Gravadora de Santos junta rappers de estados diferentes em “Além”

A gravadora de Santos HomiesProd. juntou três DDD na faixa colaborativa Além, lançada recentemente. Em resumo, o pessoal da gravadora, em 2020, foi para São Paulo “resolver umas metas”. No entanto, voltaram com essa faixa produzida em apenas dois dias. Os representantes da gravadora Primeiramente, do DDD 013, representando a Baixada Santista, participa o rapper Iram Bernardo, morador do bairro Saboó, em Santos. “Eu já estava na linha desse projeto com a HomiesProd, a parada fluiu e tô animado pra muito mais que está por vir”, afirma. Já o Sistema Cruel, veio de Sergipe, representando o DDD 079, mas foi buscar seu sonho em São Paulo. Ele foi passar uma semana em São Paulo para finalizar um trabalho e acabou conhecendo os “moleques da Baixada Santista”, como diz. “Tudo fluiu e fechamos esse trabalho que eu levo para o resto da minha vida”, comenta o artista. Por fim, o terceiro participante da faixa Além foi Narciso, representando Macaé, Rio de Janeiro, com o DDD 022. “Me encontrei com o Arthurzinho (Sistema Cruel), estávamos procurando um estúdio para captar voz, conhecemos a rapaziada da HomiesProd e fluímos mais um trampo”.
Resenha | Richie Sambora no Bush Hall, em Londres

Sem nenhuma postagem em seu perfil no Instagram desde 2018, pouquíssimas postagens no Facebook e com uma conta de Twitter um pouco mais movimentada, Richie Sambora pegou todos de surpresa quando anunciou um show intimista no Bush Hall, em Londres, na última segunda-feira (20). Como ele mesmo disse: “um show surpresa como nós costumávamos fazer as coisas”. O show foi organizado pela We Are Family Foundation (WAFF), organização sem fins lucrativos fundada pelo icônico Nile Rodgers. Aliás, a WAFF faz um lindo trabalho criando e apoiando programas que promovem a diversidade cultural. Após todo o buzz em torno dessa apresentação, Sambora apresentou algumas surpresas, como a audição de cinco faixas que vão compor o seu novo álbum, previsto para 2022. Elas foram tocadas antes mesmo do show. Aliás, a pedido do próprio Sambora. Em resumo, podemos dizer que são músicas que remetem bastante ao início da carreira dele com o Bon Jovi. Outra curiosidade é que Sambora veio sem a banda. No palco, os músicos que deram apoio foram os mesmos que acompanham Nile Rodgers em seus shows. Tal atitude deixou a apresentação ainda mais intimista, com uma atmosfera de jam session. Logo depois, as mesmas faixas tocadas antes do show, voltaram a dar as caras na apresentação. Porém, com a adição de canções da carreira solo e clássicos da época do Bon Jovi. Entre as que mais empolgaram estiveram uma versão à capela de Stranger in This Town, a belíssima All That Really Matters, além de versões acústicas de It’s My Life, Livin’ on a Prayer e Dead or Alive, que fechou o set list de um show quase exclusivo.
Gabe.Sx reúne Mariana Mello, Lukinha, e Tissa Rahim em novo single “Let It Hurt’

Um caldeirão de influências e participações especiais. É desta forma que o produtor Gabe.Sx divulga o single Let It Hurt. A faixa mistura elementos de rap, pop, soul music e R & B à medida que trata-se de um lançamento multi-colaborativo com participação da cantora canadense Tissa Rahim e dos rappers Lukinha e Mariana Mello. As sessões de gravação ocorreram em três momentos. No Brasil, o produtor trabalhou na Ativa Audio Lab e em seu estúdio pessoal, conhecido como SxSounds. Ambos ficam em Santos, no litoral de São Paulo, e foram palco tanto para a gravação do beat, quanto para a captação de voz de Lukinha e Mariana Mello. A voz de Tissa, por outro lado, foi gravada no Canadá, em homestudio. Gabe.Sx aponta que a música é uma espécie de celebração à cura das nossas dores. ”No geral, evitamos a dor, já que não queremos senti-la, mesmo que temporariamente. Porém, Let It Hurt é um grito que vai na contramão disso, frisando que é preciso sim enfrentar a cicatrização. E para expressar essa sentimentalidade, produzi o beat me inspirando no Tom Misch, trazendo uma harmonia influenciada pelo jazz e pela bossa nova, o que soa bem junto à personalidade de cada um dos cantores”, ressaltou. Durante todo o ano de 2021, Gabe.Sx manteve a veia colaborativa. Recentemente, por exemplo, também divulgou os singles Nave e Oração Pra Ela, respectivamente, trabalhados com os cantores Dantt e Gabriel Thes. Agora, o artista já prepara novos conteúdos autorais, sendo estes previstos para o decorrer dos próximos meses.
Entrevista | Arno Carstens (Springbok Nude Girls) – “Quem diria que a gente ia viver um “fucking partyapocalypse”

Uma verdadeira instituição do rock na África do Sul, o Springbok Nude Girls celebra quase três décadas de história com o álbum Partypocalypse. É o primeiro da banda após Beautiful Evolution (2018). No entanto, o álbum foi gravado quase na sequência do seu antecessor. Registrado em 2019, Partypocalypse pode ter sido o último com os membros originais Adriaan Brand (teclados / trompete) e Arno Blumer (baixo), que agora moram em outros países. Aliás, o vocalista Arno Carstens, que conversou com o Blog n’ Roll via Zoom, explicou essa mudança. “Quando começamos a trabalhar no disco em 2019, tínhamos um mês para fazer tudo e trabalhamos dentro de nosso cronograma limitado para produzir algumas das melhores performances da banda até hoje. Mal sabíamos que o álbum teria essa personalidade que se revelaria contra o caos do planeta em 2021. O bônus de ter criado um bom álbum é o luxo de fazer parte da grande família da Mongrel Records e ter sua atenção meticulosa sobre como apresentaremos isso a todos. Mongrel Records traz uma sensação de calma para o caos sem fim do Springbok Nude Girls e nos sentimos incrivelmente sortudos”. Partypocalypse foi gravado antes mesmo da pandemia. Por que demorou tanto para lançar? A gente escreveu o álbum e gravamos antes da covid. Demorou porque nós mesmos financiamos o álbum, apenas fizemos a mixagem quando o produtor não estava ocupado com outro trabalho. Levou dois anos para mixar e finalizar o álbum. Assim o covid não afetou tanto o trabalho, só levou um pouco mais de tempo. Toda vez que tínhamos a chance e que não tinha lockdown, a gente mixava o álbum. Qual foi o tamanho do impacto da pandemia em seu país? Na África do Sul, acredito que tenha sido do mesmo jeito que no mundo inteiro. Após as pessoas começarem a ser vacinadas, obviamente começou a morrer menos gente. Mas é claro que a doença ainda está se espalhando. É muito estranho, com certeza, mas aos poucos vai tudo voltando ao normal. Nunca mais será como antes. As saídas de Adriaan Brand e Arno Blumer são definitivas? Um está morando na América, o outro no Reino Unido. Não conseguem tocar ao vivo com a gente. Mas se fizermos outro álbum, talvez eles toquem nele de novo. Não sei sobre tour. Na tour, eles podem ser substituídos por alguns conhecidos nossos. Partyapocalypse é um nome bem peculiar… Tivemos um mês para colocar as músicas, desenvolvemos o resto do processo muito rapidamente, enquanto os outros componentes foram para a América e Reino Unido. Mas foi quase como uma Amazing Race. Foi uma experiência maravilhosa, no entanto, desgastante. Você consegue quase perceber no álbum essa sensação arrrrr!!! Um nervosismo apocalíptico. A palavra Partyapocalypse surgiu na letra da música Sa Tan on The Beaches, aí escrevi e percebi que seria um bom nome para o álbum. Quem diria que a gente ia viver um “fucking partyapocalypse” agora? Como você avalia o desenvolvimento do rock na África do Sul desde o surgimento do Springbok Nude Girls? Nos anos 1990 havia uma boa cena musical, muito inglesa. Agora há uma grande cena africana. Mas o rock não é grande na África do Sul atualmente. As rádios estão cheias de dance music e rap, é uma coisa global. Ainda há muitas bandas, mas depois do covid elas ficaram paradas, estão voltando agora. Vocês já se sentem seguros para excursionar e fazer shows por aí? Não temos planos. A gente apenas lançou e vamos ver o que acontece. Nós gravamos um show de Halloween no ano passado. A ideia é gravar este show e juntar tudo numa gravação. Por fim, e o Brasil? Está nos planos do Springbok para quando for seguro viajar? Eu vou me mudar para o Brasil, aí é a terra da abundância. Quando falam do Brasil, me lembro do Carnaval. *Tradução e entrevista por Isabela Amorim e Christina Amorim
Entrevista | Ken Horne (The Bronx) – “Nunca existiram tantas bandas na Califórnia como hoje”

Em turnê pelos Estados Unidos com Rancid e Dropkick Murphys, a californiana The Bronx certamente é um dos nomes mais empolgantes na atualidade. Mas essa banda de punk rock não é nenhuma novata. Está há quase 20 anos na estrada e com uma produção frenética. O mais novo capítulo dessa trajetória é o álbum Bronx VI (Cooking Vinyl), lançado recentemente. The Bronx surgiu em 2002, em Los Angeles, e teve o primeiro álbum gravado na “cozinha” de Gilby Clarke, ex-guitarrista do Guns n’ Roses. O guitarrista Ken Horne, que está na banda desde o segundo álbum, The Bronx (2006), conversou com o Blog n’ Roll sobre o sétimo trabalho de estúdio, o projeto paralelo dos integrantes (Mariachi El Bronx), a atual turnê, pandemia e o cenário californiano. The Bronx sempre foi uma banda muito ativa, com shows, gravações e videoclipes. Como foi esse período sem poder realizar boa parte dessas atividades? Foi difícil, mas nós fizemos. Lançamos um álbum de lado B do Mariachi (Música Muerta, Vol.1 & Vol.2), fizemos uma live, fizemos muita coisa. Como banda, foi bom conversávamos quase todo dia, pensando em novas ideias. Este novo álbum foi feito em 2019, foi um bom tempo para pensarmos em como iríamos lançá-lo, ao invés de fazer de qualquer jeito. Ao ouvir os álbuns, as pessoas têm pouca atenção. Então, ao invés de lançar o álbum, lançarmos uma música por vez. Fazemos coisas que vocês não veem, mas estamos muito ativos. Agora, de volta aos palcos, vocês estão em tour com o Rancid e Dropkick Murphys. Como tem sido a experiência? Eu tenho me divertido. A gente não tocava por um ano e meio, era o que a gente mais sentia falta. Ainda é surreal estar em tour. Nos bastidores, antes, tínhamos família, amigos. Agora não tem mais ninguém. Tudo que a gente faz é curtir nos bastidores, no ônibus. A gente não tem estado em tour, mas costumávamos sair, só de poder continuar tocando já é bom. É bom estar seguro, em primeiro lugar. Nessa tour todos os shows são ao ar livre, até o bastidor é um bônus. Qual é a relação de vocês com os integrantes dessas duas bandas? Já haviam tocado juntos antes? A gente já tocou com Dropkick Murphys em festivais e com o Rancid também. Não fizemos tour com eles, mas tocamos juntos em festivais fora do país. Tim Armstrong é um grande amigo do nosso baterista (Joey Castillo). Voltando ao Bronx VI, como foi o processo de gravação do álbum? Foi uma das minhas três melhores gravações, muito divertido. Gostei muito de trabalhar com nosso produtor, Joe Barresi (Tool, L7, Bad Religion, Judas Priest, Soundgarden, Slipknot, entre outros). Foram apenas três semanas, pouco tempo para nós, mas foi incrível. Essa gravação foi muito especial para mim, ainda mais trabalhando com o Joe, um grande produtor. A Califórnia sempre foi vista como um celeiro de bandas de punk, hardcore e metal, algo que influenciou bastante diversas regiões pelo mundo. Como você vê o atual cenário? Ainda há muitas bandas punks em Los Angeles. LA tem todo tipo de música. Tem mais bandas agora. Há muitos jovens, novas bandas, não é a mesma coisa que antes, que você formava uma banda, ensaiava e tocava ao vivo num clube. Hoje, você pode tocar ao vivo em qualquer lugar com internet e pode fazer lives pelo streaming. Não precisa ser uma banda de punk rock, qualquer um pode fazer. Nunca existiram tantas bandas como hoje. Em todos os cantos da Califórnia: LA, San Diego, entre outros. Vejo tantos jovens, mas infelizmente não consigo acompanhar todos. Antes, sempre tentava acompanhar as bandas. Durante a divulgação do novo álbum, vocês fizeram uma parceria com uma cervejaria de San Diego e criaram a cerveja Watering The Well. Como foi essa experiência? Foi divertido! San Diego é uma cidade famosa pelas cervejarias. Eu morei lá por muito tempo e um velho amigo nosso, Dave Lively, abriu a Fall Brewing Company 5, seis anos atrás. Vamos fazer uma colaboração com a cervejaria. A cada ano aumenta a popularidade da cerveja dele. Meu amigo, outro dia, foi comprar a cerveja Watering the Well (nome de uma faixa do novo álbum) e estava esgotada. Eles têm outra cerveja, Plenty for All, que recomendo e não está esgotada. Com a retomada dos shows, existe a possibilidade de incluir o Brasil na rota de vocês? O que vem à cabeça quando vocês escutam sobre o Brasil? Brasil é todo mundo bronzeado, praia, calor. E tem uma grande população de japoneses. Sou japonês, nasci no Japão. Então, li muito sobre a imigração japonesa no Brasil, por isso tenho interesse de conhecer o Brasil. Há um famoso wrestler no Japão chamado Antonio Inoki, que morou no Brasil quando era jovem. Vários amigos que vão ao Brasil me dizem que há muitos japoneses no Brasil. Por isso tenho o Brasil sempre na minha mente. Sempre falamos de vir ao Brasil. É difícil irmos sozinhos, mas quem sabe com uma grande banda junto? Fale mais sobre sua conexão com o Japão. Vivi lá até os meus 17 anos, depois me mudei para San Diego. No entanto, volto lá todo ano. Minha família ainda mora lá, japonês é minha língua nativa. Eu tenho essa aparência, mas sou mais japonês por dentro. Minha família é de Yokohama. Eu vivi lá e em Tóquio. A cena rock é incrível no Japão. Se você quer ver cultura americana legal, você deve ir ao Japão e à Suécia. Japão tem muita coisa diversificada, bandas punk, new wave, alternativas, ídolos japoneses. É muita coisa mesmo. Paralelamente ao The Bronx, vocês também têm o Mariachi, El Bronx. Como surgiu esse projeto? Tem planos futuros para esse projeto? Quando podemos ter uma novidade? Mariachi surgiu logo quando entrei na banda, em 2006, após lançarmos o segundo álbum. À época, fizemos um show na TV e perguntaram se a gente conseguia fazer uma música acústica. Então, Joby, nosso guitarrista, disse que as músicas do Bronx não iam