Nobat lança single com Elza Soares e participação de BNegão

Me Deixa Sambar, novo single de Nobat, une três vivências repletas de identidade e potência. O cantor e compositor mineiro tem a companhia luxuosa de Elza Soares e BNegão neste novo trabalho, segundo capítulo de uma trilogia que atravessa vários Brasis de diferentes perspectivas, para então celebrar um dos principais gêneros musicais nacionais, o samba. As gravações foram feitas em março de 2021, alguns meses antes da passagem de Elza, sendo um dos seus últimos registros fonográficos. Trata-se do segundo single do próximo disco do artista, MESTIÇO, previsto para junho. Me Deixa Sambar vem acompanhada de um videoclipe que enaltece a beleza de Belo Horizonte, a força da dança e dedica uma delicada homenagem à Elza. A presença de um nome como de Elza Soares em um trabalho como este toca profundamente no imaginário popular brasileiro, por tudo que representou a vida e obra da Mulher do Fim do Mundo. “Na noite em que ela gravou a canção, nós nos falamos por telefone e foi uma das experiências mais incríveis da minha vida. Ouvi-la dizer meu nome já foi uma das maiores emoções que vivi, mas mais fabuloso ainda foi poder ouvir seu olhar sobre a música, sobre nosso povo, nosso país”, relata Nobat, que destaca uma fala entre as que foram trocadas com Elza: “o Brasil sempre vence no final”. “Não tenho muitos ídolos, mas Elza certamente era, é e permanecerá como uma das únicas da minha vida e carreira”, complementa. Como um grito pela liberdade, a escolha por homenagear o samba passa pelo histórico do gênero sempre ligado às classes trabalhadoras, com visões politizadas e ainda assim, muitas vezes, esperançosas. Por conta de suas visões social e política, e de uma história que atravessa o samba em diversos momentos, BNegão foi essencial como uma das vozes da música. “Ele é um artista que pautou o pensamento e comportamento de uma geração, um cara que sempre elaborou muito bem sua visão sobre seu tempo e nosso povo. É para mim motivo de muito orgulho tê-lo nesse trabalho e foi fundamental sua participação nessa faixa”, conta o mineiro sobre a parceria com o carioca. Dirigido por Natacha Vassou e Lucas Espeto, o videoclipe da faixa foi gravado na capital mineira em março deste ano. A performance da dançarina Raquel Cabeneco emite uma mensagem de protesto: “‘me deixa sambar’, como quem diz, ‘me deixa viver!’”, reflete Nobat sobre o registro audiovisual. Carregado de emoção, o conjunto da obra exprime a grandeza de Elza e a falta que a mesma deixa. “Senti muita emoção e acredito que foi ali, ao ouvir sua voz cantando enquanto rodamos o clipe, que me caiu a última ficha de que, ao mesmo tempo, realizei esse sonho incrível de trabalhar com uma das maiores cantoras da história da MPB, mas que também a perdemos.

Nasi & Os Spoilers lançam o primeiro EP; ouça!

Nasi e o trio Os Spoilers disponibilizaram em todas as plataformas digitais o EP de estreia do projeto. O trabalho autointitulado apresenta seis faixas – quatro inéditas e duas regravações – com influências de diferentes vertentes do rock inglês de todos os tempos, do punk rock ao britpop. As quatro canções inéditas foram compostas durante a pandemia e refletem as preocupações políticas e existenciais de nossa época. Na América do Sul, primeiro single lançado, aborda o conflituoso cenário político brasileiro e do continente latino-americano e conta com a participação especial de Steve White (Style Council e Paul Weller) na bateria. Com influências de bandas como Stooges, de Iggy Pop, e Sex Pistols, Spoilers une instrumental intenso e letra direta. É um punk rock que caiu como uma luva na voz de Nasi. “Essa música é o retrato de uma angústia e uma raiva procurando vazão pra explodir. Como fã do movimento Mod e punk, a música carrega isso: é uma bomba atômica e vai explodir no próximo suspiro, tirando tudo e todos do lugar”, conta Daniel Tessler, autor da música. A balada Feedback remete ao romantismo mod que vai de Beatles a Oasis com destaque para os vocais sessentistas. Composta por Johnny Boy (baixista do Ira! e músico convidado do projeto), Feedbackconta com as participações especiais do baterista Steve White (Paul Weller) e do guitarrista Aziz Ibrahim (Simply Red e Stone Roses). O single Amor e Morfina, a mais poética e lisérgica canção do projeto, é uma balada romântica com ares de Neil Young e David Bowie. Um dos destaques da faixa é a guitarra de Aziz Ibrahim (Simply Red e Stone Rose). Completam o repertório as regravações de duas composições de Nasi já lançadas: Ogun (Nasi Vivo na Cena) e Te Odeio, Isso É Amor (Ira! Sete), ambas com participação do baterista Gary Powel (Libertines e Specials).

Crítica | Churches Without Saints – Desaster

Os alemães do Desaster não são conhecidos exatamente por lançarem material a todo momento. Em seus trinta anos de estrada, Church Without Saints é apenas o seu nono álbum de estúdio, que vem suceder o ótimo The Oath Of An Iron Ritual (2016). Sendo o vocalista e guitarrista Infernal seu único membro original, o grupo permanece fiel às suas raízes, para a alegria dos seguidores. Para quem não conhece, o Desaster executa um blackned thrash metal totalmente oitentista, sem a menor intenção de inovar ou inventar um estilo novo. O que ouvimos em Churches Without Saints em nada difere dos oito álbuns anteriores. E está bom assim! Vocais guturais (porém totalmente inteligíveis), guitarras que cospem riffs que vão do thrash metal à Destruction e ao black metal à Mayhem e uma cozinha correta, que não abusa das firulas, porém totalmente eficaz. O já citado Destruction com certeza exerce influência aqui, assim como Kreator, Slayer (antigo), Aura Noir e até uma ou outra coisa de Judas Priest. Junta tudo isso num caldeirão e temos faixas realmente convincentes como Learn to love The Void, Exile is Imninent, Hellputa, Primordial Obscurity e Endless Awakening. A velocidade e a violência do thrash metal fundem-se ao obscuro clima do black metal, formando a receita perfeita para o banger sedento por podreira que, é certo, tem o Desaster em sua playlist infernal. Ouça! Churches Without SaintsAno de Lançamento: 2021Gravadora: Metal Blade RecordsGênero: Black/Thrash Metal Faixas:1-The Grace of Sin (intro)2-Learn To Love The Void3-Failing Trinity4-Exile Is Imninent5-Churches Without Saints6-Hellputa7-Sadistic Salvation8-Armed Architects of Anihhilation9-Primordial Obscurity10-Endless Awakening11-Aus Asche (outro)

Tuyo apresenta nova session captada em Austin pelos estúdios Space ATX

Única banda brasileira a integrar o show de abertura do festival South by Southwest 2022 (SXSW), realizado em março, a Tuyo agora apresenta um novo registro de sua ida a Austin, no Texas. A live session – criação da Space ATX – reúne faixas como Sonho da Lay e Pra Curar, do recente disco Chegamos Sozinhos em Casa (2021). Lio, Lay e Machado carregam um histórico com o principal festival de inovação do mundo. Em 2021, o trio participou da edição digital com uma performance que rendeu uma crítica elogiosa do The New York Times, elencando o show como um dos melhores da edição. Não à toa que a estreia do grupo na versão presencial do SXSW, ocorrida em março, contou com mais duas apresentações, além do show de abertura: na Igreja St. David ‘s Historic Sanctuary e no palco da casa Augustine. Antes do retorno ao Brasil, a Tuyo fez uma última parada: na sede da Space ATX, um estúdio estadunidense focado em inspirar novos artistas, preservando sua herança cultural. “Para além de ocupar o nosso espaço e defender a nossa estética num festival do tamanho do SXSW, poder produzir um material desse nível fora do nosso país, longe de quem já nos conhece e acompanha, é especial demais” afirma Lio. “Isso nos faz parar para refletir e contemplar cada vez mais os vínculos que nossa nossa arte é capaz de despertar”, finaliza ela. Confira a session do Tuyo em Austin

MNTH une jazz, punk e experimentações no EP “Iminente”

MNTH (lê-se “mantega”) retorna com o EP Iminente, um lançamento mais intimista e misterioso que seu trabalho anterior, homônimo, de 2021, mas sem perder a verve de uma mistura única da percussividade afro-brasileira com tons de punk, dub e jazz. O lançamento reúne parcerias com artistas de vários lugares do mundo e está disponível em todas as plataformas de música pelos selos Desmonta (Brasil) e Mais Um Discos (Inglaterra). O trabalho tem lançamento acompanhado de um vídeo criado e dirigido pelos artistas visuais Renan Cruz e Kaue Akimoto com contribuição do coletivo de fotógrafos Rolê para a faixa “pedra sobre pedra”. MNTH é um projeto do artista sonoro Luciano Valério, também conhecido pelo seu trabalho com o selo Desmonta, onde busca trazer sons para o experimental brasileiro. Em seu trabalho autoral, ele cruzou fronteiras com elogios e atualmente trabalha em seu novo álbum, que será lançado ainda em 2022 e contará com participações de M.Takara (Pharoah Sanders), Lello Bezerra (Siba), Carla Boregas (Rakta), Marco Nalesso (Imagética), Rogério Martins (Hurtmold) e Rodrigo Hara. Em Iminente, ele conta com vocais de Hanna Olivegren (da banda americana de drone-rock minimalista Zomes), percussões de Rogério Martins e remixes de Thavius Beck (Nine Inch Nails) e do produtor musical polonês Bartosz Weber (Baaba). “Iminente surge como um segundo passo das trilhas sonoras feitas para o documentário Pedra Sobre Pedra. Foi neste período que eu resolvi me aprofundar sobre uma infinidade de histórias que atravessam séculos sobre a região do Vale do Anhangabaú e transpor este universo para uma beleza sublime, etérea”, analisa Luciano. Iminente está disponível em todos os serviços de música e no canal de YouTube de MNTH.