Entrevista | Pense – “A inspiração continua sendo a transformação pessoal”

Entrevista | Pense – “A inspiração continua sendo a transformação pessoal”

Banda Pense

A única representante brasileira na We Are One Tour deste ano, a Pense terá uma uma grande responsabilidade: fazer bonito no mesmo palco que alguns de seus ídolos do hardcore. Ignite e Much The Same, principalmente, são listadas como algumas das grandes influências da banda, que se apresentará em São Paulo, no próximo dia 7, no Carioca Club.

Cristiano Souza, guitarrista da Pense, falou ao Blog N’ Roll sobre os motivos que levaram a banda ao hiato, inspirações para as músicas, setlist para os shows e sobre os dez anos de carreira que completam em 2017.

Criada em 2007 na cidade de Belo Horizonte (MG), a banda é uma das grandes presenças do hardcore fora do eixo Rio – São Paulo. Do início de 2015 até dezembro de 2016, a Pense manteve suas atividades pausadas para que os membros pudessem focar mais em suas vidas pessoais.

No entanto, o que parecia ser por tempo indeterminado, chegou ao fim com o lançamento do clipe Revitalizar. Nele, a banda confirmava   seu retorno e  afirmava que um novo disco estava a caminho. Além de Cristiano Souza, a Pense é formada por Lucas Guerra (vocal), Judá Ramos (baixo), Charles Taylo (bateria) e Ítalo Nonato (guitarra).

Em outubro, na We Are One Tour, a mineira dividirá o palco com outras grandes bandas de hardcore, como Face to Face, The Decline, Much The Same, Ignite e a canadense The Fullblast. Veja informações sobre o evento no final da entrevista.


Eu não poderia começar a entrevista sem parabenizar vocês pelos dez anos de estrada. Qual é o balanço que vocês fazem da carreira da Pense? Quais foram as maiores dificuldades e as realizações de vocês? Vocês têm alguma meta para os próximos anos?

A gente que agradece pelo espaço e pela oportunidade de divulgar a banda. Até que 10 anos passaram “rápido”. Acho que porque nós nunca fomos uma banda de correr atrás de um ponto de chegada.

Sempre fizemos nosso trabalho e as conquistas vieram de forma bem natural de acordo com o esforço que colocamos pra elas acontecerem.

As dificuldades estão aí até hoje, a diferença é a forma como você as encara, com tristeza ou com diversão sabendo que amanhã vai ser melhor.

O mais legal de ser uma banda pequena é que todo dia você tem uma realização. Seja tocando num festival, seja ganhando um presente de alguma marca ou fã. Sempre é tudo novo e sempre é uma celebração.

Nos próximos anos queremos continuar trabalhando e tendo essas pequenas realizações.

O que levou vocês ao hiato? Vocês chegaram a pensar que este seria o fim da banda? O que motivou o retorno?

O hiato veio pelo desgaste. Fizemos 50 shows em 12 meses pra divulgar o segundo disco. A grande maioria deles viajando dentro de um carro 1.0 apertado, dormindo mal e comendo pouco. 

Após essa tour precisávamos dar um passo pra trás e voltar o foco pra nossa vida pessoal que deixamos de lado. Fomos voltando aos poucos, numa tour com só um final de semana de shows por mês.

Até que sentamos pra conversar e resolvemos voltar a “meter o louco” na estrada, mas agora com mais estrutura do que tínhamos na época.

E agora, como está sendo conciliar novamente a vida pessoal de vocês com produção de disco e turnês?

É difícil, mas é possível. Todos na banda fizeram alguns ajustes na própria vida para que possamos estar mais tempo fora de casa. E pra que quando estivermos em casa tenhamos mais tempo pros projetos pessoais. Foi um ajuste coletivo pra que não pesasse pra ninguém.

Enquanto muitas bandas de hardcore trilham caminhos em que se precisam se posicionar sobre assuntos políticos, vocês preferem se distanciar deste tema. Vejo que vocês procuram falar bem mais sobre o que se passa dentro de nós — crises, caráter, coragem, força e atitudes positivas. Por que esta temática nas letras? Qual é a inspiração para elas?

Achamos que se posicionar é importante, e individualmente temos nossas posições. Já enquanto banda optamos pelo caminho da transformação pessoal. Achamos que a mudança primeiro precisa ser interna pra depois ser externa. Já a inspiração vem do nosso próprio dia a dia, de alguns livros, filmes e documentários.

Na tour atual, inclusive, usamos alguns áudios entre as músicas com trechos de dois documentários, Eu Maior e Observar e Absorver. Ambos podem ser assistidos no youtube e refletem algumas das coisas que a gente pensa e escreve.

Na ocasião do lançamento do clipe de Revitalizar, vocês afirmaram que um novo álbum estava a caminho. Este será o primeiro álbum de inéditas desde 2014. Como estão sendo as gravações? Qual é a inspiração para este novo disco?

Ainda estamos em fase de composição das músicas. Esperamos que a novidade seja que ele saia no prazo que estipulamos na nossa cabeça (risos). A inspiração continua sendo a transformação pessoal que é um caminho a ser percorrido durante a vida toda.

A We Are One promete ser uma turnê incrível. O que vocês acham de tocar no mesmo palco que outros grandes nomes do hardcore, como o Much The Same, Face To Face e The Fullblast? Vocês curtem o trabalho delas? Alguma delas influencia o som de vocês?

Vai ser louco porque o Face to Face e Ignite fizeram parte da nossa formação musical, já o Much the Same tem sido uma inspiração pro próximo disco. Ficamos muito felizes com o lineup.

Vocês já planejaram uma setlist para os shows? Será um apanhado dos maiores sucessos de vocês nesta última década de trabalho? Vão apresentar algo novo do próximo disco? Estamos ansiosos! 

Estamos na tour de 10 anos e temos tocado algumas musicas que não apareciam no set a algum tempo ou que nunca estiveram lá. Tem sido divertido ver a resposta do público quando eles não esperavam ouvir mais essa ou aquela ao vivo. Então deve ser uma mistura dessas.

Muito obrigado pelo espaço e pelo interesse em nos ouvir. Pra quem não conhece e quiser conhecer, nosso site tem os discos pra download e os links pras nossas redes sociais. Um abraço a todos!

We Are One Tour (São Paulo)

Data: 7 de outubro (sábado).

Horário: das 14 às 21 horas.

Local: Carioca Club (Rua Cardeal Arcoverde, 2899, Pinheiros, São Paulo. Próximo à estação Faria Lima do metrô – linha amarela).

Evento oficial no Facebook: https://www.facebook.com/events/270681956710028/

Ingressos: a partir de R$ 100,00. Compre aqui. 

Realização: Solid Music Entertainment.