Os 100 Álbuns Favoritos da Década 2010: do 61 ao 70

61. Justin Bieber – Purpose Em Believe (2012), Justin Bieber já dava sinais que deixaria o teen pop para trás, ao utilizar elementos de r&b e dance em suas canções. Mas foi com Purpose (2015) que ele virou a chave de vez. Deixou o menino mimado para trás e passou a produzir hits mais consistentes. Sorry e Love Yourself são duas amostras da mudança de comportamento. Letras mais reflexivas e sonoridades melhores trabalhadas. Aliás, são os dois principais hits do disco. O álbum também conta com participações especiais de Travis Scott, Big Sean, Halsey, Diplo, Skrillex, Jack Ü e Nas. 62. Exodus – Blood In, Blood Out Primeiro álbum do Exodus desde Impact Is Iminent (1990) a entrar na Billboard 200, Blood In, Blood Out (2014) consegue combinar a atitude e a energia do passado da banda com o crescimento musical dos últimos anos. Ainda tem dois convidados muito especiais: Kirk Hammett (Metallica e ex-Exodus) e Chuck Billy (Testament). 63. The Slackers – The Radio É um álbum com versões em ska de grandes clássicos da música. Entre os destaques estão Attitude (Misfits), Bitch (Rolling Stones), I’m Still Standing (Elton John) e Like A Virgin (Madonna). É incrível a capacidade dos novaiorquinos em dar uma cara tão própria para músicas consagradas. Infelizmente não está disponível nas principais plataformas de streaming. Quem quiser ouvir, precisa caçar no YouTube ou comprar a versão física, uma raridade. 64. Rancid – Honor Is All We Know Erroneamente, alguns críticos costumam apontar que o Rancid não lança nada de bom desde Indestructible (2003). Outros vão mais além e dizem que Life Won’t Wait (1998) foi o último bom suspiro. Todos errados, felizmente. A banda se mantém consistente desde sempre. Honor Is All We Know (2013) é um belo álbum. É uma surpresa, inclusive, Trouble Maker (2017) também não aparecer por aqui. 65. Declan McKenna – What Do You Think About The Car? Enquanto muitos festejavam a realização da Copa do Mundo no Brasil, em 2014, com estádios superfaturados, o compositor inglês Declan McKenna escreveu a canção Brazil. A faixa é uma crítica e tanto ao fato da Fifa e os governantes locais ignorarem a pobreza extrema no Brasil em prol de um evento. Brazil, composta quando o músico tinha 15 anos, é o carro-chefe do seu álbum de estreia, What Do You Think About The Car? (2017), que traz outras dez canções fortes. 66. Kendrick Lamar – Good Kid, M.A.A.D City Está longe de ser o melhor álbum de Kendrick Lamar, mas uma coisa é certa: poucos artistas conseguiram lançar tantos registros de alto nível nos últimos anos como ele. Good Kid, M.A.A.D City (2012), o segundo de estúdio, é visceral, não tem a mesma crueza do debute, mas funciona bem. 67. AC/DC – Power Up Mais do mesmo, mas mesmo assim muito bom. Power Up (2020) não traz nenhuma inovação, não mostra os australianos fora da zona de conforto. Contudo, quem se importa com isso? Power Up já tem uma carga emocional muito forte, suficiente o bastante para colocar o AC/DC na nossa lista. Alcançou o primeiro lugar em mais de 20 países. Primeiro lançamento sem Malcolm Young, falecido em 2017, o disco tem todas as canções creditadas ao irmão Angus e ele. 68. Taylor Swift – Reputation Taylor Swift passou por uma mudança extrema na última década. As alterações foram tanto na sonoridade quanto no comportamento e posicionamentos. E, sem dúvida alguma, ajudou a impulsionar ainda mais a cantora. …Ready For It?, Look What You Made Me Do e Don’t Blame Me mostram o lado mais sombrio e profundo da artista. A turnê de divulgação ajudou a fortalecer ainda mais o trabalho. 69. Asking Alexandria – Reckless & Relentless Rótulos costumam reduzir o alcance de muitas bandas boas. O Asking Alexandria, por exemplo, muito associado ao metalcore, faz muito mais em Reckless & Relentless (2011). Essa banda britânica parece ter uma consciência grande de tudo que veio antes deles. O álbum citado traz referências de Skid Row e Guns n’ Roses. Se ainda não ouviu, dê uma chance. 70. Me First and the Gimme Gimmes – Are We Not Men? We Are Diva! A melhor banda de covers do mundo deu sua cara mais roqueira para hits de Christina Aguilera, Gloria Gaynor, Paula Abdul, Cher, Celine Dion, Lady Gaga, Donna Summer, Barbra Streisand, Madonna, entre outras. Destaco a forma como Spike Slawson consegue brincar com tons tão distintos no vocal. Crazy For You, Top of The World e Believe são ótimos exemplos.
Os 100 Álbuns Favoritos da Década 2010: do 71 ao 80

71. The Struts – Everybody Wants Nostálgico, bebendo na melhor fonte possível dos anos 1970, o The Struts estreou com esse belo álbum em 2014. A quadra inicial do disco inclui hits como Roll Up, a épica Could Have Been Me, a dançante Kiss This e Put Your Money On Me. Porém, não por aí. Quem escuta as 13 faixas de Everybody Wants consegue identificar influências de Queen, Aerosmith e Rolling Stones. Em resumo, uma estreia e tanto. 72. Hey! Hello! – Hey Hello! Too! Segundo álbum do projeto paralelo de Ginger Wildheart. Aqui, ele convocou nada mais do que oito cantoras para o acompanhar nessa superprodução de power pop. Se All Around the World, que abre o álbum, é um belo cartão de visitas, Kids, a quarta da tracklist, conta com uma letra divertida sobre os perigos de criar filhos. Vicky Jackson e Cat Southall cantam essas duas faixas, respectivamente. 73. Deicide – In The Minds of Evil Deixando as inclinações melódicas de lado, o Deicide fez o que todos esperavam: retornou ao death metal desgraceira. A clara referência ao período do Legion (1992) se mostrou um grande acerto. Primeiro álbum de estúdio com Kevin Quirion na guitarra, In The Minds of Evil tem 36 minutos de desgraceira distribuídos em 11 faixas. 74. Linkin Park – A Thousand Suns Quando o Linkin Park lançou One More Light (2017), muitas pessoas torceram o nariz por conta dos experimentos sonoros. A banda havia abraçado o pop de uma forma surpreendente. No entanto, não foi a primeira vez que o grupo saiu da zona de conforto. A Thousand Suns (2010) é a prova disso. Conceitual com a temática de guerra, o álbum é totalmente diferente de tudo que Chester e companhia haviam produzido até então. E isso não é ruim. 75. Diana Krall – Wallflower A cantora e pianista Diana Krall consegue dar uma nova e elegante cara para sons marcantes. Em Wallflower, ela passeia por The Mamas & The Papas, Eagles, Bob Dylan, Elton John e Randy Newman. Ademais, traz convidados de peso para duetos, como Michael Bublé, Bryan Adams e Blake Mills. If I Take You Home Tonight é uma composição de Paul McCartney. Ela seria usada no álbum solo Kisses on the Bottom, mas o Beatle a deixou de fora, cedendo a faixa para Diana. 76. Drake – Scorpion 2018 foi um ano especial para Drake. Além de ver o início da trajetória do primeiro título do seu time de coração Toronto Raptors na NBA, o rapper canadense também lançou um dos seus melhores álbuns. Duplo, com 25 faixas, Scorpion transita entre o hip hop, pop e r&b, além de contar com participações de Jay-Z e Ty Dolla Sign. Também há feats póstumos de Michael Jackson e Static Major. Os singles God’s Plan, Nice for What e In My Feelings alcançaram o número um na Billboard Hot 100 dos Estados Unidos. Um feito e tanto para essa máquina de quebrar recordes. 77. Kasabian – 48:13 Longe de ser o melhor trabalho do Kasabian na década, 48:13 tem um nome curioso. O título nada mais é que a soma do tempo de todas as canções do disco. Escrito, composto e produzido por Sergio Pizzorno, o álbum, que rendeu show no Lollapalooza Brasil, conta com canções bem fortes, como bumblebee, Stevie e Doomsday. 78. Michael Monroe – Sensory Overdrive Sexto álbum de estúdio do finlandês Michael Monroe, Sensory Overdrive foi responsável por trazer o ícone do glam rock ao Brasil pela primeira vez, em 2012. Produzido por Jack Douglas (Aerosmith, John Lennon, Miles Davis), o disco traz faixas poderosas como ‘78, eleita música de rock do ano pelo iTunes USA, Trick Of The Wrist, Superpowered Superfly (essa é uma das mais pop), Bombs Away (refrão marcante) e Gone, Baby Gone (baladinha roqueira). 79. The Smashing Pumpkins – Cyr Com quase 100% da sua formação original (a exceção é a baixista D’arcy Wretzky), o Smashing Pumpkins divulgou recentemente, no 2020 pandêmico, Cyr. O álbum duplo, com 20 canções, traz muito do que o grupo apresentou em seus últimos discos, mas com uma veia mais pop. Até desagradou alguns fãs, mas o resultado foi ótimo. Proporcionou canções como The Colour of Love, Cyr, Ramona e Black Forest, Black Hills. Tão distintas, mas juntas formam algo que faz muito sentido. 80. Beach Fossils – Somersault Foram tantos lançamentos incríveis na linha indie pop mais nostálgica nos últimos dez anos. The New Pornographers e Beach Fossils dividiram votos até o fim, ficando para a segunda a presença no nosso top 100. Em 2017, os novaiorquinos encantaram demais com Somersault, um claro sinal de maturidade no estúdio. Influenciada por nomes com R.E.M., The Cure e Devo, a banda entregou a trilha sonora perfeita para quem quer tirar as preocupações da cabeça.