Tranquility Base Hotel & Casino – Um álbum feito para se apreciar, não para se cantar

Após cinco anos sem divulgar novos trabalhos, o Arctic Monkeys lança, nesta sexta (11), seu sexto álbum, o Tranquility Base Hotel & Casino. Repleto de letras complexas, piano e baixo, a nova aposta da banda vem para causar discórdia entre fãs. Aos que gostam de agito, guitarras e refrões marcantes, sinto informar que o disco não tem nada disso. Com sonoridade homogênea, TBHC é feito para quem quer relaxar, tomar um vinho e apreciar um bom som de fundo.

Tranquility Base Hotel & Casino é um álbum cujas faixas lembram umas às outras, como se estivessem todas conectadas. O fato de nenhum single ter sido lançado previamente mostra que o trabalho é um conjunto de canções que, unidas, constroem um belo disco, mas separadas, por se tratarem de Arctic Monkeys, deixam a desejar.

Para os fãs mais old school, o estilo de TBHC pode ser considerado uma ofensa, mas é preciso entender que grandes bandas exploram novas possibilidades. Alex Turner e companhia exploraram um lado pouco comercial, mas que claramente é algo que eles tinham vontade de fazer. Então, aproveitaram o nome que têm para arriscar e, se analisarmos o conjunto da obra, acertaram. Em um resumo, dá para comparar o álbum como uma No. 1 Party Anthem de 40 minutos.

Contudo, é difícil imaginar uma grande arena lotada para receber um show da turnê. As músicas intimistas e lentas são perfeitas para se ouvir em um local mais reservado, até mesmo mais íntimo, mas não consigo pensar em milhares de fãs entoando as letras em um estádio. Tranquility Base Hotel & Casino é um álbum para se apreciar, não para se viciar.

Dentre as canções, há uma que pode vir a se tornar unanimidade como a melhor do disco e se destacar nas paradas. Four Out Of Five tem um ritmo levemente mais acelerado que as demais, mas é o suficiente para lembrar os grandes sucessos do álbum AM e ficar na ponta da língua dos fãs.

Outras faixas que me agradaram bastante foram Science Fiction e She Looks Like Fun. Em meio à calmaria geral apresentada, elas tem um quê diferente, assim como Four Out Of Five.

Por fim, TBHC é um álbum complicado que requer tempo para ser ouvido e degustado. Não ouse criticá-lo antes de tirar um bom tempo para avaliá-lo com calma. A princípio, quando li reviews de revistas americanas e europeias, achei que ficaria desapontado, mas assim que tirei uma manhã inteira para apreciar e entender seu contexto, vi que se tratava de algo maior, um conjunto, como já expliquei.