Biografia oficial do Cannibal Corpse entra em pré-venda

Se o Cannibal Corpse não existisse, ninguém ousaria inventar uma banda como ela Assassinato. Tortura. Ódio. Agonia… Esses são alguns dos temas explorados por uma das maiores bandas de death metal do mundo. Com mais de três décadas de carreira, os membros do grupo contam suas histórias na música no livro Bíblia da Carnificina. Além de trazerem curiosidades valiosas não apenas sobre os primórdios da banda, mas indo além. O projeto que também conta com diversas fotografias raras é assinado por Joel McIver, autor de dezenas de biografias importantes. Ademais, a obra já está em pré-venda e pode ser adquirida por aqui.

Bomba-Relógio: Surr apresenta sua nova faixa

Banda Surr lança single Violento no Spotify

Em tempos que é preciso defender o óbvio, a banda Surr trouxe o single Bomba-Relógio. Em resumo, a faixa foi gravada inteiramente durante o período de quarentena. O grupo contou com a participação de Thais Kiwi na canção. A música de letra intimista serve como uma confissão, um grito de sentimentos confusos idealizado pelo conjunto.

Poesia segue em constante movimento na Baixada Santista

A poesia movimenta-se, a poesia vira esquinas, a poesia vaga pelas úmidas ruas da Baixada Santista e tropeça aqui, no Blog n’ roll! A poesia urgente, extrema, crítica e catártica tem nome, tem altura, tem gosto… e a proposta é permitir senti-la através de dedos e almas dos poetas e poetisas que eu trouxe hoje. Ah, e tem eu também, né? As vezes arrisco uma coisinha ou outra haha. Se liga: Um jeito insosso de não ser de carne e osso,É ir sendo expropriada de mim,Dizendo simA Deus, ao capitalE a sociedade patriarcal.Mas é quando minha lua vem,Que sou revelada nua.E crua, sangro.Me habito devagar,Vou me sabendo lar.Vou sendo tempo que capital nenhum ousa controlar.O útero tem o tamanho de um punho e exala vermelho.Um útero é algo tão essencialmente subversivo,Que para muitos, os buracos e sua autonomia são repulsivos. Maya Bárbara Zarif tem 23 anos, é pisciana de quatro planetas, nascida e criada em Santos. É poeta e redatora. Lançou seu primeiro livro de poesia ano passado (2019), pela editora Multifoco, se chama “Entre caos, linhas e devaneios”. Além disso, tem um projeto de fomento a arte independente feita por mulheres, com foco em literatura, chamado Declama, mulher!. Os dois primeiros poemas (A saúde é pública, o corpo não e Se flor não for que seja amor) são de seu livro. Eles foram escritos em meados de 2016 e apesar do tempo, a temática permanece, com certa infelicidade, atual. Na verdade, bem atual. O poema Muito, muto tumulto, foi escrito este ano nesse cenário pandêmico que estamos vivendo. Para adquirir o livro é só comprar direto com @barbarazarif no Instagram, ela dá autógrafo, troca ideia e às vezes (mais do que gostaria) passa vergonha em rede pública. Para participar dos workshops e das zines coletivas do @declamamulher, é só acompanhar nas redes sociais. A saúde é pública, o corpo não O fuzil silencioso pela madrugada fez seu caminho,Achava você que ele estava perdido?Tola menina!Pois o fuzil com a guerra que pariu,Levantou a bandeira da vitória antes de cerrarmos os punhos,De cerrarmos os dentes,E de sermos inseridas em uma realidade menos morta.De morta,Temos Maria,Que em uma clínica clandestina,Carregou consigo o fardo apertado de não ter escolhaE o cabide fora de sua função,Fez de Maria ferida sem cicatrização.O cabide fora de sua função,Pendurou a alma da não mais imaculada,Maria desgraçada.O fuzil silenciosoMexe constantemente com a saúde publica,Mas o que mais incomoda é que Maria foi clandestina,Maria foi irresponsável,Maria deveria arcar com a consequência de ter escolhido…Não ter escolha?De ter aberto as pernas!Maria embarcou na arca de um mar arcaico,E pela logica patriarcal deve sempre ficar à margemE ser subordinada a não ter nada,Nem vida,Nem autonomia.Essa discussão é procrastinadaEnquanto Marias passam,Diariamente,De Imaculadas àFinadas. Barbara Zarif Se flor não for, que seja amor Eles falavam que era amor,Mas não era cravo com rosa.Eles falavam que eram um casal,Mas na real,Não podiam serPorque havia um escritoMostrando que cravo com cravo era proibido.O amor que naquela terra semeavaFoi invalidado,Oprimido e ignorado.A juventude fez as ruas mais floridasOnde os cravos desfilamSem precisarem das margaridas.A juventude se juntouE mostrou-se capaz de transformar em borboletasQualquer casulo cinzento,E embora as flores não falem,Eu posso escutarAs rosas,Os cravosE os hibiscosPedindo para se amarem sem riscos. Barbara Zarif Muito muto tumulto Se pudesse colocar o mundo no muto,Não ouviria o choro do menino,Não ouviria o latido agudo do cãoSe eu pudesse colocar o mundo no muto,Tropeçaria naquilo que não vejo, mas espontaneamente escuto.Se o mundo estivesse no muto,Não escutaria o som do mar Nem o cambalear barulhento e ébrio dos que viram noites e noites.Se o mundo estivesse no muto,Eu inundaria salas e quartos com tentativas em vão de gritar, com tentativas em vão de tumulto.Eu bateria forte em portas com tentativas em vão de entrar.Se o mundo, efetivamente, pudesse estar muto,Não ouviríamos panelas caindo, batendo, coros clamando justiça, balas sendo perdidas e achadas em corpos alvos.Não ouviríamos discursos quePestes ecoam sem vergonha alguma.Não ouviríamos inverdades.Tampouco as verdades.E de verdade,Se eu pudesse deixar o mundo em muto, eu deixaria por uma noite.Eu deixaria por uma noite para ouvir, então, meu mundo.Eu deixaria por uma noite para entrar em devaneios mentais e tumultos que por descuido estão no muto. Faz tempo que não me escuto.“Cala-te” gritei ao pensamento efêmero de quem faz poesia.“Está tarde, vá dormir, amanhã há de ser outro dia.”E foi mesmo, outro dia barulhento.Fiteime com olhar de compaixão, segurei minha própria mão e soltei um “lamento, tu abriste teus olhos, por isso vê escuridão.Volte a dormir em silêncio, está tarde, não vá fazer alarde.”Lembrei, então, que o mundo tá constantemente noMutoLutoSurtoLembrei, então, que o mundo está constantemente emTumulto.Ah suspiro foi bom esquecer disso por um minuto. Barbara Zarif Salamandra é multiartista, slammer, Taróloga e Sarcedotiza, poeta, escritora em tempo integral e adora estudar a arte do misticismo e possui uma longa história dentro do mundo das palavras.Nascida e atualmente morando em Santos, além de trabalhar com a Tarologia, fez faculdade de Letras onde se apaixonou pelo mundo e pelo diálogo. Batalhando em slams de poesias desde os 13 anos de idade, já recebeu prêmios de competições poéticas estaduais. Na faculdade, promoveu batalhas de poesia, rodas de conversa com os alunos de redes públicas e encontros acadêmicos no campus Do Idílio José da UNISANTOS. atuando em projetos governamentais como o PIBID, e o Leia – São Vicente. A intuitividade a acompanha desde nascida, com fortes paixonites à bruxaria e esoterismo. Em uma repentina tempestade de ideias, surgiu a personificação da síntese de arte e energia, expressando-se de forma mútua nas performances, apresentações e participações artísticas. Sua expansão se deu em sua primeira participação no Festival ELA (FACULT) em Santos. Manifestando-se em todos os 3 dias de evento, Salamandra traz ao público feminino expressões artísticas e atividades dinâmicas que envolvem a retomada da mulher à sua consciência energética com as pinturas corporais. Apresentou também, a performance “Viver de Arte” onde aborda críticas à falta de remuneração do ofício artístico para os trabalhadores da cultura. Atualmente faz parte do projeto Sarau

Crítica | Fury – Ektomorf

Não é novidade para ninguém que hoje em dia brotam bandas dos mais variados estilos em qualquer país do mundo. Pois vem da improvável Hungria o quarteto Ektomorf, formado no distante 1994 por Zoltan Farkas, hoje o único integrante da formação original. Fury, lançado em 2018, já é o décimo terceiro álbum de estúdio dos húngaros, que conquistaram seu espaço no mundo da música da forma mais tradicional possível: através de incessantes turnês. Quem conhece o trabalho da banda já está familiarizado com o fato de que o Sepultura fase Max Cavalera é a principal influência aqui. Foi assim em todos os álbuns da banda e em Fury não é diferente. A semelhança da voz de Zoltan com a de Cavalera chega a impressionar, a timbragem das guitarras remete a álbuns como Chaos A.D. e Roots. Isso é ruim? Quando bem usado, não mesmo. Faixas The Prophet of Doom, faixa de abertura, inicia chutando tudo e todos com riffs afiadíssimos e ritmo que remete ao thrash oitentista. Porém, a partir da segunda faixa, Ak 47, volta o feeling Sepultura noventista. Em algumas, como a faixa-título, a coisa também debanda para o Soulfy, projeto de…Max Cavalera. E assim caminha Fury, ora pelos lados do Soulfy, com as insanas Bullet In Your Head e Infernal Warfare, ora do Sepultura, como Blood For Blood. Os brasileiros do Claustrofobia e os americanos do Machine Head também possuem similaridades com esses húngaros. Com uma produção perfeita e fôlego de sobra, o Ektomorf entregou um álbum certeiro, potente, que agrada em cheio ao amante de música extrema, mesmo não sendo a coisa mais original do mundo. Prova de que álbuns bons não são somente aqueles que reinventam a roda. Ouça já e bata muita cabeça. FuryAno de Lançamento: 2018 Faixas:1-The Prophet of Doom2-Ak 473-Fury4-Bullet in Your Head5-Faith And Strenght6-Infernal Warfare7-Tears of Christ8-Blood For Blood9-If You’re Willing To Die10-Skin Them Alive

Crítica | Corifeu – Projeto Trator

Para os que não conhecem, o Projeto Trator é um duo paulistano formado em 2006 por Thiago Padilha (bateria) e Paulo Thompson (guitarra, voz) que já possui dois álbuns completos em seu currículo: Na Fronteira Com o Ordinário Planeta Pêssego Azul (2013) e Humanofobia (2016). Em 2020, a dupla volta a atacar com Corifeu, EP de quatro faixas lançado pela Abraxas. O som praticado pela dupla é hipnótico, pesado, lento e psicodélico. Sim, é o bom e velho sludge metal em sua forma mais suja. Logo na faixa de abertura, Abismo, podemos sentir toda a alma da banda, com inevitáveis influências de Melvins, Eyehategod e até dos americanos do Saint Vitus. Ontem prossegue o EP com algo de Black Sabbath em seu andamento, e aquela atmosfera doom que estamos acostumados (e curtimos tanto). Fotos e Espinhos, as duas últimas músicas, martelam com força, nos deixando com vontade de acionar o play novamente e nos entregarmos ao poderoso sludge do Projeto Trator. Vale lembrar que o EP foi escrito durante a última tour da dupla pela Europa. Fãs de sludge, atenção aqui. CorifeuAno de Lançamento: 2020 Faixas:1-Abismo2-Ontem3-Fotos4-Espinhos