Registro seminal do punk brasileiro chega em formato digital e vinil
Uma das bandas pioneiras do punk brasileiro, a Ratos do Beco lançou um cru e pesado registro em todas as plataformas de música e como um vinil de de 7” com a gravação de um ensaio. São Paulo, Setembro de 1978 é um álbum histórico e inédito que chega junto de um encarte com um material jornalístico e fotográfico para contextualizar a cena da época. Criada por Miguel Barella (Agentss, Voluntários da Pátria e Blue Beast), RH Jackson (parceiro de João Debruço no disco Caracol, parte do Low Key Hackers e produtor de importantes bandas como Ira!, Fellini e Ratos de Porão), Guilherme Xepa e Roberto Refinetti, todos ainda em tempo de escola, a Ratos do Beco surgiu antes de terem palcos disponíveis para o tipo de som que faziam e durou somente por três meses no fim de 1978. Por falta de locais para se apresentar, os ensaios do grupo se transformaram em shows. Sempre apareciam amigos interessados para ouvir a “música punk” – além dos curiosos ocupantes dos carros que paravam no farol em frente à garagem, onde a banda ensaiava com a porta estrategicamente aberta. Eles voltavam para ouvir a música de perto e perguntar que estilo era aquele. Um desses ensaios foi gravado em fita de rolo, guardada por Barella, e se materializou neste vinil, quase 45 anos depois. O resultado é um documento fiel e detalhado da estética e espírito de uma época. Traz quatro composições originais dos Ratos do Beco, um trecho de Now I Wanna Sniff Some Glue dos Ramones, e dá uma ideia do que poderiam ter sido os shows que não aconteceram. Com digitalização no Estúdio MOSH e masterização para vinil no Reference Mastering Studio por Homero Lotito com orientação estética de Miguel Barella, o vinil ganha cópias limitadas e em alta qualidade via Polysom, com um lançamento do selo Nada Nada Discos.
Glaw Nader transforma em jazz negro a obra de Baden Powell muitas vezes embranquecida
Em seu disco de estreia, Tempo de Amor, a cantora e compositora Glaw Nader faz um resgate do repertório de Baden Powell, instrumentista e compositor negro imortalizado até então, principalmente, por vozes brancas. Glaw faz da sua arte um caminho para ressignificar a música afrobrasileira e trazer de volta o protagonismo para artistas negros relegados ao segundo plano e com este lançamento, a artista dá um grande passo em direção a isso. “A inspiração musical e estética desse lançamento está intimamente ligada ao trabalho da minha carreira, que é o de reverenciar a música afrobrasileira, bem como os compositores negros e através da minha voz, reivindicar o lugar de protagonismo. A escolha pela obra de Baden Powell vem exatamente desse desejo de dar uma voz negra para suas composições, que foram consagradas em vozes brancas”, resume Glaw. O álbum Tempo de amor é o debut de Glaw Nader, com um repertório que coloca a negritude em primeiro plano – não só a de Baden Powell, como a da própria cantora. Nos arranjos, surge a presença marcante de instrumentos de percussão e um violão modal que remete ao estilo tão característico do próprio homenageado. O disco é guiado pelo vocal potente de Glaw e uma banda formada por metais, percussão, violão, baixo, bateria e teclado. Os arranjos são do guitarrista Samy Erick e incluem clássicos da MPB em suas 14 faixas. A realização do projeto celebra, com novas cores, um repertório tão intimamente conhecido pela cantora, desde que estudava os afro-sambas para o Duo Alma e Raiz, formado ao lado do violonista Wagner Raposo a partir de 2016. Agora, Glaw mergulha ainda mais profundamente na obra de um dos instrumentistas e compositores mais importantes da música brasileira, mas faz isso sob a perspectiva de uma intérprete que valoriza a história do autor e a sua própria, sua pele e sua voz. “Amor é fazer aquilo que você sente que é a verdade da sua vida. Ao selecionar o repertório, a temática de amor e dores de amor ficou marcante e, com o tempo, a ideia do álbum foi ganhando mais forma”, afirma Glaw.
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Quarto show do Coldplay em São Paulo tem Sandy no palco
No quarto show do Coldplay em sua grande passagem por São Paulo, a banda mostrou que ainda tem muita energia para agradar as mais de 70 mil pessoas presentes no Estádio do Morumbi. Antes da grande performance do dia, Elana Dara e Chvrches aqueceram a noite chuvosa na cidade. Destaque para a vocalista Lauren Mayberry, que entregou muito na voz durante toda a apresentação da banda. Coldplay Com um início avassalador com Higher Power, Adventure of a Lifetime, Paradise e The Scientist, o Coldplay entregou um dos melhores momentos da sua apresentação logo de cara. Todas as músicas vieram acompanhadas de fogos de artificio e um show de luzes já famoso durante as performances da banda. Durante o passar das músicas, é notável que o publico da uma amornada, mas nada que abale a felicidade de Chris Martin e cia, que pareciam realizar a sua primeira apresentação em território brasileiro. Aliás, o vocalista surpreendeu no domínio da língua portuguesa ao agradecer o público por ter superado a chuva e o trânsito para assisti-los. Na metade do show, algumas músicas não contam com todo o espetáculo de cores, contudo, isso não atrapalha nem um pouco na experiência. Ademais, já para o final, a banda fez uma ótima performance de A Sky Full of Stars, digna de encerramento de show. E foi o que eles fizeram, após o término da música, Chris se despediu e a banda rumou ao backstage… Mas ainda tínhamos um pouco mais de show. Participações especiais Após cerca de cinco minutos, o Coldplay retornou junto de Lauren Mayberry, vocalista do Chvrches, para tocar Cry Cry Cry. Este foi o debute da canção durante a turnê Music Of The Spheres. Sandy também marcou presença e fez um lindo dueto com Chris Martin em Magic. A cantora também cantou Quando Você Passa. Vale ressaltar o quão bem recebida a artista foi pelo público presente no estádio. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Sandy (@sandyoficial) Fechando a apresentação, o grupo trouxe Humankind, Fix You e Biutyful. Em todas, mais uma vez a produção se destacou trazendo um espetáculo visual para o público presente. Em resumo, Chris Martin e todo o Coldplay merecem o sucesso arrebatador da banda no Brasil. Mesmo em sua quarta performance dessa turnê no país, os músicos parecem não se cansar da gente e trazem uma positividade e alegria durante todo o show. Além disso, o espetáculo de luzes é um adicional gigantesco que faz o grupo ser uma das melhores atrações para ser ver ao vivo atualmente. Agora, o conjunto se apresenta mais duas vezes em São Paulo (17 e 18/03). Logo depois, eles vão até Curitiba onde tocam nos dias 21 e 22/03. A turnê no país será finalizada no Rio de Janeiro, onde o Coldplay fará três shows (25, 26 e 28/03).