“Fiz uma mina chorar por uma mina que me fez chorar”: o que Coruja nos ensina sobre relacionamentos em Tarot?

Atenção, esse texto é uma percepção pessoal. ***** Sabe quando aquela música te pega e você se identifica muito? Então, foi o que aconteceu. O rapper Coruja BC1 lançou o álbum Brasil Futurista no último dia 18 de novembro e dentre as composições está a música Tarot. Tudo bem que ele já tinha lançado ela como single antes do álbum, em setembro, e eu fiquei encantada logo de cara, mas só agora consegui, ou seja, tive tempo de escrever. Mas vamos ao que interessa. Um verso me pegou de jeito. “Eu fiz uma mina chorar por uma mina que me fez chorar. Se pá ela ficou assim porque outro cara fez ela chorar. Pra se isentar de um erro, encontre alguém pra culpar…”. Coruja BC1- Tarot É isso! Primeiro que quando eu ouvi essa parte eu fiquei “é isso, alguém me entende”. Me fez refletir sobre relacionamentos, até porque pessoalmente me identifiquei com a letra. Me lembrou muito de um sentimento que eu tinha e de algumas situações que vivi. E aqui vai a minha visão. Coruja escancara algo que acontece muito na nossa geração, até porque nós temos a mesma idade. Muitas vezes transferimos erros/traumas/experiências de relações anteriores para as próximas. Adivinha? Vira um ciclo! Nós machucamos ou somos machucados por pessoas que amamos porque essa pessoa foi magoada ou porque fomos magoados anteriormente. É justo fazer alguém chorar por conta de outra pessoa que te fez chorar? Pessoalmente, já me senti nesse lugar. Sentia que eu não podia errar, não podia perder a cabeça na relação. Qualquer coisa que fizesse e fosse fora daquilo que a pessoa achava que era ideal era como se eu tivesse feito algo muito grave. O fato é que eu sabia que essa pessoa tinha sofrido muito no relacionamento anterior, então fazia de tudo para atender os altos padrões que essa pessoa procurava em outra. O que me fez ficar desgastada. Até refletir: por que me pressionei tanto para compensar algo que não fui eu a responsável? Atribuir a responsabilidade ao próximo, ou a culpa, como o próprio Coruja coloca, de lidar com a dor de um relacionamento anterior não é justo. Linha Tênue Sei que a nossa geração, a parte que tem acesso à informação, está mais consciente da importância de relacionamentos saudáveis. E nós temos mesmo que procurar por pessoas que nos valorizem e que querem crescer conosco. Mas para isso precisamos entender a linha tênue entre não aceitarmos menos do que merecemos e de atribuirmos ao outro a responsabilidade de compensar uma ferida que não foi feita pela pessoa atual e sim por um relacionamento passado. Nesse caso, a cura tem que vir da própria pessoa. E sabe de uma coisa? Caso isso não ocorra, geralmente o próximo relacionamento não dá certo. Você não está curado de um relacionamento passado e ainda machuca a pessoa do relacionamento atual. E essa pessoa pode encontrar outra pessoa para machucar por ter sido machucada… Enfim, o ciclo continua e todo mundo acha que o “amor morreu”, como diz o próprio Coruja na música. Mas não é verdade. Só precisamos estar curados para amar e encontrar alguém que também esteja. E precisamos fazer isso por nós mesmos, para nosso rancor não respingar e culpar uma pessoa (provavelmente a pessoa amada) que nem estava na sua vida quando você foi machucado (a). Escute o que a vida tem pra ensinar em Tarot Como diz o fim do verso “pra se isentar de um erro, encontre alguém pra culpar ou silencie a mente e escute o que a vida tem pra ensinar”. Nessas horas, eu prefiro silenciar minha mente e escutar o que aquele relacionamento que não deu certo teve para me ensinar. E é essa visão que queria compartilhar. Não sei se é só uma visão muito pessoal minha ou se mais pessoas se identificam. Mas precisava escrever. Obrigada Coruja por ter colocado essa letra no mundo.
Revisando – A Volta dos Mortos Vivos

Engenharia do Cinema Em pleno anos 80, o gênero de horror trash estava em enorme ascensão na industria cinematográfica. Com George A. Romero em alta e filmes de zumbis sendo feitos como água na industria, o cineasta Dan O’Bannon resolveu conceber “A Volta dos Mortos Vivos” .Com toques satíricos e com um humor negro de primeira, este foi o primeiro de quatro longas (com uma qualidade bastante inferior, infelizmente), custando cerca de US$ 4 milhões de dólares e rendeu apenas US$ 14 milhões (na época, o montante já era visto como um sucesso). Imagem: MGM (Divulgação) Na trama dois funcionários de um hospital acabam acidentalmente abrindo um compartimento com uma enigmática substancia, que estava trancada desde a Segunda Guerra Mundial. Porém aos poucos a mesma acaba trazendo vários mortos de volta à vida, e infectando vivos para se tornarem zumbis. Para começo de conversa estamos falando de um filme trash, ou seja, ele está ciente que é ruim em todos os aspectos. Seja através dos atores canastrões, roteiro fraco e até mesmo efeitos visuais totalmente toscos (apesar de alguns animatronicos usados para representarem os Zumbis, estarem bem feitos em algumas cenas). Mas para este tipo de filme funcionar, ele tem de transparecer uma sensação de “é tão ruim, que é bom” para o espectador e O’Bannon conseguiu. Começando por ele criar situações absurdas que quebram alguns padrões em filmes do gênero, como um zumbi falando no walkie-talkie da ambulância para “chamarem mais reforços”. Até mesmo por termos personagens com soluções na palma da mão e eles optando pelo caminho mais difícil, apenas para o enredo ter “a metragem de um filme”. Por conta destas decisões somos contemplados por várias cenas de violência e sangue a rodo. “A Volta dos Mortos Vivos“ foi idealizado há mais de 36 anos e até hoje consegue divertir mais do que várias produções trashs, lançadas recentemente.