PABLO MELLO
Uma guitarra semi-acústica da Condor, uma contra-baixo elétrico e uma bateria eletrônica. Todos envoltos numa espécie de sala-escritório. Foi nesse cenário, que escutei o trecho I Want to be Always, Always Around You, cantado por Paula Martins. No entanto, o que ouvi foi apenas um sample de Dança, faixa presente no EP de mesmo nome da Amphères, lançado em fevereiro deste ano.
Aquilo soava como um mantra, ou algo do tipo. Eu já havia escutado a música anteriormente, mas o apego anterior não teria sido tão grande como naquela ocasião. A sonoridade da Amphères traz uma densidade muito grande, com repetições e crescentes entre harmonias instigantes com pitadas de post-rock e afins. São canções em português e inglês, além dos instrumentais, é claro.
Com dois EPs lançados até aqui, sendo eles Amphères (2016) e o já citado Dança (2018), a Amphères é uma banda de Santos constituída por Thiago Santos (voz e guitarra), Jota Amaral (bateria) e Paula Martins (voz e baixo). Consistente em estúdio, o grupo trânsita no paralelo do peso/intensidade de The Flow, do grunge de Amplifier e da sonoridade atmosférica de Dop (Disappearing Object Phenomen), durante o EP de estreia, por exemplo. Já no álbum seguinte, o trio insiste na ambiência, tendo a mesma como parâmetro para todas as faixas.
Neste ano, o grupo foi destaque ao obter até indicação para o Curta Santos com o clipe de Dança, dirigido por Rodiney Assunção.
Por fim, posso afirmar que Amphères é mais do que uma boa alternativa no cenário indie da Baixada Santista, especialmente para quem curte Walkstones, Papisa, Nil Lo, entre outros.