Crítica | Respire!

Engenharia do Cinema Essa série é um típico exemplo de que a Netflix realmente não está interessada em exercer um bom conteúdo, e que faz total sentido. É apenas mais uma produção que tem o intuito de vender o quão a “protagonista feminina é melhor do que quaisquer homens que dividem a cena”. “Respire!” tem uma premissa que realmente poderia funcionar, caso os roteiristas tivessem trabalhado melhor as situações colocadas, e não dividir apenas com um mero “porque sim!”. A história é centrada em Liv (Melissa Barrera), que após perder um voo resolve pagar uma dupla de pilotos para conseguir embarcar o mais rápido possível. Porém, após a aeronave sofrer uma pane, ela acaba caindo em uma floresta e a mesma se torna a única sobrevivente. O que lhe faz ter de agir sozinha, para tentar conseguir ser resgatada. Imagem: Netflix (Divulgação) Chega a ser engraçado, mas o roteiro de Brendan Gall, Martin Gero e Iturri Sosa tenta a todo custo vender que a Liv é uma verdadeira super-heroína e consegue fazer às mil e uma atividades na floresta, mesmo com ela não sendo escoteira ou até ter tido um conhecimento prévio de algumas coisas. Tudo é meramente jogado em cena e ela consegue na maior facilidade de um Rambo ou MacGyver, enquanto os pilotos são vendidos como dois homens burros, ignorantes e malvados (mesmo com Liv também agindo com grosseria com eles). Isso acaba “justificando” a saída deles da forma mais esdrúxula o possível (com um objeto alojado em suas pernas, e uma consequência fatal aleatória por causa disso). Embora Barrera já tenha mostrado que é uma boa atriz, e consegue dominar a cena sozinha durante boa parte da projeção, a direção da dupla Maggie Kiley e Rebecca Rodriguez (onde cada uma dirige três, dos seis episódios) não consegue captar boa parte da atmosfera claustrofóbica e tensão que Liv passa no meio da floresta. O motivo chega a ser banal, pois isso é quebrado por flashbacks com o passado da personagem e serve apenas para conhecermos mais da mesma. Datado o estilo de narrativa, isso não poderia ser executado, pois estamos falando de uma personagem que está sozinha em uma floresta e a única “ameaça” que o roteiro tem a audácia de criar é um urso “vegano” (não estou brincando) e chuvas homeopáticas. “Respire!” acaba sendo mais uma minissérie da Netflix, que nos faz respirar fundo em cada erro grotesco que é apresentado, pois trata-se de uma narrativa que apenas procura enaltecer uma protagonista genérica.
Inocentes lança EP com duas faixas inéditas; ouça!

“Punk rock direto, urgente e sem delongas”, é assim que a veterana Inocentes classifica o novo EP, lançado na última quinta-feira (28) nas principais plataformas digitais. Com duas faixas, Queima e Eu Vou Ouvir Ramones, o trabalho resgata o punk dos primórdios da banda paulista. “É uma porrada sonora, mas com a cara do Inocentes. Não é hardcore, não tem mistura, é o mais puro punk rock nascido nas ruas de São Paulo”, explica o vocalista Clemente Nascimento. Para compor a faixa título de Queima, que ganhou um lyric video desenvolvido por Gustavo Cordena, o vocalista conta que se inspirou através da relação estreita entre os acontecimentos no Brasil e no mundo. “Está tudo interligado e interdependente. Quando a floresta amazônica é queimada, não chove no sul do país e diminui a produção, e por aí vai. Esse avanço das posições extremistas pelo mundo, a ignorância institucional e institucionalizada em todas as esferas sociais, o capitalismo selvagem e sem controle é um desastre para a civilização, ou encontramos uma alternativa ou a antiga Nova Ordem Mundial vai pro saco, aliás já está indo”, reflete. Já Eu Vou Ouvir Ramones, foi composta pelo guitarrista Ronaldo Passos, que assume os vocais na faixa. “A ideia da música foi pelo fato de eu mesmo ter adotado o hábito de ouvir Ramones em diversas situações. É uma nova maneira de também dar um fod*- se”, revela o guitarrista. “Não foi a primeira vez que o Ronaldo assumiu os vocais”, conta Clemente. “Pra mim é legal, pois a letra tem aquele humor característico dele, humor ácido, que eu não ia conseguir reproduzir”, completa. Queima foi gravado no estúdio Wah Wah, com a produção de Michel Kuaker, uma vontade antiga da banda. “O Kuaker é muito talentoso e tem conhecimento técnico para capturar a banda com uma qualidade, além do bom gosto nas sugestões e mixagem. E o Alexandre Algranti da Black And Roll Recordings fez a produção executiva, viabilizando tudo, equipamentos e masterização, para que a gente chegasse nesse resultado que todos curtiram muito”. O EP também está disponível em NFTs, colecionáveis e que podem ser negociados. “Acho que vamos ser uma das primeiras bandas brasileiras a lançar fonogramas em NFTs”, arrisca Clemente, que deixa também um alerta para os mais desligados: “O Inocentes está vivo e produzindo”. Além de Clemente Nascimento (voz e guitarra) e Ronaldo Passos (guitarra), o Inocentes é composto por Anselmo Monstro (baixo) e Nonô (bateria).