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Entrevista | Autoramas – “O estilo do Autoramas é o mesmo desde a demo que gravei sozinho”

“Hoje é tudo muito melhor. Naquela época era tudo tosco. Equipamento ruim, viajar de ônibus, dormir em rodoviária, amplificador Staner. Não tenho a mínima saudade. Sempre aqueles mesmos lugares que não pagavam nada. Hoje, até conseguimos marcar show em Santos”. É dessa forma que o vocalista e guitarrista da carioca Autoramas, Gabriel Thomaz, vê os anos 1990, período que iniciou no Little Quail & The Mad Birds e depois seguiu para montar a sua atual banda.

A parte que cita Santos não deixa de ser uma provocação, mas o músico tem razão. Na quinta-feira (7), a partir das 21h, na Comedoria do Sesc, o Autoramas fará apenas o seu segundo show por aqui em 20 anos de estrada. A primeira vez foi logo após se destacar no Video Music Brasil, da MTV, em 2005, com o videoclipe de Você Sabe.

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De lá para cá, muita coisa mudou. Principalmente na formação. Somente Gabriel continua da original. Érika Martins (ex-Penelope e esposa do vocalista), Jairo Fajer e Fábio Lima são os músicos que acompanham o líder.

“O estilo do Autoramas é o mesmo desde a demo que gravei sozinho. A cada ano, a cada disco, vamos conseguindo explorar mais coisas e ir aperfeiçoando o som. Assim como rola ao vivo com as performances. Nosso show nunca foi tão rico e cheio de ondas loucas”, comenta Gabriel, que afasta qualquer possibilidade de mudança no som no próximo lançamento da banda, o oitavo disco de estúdio, Libido, previsto para julho, pela Hearts Bleed Blue (HBB).

A primeira prévia do disco foi o single Sofas, Armchairs and Chairs, que mantém um baixo distorcido na frente, uma batida dançante, a guitarra cheia de efeitos e um backing vocal de Érika, bem na linha do B-52’s.

“Sempre foi uma grande influência (B-52’s), pelo menos pra mim. Agora temos a Érika, que tem aquela voz sensacional, dá para explorar com resultados maravilhosos”, argumenta Gabriel sobre o som.

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O single, inclusive, traz uma característica diferente dos últimos trabalhos do Autoramas: a presença maior de letras em inglês. “Parece que foi por algum motivo planejado, mas foi assim que saiu. Já tínhamos muitas outras músicas em inglês, mas dessa vez saíram mais. Simplesmente não reprimimos. Pra mim sempre foi muito mais fácil escrever em português. É minha língua, é o natural. Mas talvez pela quantidade de viagens, tenha saído mais em inglês”, comenta Gabriel, que já levou o Autoramas para diversas turnês fora do Brasil.

O repertório na Comedoria do Sesc terá 1h15 de duração, com vários sons do novo disco, além de sucessos dos álbuns anteriores.

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Mudanças na formação

Sobre as mudanças na formação, que contou com nomes conhecidos como Melvin (Carbona e outras dezenas de bandas cariocas) e Fred (ex-Raimundos), Gabriel minimiza as alterações e valoriza os atuais integrantes.

“Foi um período de várias trocas, que tive de fazer com rapidez, por termos muita coisa marcada. Mas com Fábio e Jairo pudemos fazer tudo com tranquilidade e, agora, está tudo bem melhor. Passei por situações que quero esquecer. Agora tá tudo ótimo”, revela.

E os músicos parecem em total sintonia com Gabriel. Jairo conta que sempre acompanhou o Autoramas, desde o primeiro single. “Pra falar a real, bem das reais, eu praticamente aprendi a tocar quando meu irmão me ensinou a tocar 1,2,3,4, ainda dos tempos do Little Quail. Fiquei amigo do Gabriel, fizemos algumas peripécias por aí (como o Gabriel Thomaz trio) e agora estamos nessas ondas loucas”.

Fábio também já havia trabalhado com Gabriel, mas de outra forma. “Quando ele produziu o primeiro disco dos Violentures (ex-banda do baterista), em 2004, acabei me aproximando do Gabriel e criamos uma amizade. Fomos mantendo o contato e hoje estamos aqui”.

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Referência

Além do Autoramas e Little Quail, Gabriel sempre foi muito antenado na produção independente. Lançou o livro Magnéticos 90, um registro do underground nacional nos anos 1990, e comanda um prêmio anual que leva o seu nome, no qual elege os melhores da temporada.

Questionado se o cenário está enfraquecido, Gabriel retrucou. “Mainstream, undergound, nunca me liguei nisso. Nunca segui modas. Se o cara gosta de um punk rock só porque toca na rádio, sinto muito, ele nunca entendeu o que é punk rock”.

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Para o vocalista do Autoramas, as bandas só não podem ficar acomodadas. “Sempre teve muitas bandas boas, mas poucas se destacam. Cada um tem suas prioridades na vida. Quem tem a banda como motivo de viver geralmente se destaca”, explica.

Gabriel e Jairo citaram Blastfemme, Black Pantera, Rakta, Sky Down, Os Sucuris, Getúlio Côrtes, Emicaeli, The Bombers, Combover, Der Baun, Molho Negro, Poltergat, Harmônicos do Universo, Bloodmary, The Dirty Rats como alguns exemplos de bandas em destaque na atualidade.

Serviço: Os ingressos custam entre R$ 6,00 e R$ 20,00. O Sesc fica na Rua Conselheiro Ribas, 136, na Aparecida, em Santos.

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