. A composição da música que dá origem ao clipe também carrega peso emocional. Escrita no violão acústico, como todas as suas canções, a faixa surgiu em um momento de dúvidas pessoais e profissionais. “Fazer música independente é uma luta. Às vezes, você se pergunta se é bom o bastante. Essa música é sobre calar essas vozes internas”, revela Sami Chohfi. ServiçoBrazilian Bacon DayData: 17 de maio de 2025 (sábado)Local: Camaru – Av. Juracy Junqueira de Rezende, 100 – Uberlândia, MG Abertura dos portões: 14hClassificação: 18 anos Ingressos• R$ 150 – Área Premium Open Bar (4º lote – individual)• R$ 270 – Área Premium Open Bar (4º lote – combo 2 pessoas) Vendas online: Showpass
The Lemonheads libera single duplo Deep End / Sad Cinderella; ouça!

The Lemonheads está de volta com seu primeiro álbum inédito em quase duas décadas. Previsto para o outono no hemisfério norte, Love Chant marca um retorno ao pop quase perfeito que consagrou a banda, trazendo luz e sombra em igual medida. Antecipando o novo trabalho, o grupo lançou o single duplo Deep End / Sad Cinderella, acompanhado de um videoclipe produzido pela Surreal Hotel Arts. A faixa também ganhará uma edição limitada em vinil 12”, com apenas 500 cópias, disponível a partir de 13 de junho. Deep End é um turbilhão de riffs, com solos incendiários de J Mascis (Dinosaur Jr), em uma peça de punk pop atemporal que parece feita sob medida para pedir um cigarro emprestado. Coescrita com o parceiro australiano Tom Morgan (Smudge) e com participação de Juliana Hatfield, a música antecipa a volta dos Lemonheads à Austrália, com shows marcados ainda este mês. >> CONFIRA ENTREVISTA COM EVAN DANDO “Estou empolgado demais para voltar à Austrália, justo no momento do lançamento de músicas novas que venho preparando, incluindo um single escrito com o talentoso Tom Morgan. A Austrália sempre foi uma grande fonte de inspiração pra mim, e poder lançar novas faixas enquanto encerramos a celebração dos 30 anos de It’s a Shame About Ray e Come On Feel The Lemonheads parece um sonho. Encerrar esse ciclo em um lugar que considero como uma segunda casa é como ser abençoado para iniciar um novo momento”, comenta Evan Dando em comunicado enviado à imprensa. No lado B do single, uma releitura comovente de Sad Cinderella, do saudoso Townes Van Zandt, evoca a atmosfera dos duetos de Gram Parsons e Emmylou Harris. Com ecos de Harvest, de Neil Young, e do lirismo de George Jones, a faixa é um dueto frágil e dolorido entre Evan e a cantora Erin Rae — um tributo aos românticos incuráveis. Deep End e Sad Cinderella apresentam duas faces dos Lemonheads renascidos — um retorno maduro e comovente de uma banda lendária que ficou tempo demais longe dos holofotes.