Fibonattis faz homenagem aos sobreviventes de tragédia

A banda de street punk Fibonattis lança nesta sexta-feira (29) o single Tarde Demais, mais uma música do disco de mesmo nome, que chega no segundo semestre de 2022 pelo selo Repetente Records, idealizado e gerenciado por três músicos do CPM 22: Badauí, Phil Fargnoli e Ali Zaher Jr. Tarde Demais, assim como os singles anteriores, Cidade Mórbida, Vidas e Distintos Jamais, abordam temas sociais no cotidiano e meio urbano complexo e desafiador. A música é um relato e, de certa forma, uma homenagem a todas as pessoas da cidade da natal da Fibonattis, Francisco Morato, que perderam suas vidas soterradas devido aos deslizamentos de terra que ocorreram em março de 2016. Mas é também uma mensagem de força aos sobreviventes da tragédia, que ainda não se curaram da “dor” de perder um ente querido e seus lares. O novo single tem uma levada punk rock 77 mais cadenciado – não poderia ser diferente com esse tema. A melodia é marcante e, em alguns momentos, soa bem nostálgica.

Soutø amadurece trabalho solo com EP “My Mind Trip”

Entre canções ao mesmo tempo intensas e dançantes, o cantor e compositor Soutø faz do seu EP de estreia My Mind Trip uma jornada profundamente pessoal – mas também universal. O artista dialoga com questões emocionais íntimas e conversa com as principais tendências do pop, do rock, do rap e do lo-fi, em uma estética atemporal. O lançamento é do selo Caravela Records. O álbum vem na esteira do single e lyric video Die, e agora soma outras quatro faixas: Miss the roses, Vibes e Sem nós, com destaque para a canção de trabalho Keep Feeling Young. Elas têm em comum o fato de serem completamente realizadas por Soutø, da composição à produção e interpretação. A masterização é de João Cruz e Bruno Pessanha assina os vídeos e a arte de capa. Soutø faz dessa estreia o amadurecimento de uma jornada musical iniciada aos 12 anos, no violão. Aos 18, foi lançada a primeira música, Play, que dialogava com a cena do rock alternativo. Um ano depois, foi a vez de Before I Was Flying, seguida pelo single Get Tired. A partir daí, o artista começou a chamar atenção de estações de rádio, da imprensa e de DJs que realizaram remixes de suas músicas. Na sequência, Soutø revelou as composições Eterna Viagem, Vim da Paisagem e Die, citada anteriormente. Agora, o EP My Mind Trip celebra esse caminho com muita versatilidade, mostrando o surgimento de um artista já muito experiente – porém, ainda com muito para mostrar.

Duo que une synthpop e dream pop, S.E.T.I. comemora 10 anos com single

O S.E.T.I. abraça contradições e dualidades em um single que anuncia sua próxima fase. O duo paulista formado por Roberta Artiolli (voz e synths) e Bruno Romani (guitarra, baixo e programação) completa dez anos de trajetória em 2022 e anunciou, com o single Perder É Ganhar, o álbum Vivo. A faixa traz o som entre o nostálgico e o futurista do projeto, dialogando esteticamente e liricamente com os dilemas atuais. Após explorar temas políticos e “macro” no disco Supersimetria (2018), o duo abraça temáticas intimistas sob uma perspectiva mais otimista – é um contraponto ao EP Êxtase (2015). Com o novo disco, a ideia é dar a volta por cima, mostrando que estamos “vivos” – daí o nome do próximo trabalho. Na nova faixa, a banda abraça as suas próprias dualidades. “A música fala sobre uma pessoa que pensou demais em ser alguém que não conseguia e que entendeu que muito do que parece uma derrota significa somente autopreservação”, explica Roberta. “Toda a proposta do disco novo em termos sonoros é olhar para os artistas dos anos 1980 que mais gostamos e aplicar uma linguagem mais atual. No caso de Perder é ganhar, a música olha para os discos do Depeche Mode do meio dos anos 1980 e aplica elementos que não estavam no arsenal da banda, como beat mais próximo do rap, guitarras melódicas e samples de voz tocando como teclados”, completa Bruno. Formado em 2012, S.E.T.I. explora samples, reverbs, eletronika e guitarradas. Caminhando entre dream pop e synthpop e sempre cantando em português, o projeto tirou seu nome da sigla em inglês para Search for Extraterrestrial Intelligence (busca por inteligência extraterrestre), utilizada para projetos e pesquisas sobre a vida fora da Terra. Na discografia, constam os EPs Inviolável Fim (2013) e Êxtase, além do álbum Supersimetria. Em 2016, o S.E.T.I. participou do disco O Pulso Ainda Pulsa, que homenageou e recebeu atenção dos Titãs. Dois anos mais tarde, foi a vez de colaborar com o disco Das Verdades que Eu Sabia, que homenageou e rendeu elogios de Guilherme Arantes. Em 2017, o S.E.T.I. foi escolhido pela marca de roupas Levi’s para participar do projeto Original’s Studio, o que rendeu a gravação do single O Ilusionista e a participação, decidida por votação popular, no show Casa Levi’s.

Marcus Mumford lança Grace, segundo single do álbum solo

No dia 16 de setembro, Marcus Mumford, vocalista do Mumford & Sons lança seu primeiro álbum solo, (self-titled). Produzido por Blake Mills (Alabama Shakes), o disco ainda conta com participações de Brandi Carlile, Phoebe Bridgers, Clairo e Monica Martin. Na última sexta-feira (29), ele apresentou a segunda faixa do projeto, Grace. A primeira música apresentada teve em seu videoclipe a ajuda de um dos maiores cineastas de todos os tempos, Steven Spielberg, que fez sua estreia no formato. O vídeo de Cannibal foi feito em preto e branco, gravado em take único com um celular, e contou com o auxílio da esposa de Spielberg, Kate Capshaw, e da namorada de Marcus, Carey Mulligan. Marcus é um membro fundador do Mumford & Sons, que liderou a parada Billboard 200 com três de seus quatro álbuns de estúdio e vendeu 3,7 milhões de álbuns no Reino Unido. A banda ganhou vários prêmios, incluindo dois BRITs, um prêmio Ivor Novello e dois Grammys, incluindo o de Álbum do Ano.

Jimmy Cliff divulga single do primeiro disco de inéditas em 10 anos; ouça!

Jimmy Cliff se prepara para o lançamento de um novo álbum. Refugee chega às plataformas digitais no dia 12 de agosto e será o primeiro disco inédito do artista desde 2012, quando saiu Rebirth. Aliás, hoje (29) está disponível a faixa-tema. O novo trabalho apresenta participações especiais de Tarrus Riley, da filha de Cliff, Lilty Cliff, e de Wyclef Jean, que interpreta uma versão rap dance da faixa-título. O novo álbum chega em um momento significativo para Jimmy Cliff e para a música. O dia 8 de julho de 2022 marca o 50º aniversário de The Harder They Come, um célebre filme jamaicano estrelado por Jimmy Cliff. Ele também criou a trilha sonora, que foi crucial para levar o reggae para o mundo. Em 2021, o álbum foi considerado “culturalmente, historicamente ou esteticamente significativo” pela Biblioteca do Congresso americano e selecionado para preservação no Registro Nacional de Gravações. No dia 6 de agosto de 2022 é celebrado o 60º aniversário da independência da Jamaica do Reino Unido. E tem mais motivo para comemorar: o próprio Jimmy Cliff chega a seu 78º aniversário em 30 de julho de 2022.

Maluria critica a falta de liberdade a mulheres em Júri Popular

A banda Maluria (SP) faz a estreia do programa No Estúdio com Leo Leomil, nesta sexta-feira (5). O jornalista e apresentador, engata novo projeto financiado pelo programa de incentivo à cultura Proac Direto do Governo de São Paulo, que apresentará novos rostos da cena autoral brasileira. Além de baterem um papo contando sobre o universo de cada artista, quatro canções gravadas no Estúdio Loop em São Paulo, serão apresentadas para a audiência no formato ao vivo, com transmissão pelo YouTube. Assista, com exclusividade, à performance da música Júri Popular aqui. Composta por Carol Cagnini (bateria/voz), Bianca Santos (guitarra/voz) e Moni Oliveira (baixo/voz), todas residentes da Grande São Paulo, o power trio transcende suas ideias e posicionamentos políticos e cotidianos por meio de manifestos reivindicando por representatividade não só nos palcos, mas em todas as frentes. “Todos os artistas têm alguma particularidade. A Maluria é uma banda de rock com pegada punk que traz o feminismo para um universo machista. Um trio que canta letras fortes e refrões com frases que grudam na cabeça”, comenta Leo. Júri Popular abre a session revelando o inconformismo que critica a falta de liberdade que mulheres encaram na sociedade, em uma linguagem irônica. “Não importa se ela se cuida demais, se ela se cuida de menos, se ama demais, se ama de menos, se trabalha ou não, se estuda ou não, se tem filhos, se não os têm, o julgamento é certo e muitas das vezes de pessoas próximas”. Além de quatro músicas apresentando o trabalho da banda, o episódio gravado no formato ao vivo no Estúdio Loop, em São Paulo, traz uma conversa entre Leo e as integrantes do grupo, que revelam histórias sobre a criação do projeto, influências e planos para o futuro. E ampliando a acessibilidade do conteúdo, Ricardo Ferreira Santos faz as traduções de todo o conteúdo para a linguagem em libras. Maluria O power trio transcende suas ideias e posicionamentos políticos e cotidianos por meio de manifestos reivindicando por representatividade não só nos palcos, mas em todas as frentes. “Todos os artistas têm alguma particularidade. A Maluria é uma banda de rock com pegada punk que traz o feminismo para um universo machista. Um trio que canta letras fortes e refrões com frases que grudam na cabeça”, comenta Leo.

Crítica | Influencer de Mentira

Engenharia do Cinema Atualmente é impossível você não ter se envolvido em algum desentendimento ou até mesmo tentativa de cancelamento na internet (se já não foi). Em “Influencer de Mentira” estamos falando de uma produção que exatamente procura ter sua base no meio deste universo da internet, porém o quão ele é importante para você ter uma boa vida em seu dia a dia. Mas o roteiro de Quinn Shephard (que também assina a direção), parece que em sua primeira metade joga os ingredientes para uma excelente narrativa, mas quando entra na batida do bolo, lembrou de jogar outros compostos que não tinham nada haver. A história gira em torno da jornalista Danni (Zoey Deutch), que vive uma vida pacata e totalmente parada. Mas um dia ela tem a brilhante ideia de fingir que realizou uma viagem para Paris, justamente no mesmo período em que ocorre um atentado fatal na cidade, o que lhe faz ganhar uma enorme fama por conta disso. Imagem: Searchlight Pictures (Divulgação)  Assim como todo filme sobre uma “grande mentira”, somos jogados em duas realidades, que são a fictícia e a real, no universo do longa. Só que Shephard tinha a faca e o queijo na mão para explorar várias e várias situações que a internet promove para o ser humano, e suas consequências nada ortodoxas por conta da cultura do cancelamento. Aqui, isso praticamente não existe, muito pelo contrário, elas são feitas apenas por grupos extremistas (e não por quem prega a paz e o amor, como muito de nós sabemos), uma vez que nos últimos 40 minutos ele transforma o filme em uma verdadeira cartilha anti-armas (sim, o filme muda o foco por completo!).     E isso acaba sendo totalmente estranho, uma vez que temos como protagonistas nomes fortes como Deuth (que já mostrou que casa neste tipo de personagem, vide a série “The Politician”) e Dylan O’Brien (que faz um influencer maconheiro, e está bem divertido no papel), são envoltos a situações genéricas, pois parece que o roteirista fechou os olhos para a outra realidade que poderia ser explorada. Então ele joga tudo no colo da personagem Rowan (Mia Isaac), que é totalmente clichê, desinteressante e uma verdadeira mistura de Malala com Greta Thunberg. “Influencer de Mentira” acaba sendo uma crítica genérica às redes sociais, onde a realidade mostrada neste enredo remete apenas a galera que mira em fazer a “paz e o amor”, com suas postagens.