Artistas promovem evento em homenagem a vida e obra de Canisso

Na próxima terça-feira (18), acontece o “Canisso Para Sempre”, festa que tem como iniciativa celebrar a vida e obra de José Henrique Campos Pereira, conhecido nacionalmente como Canisso, emblemático baixista da banda Raimundos, que faleceu no dia 13 de março, em Brasília.  O evento acontece no Goela Bar, em São Paulo,  para homenagear o músico e artista que fez história na cena do rock nacional. No line-up, artistas amigos que conviveram com o músico. Entre eles, participação especial de BNegão e discotecagem de João Gordo e Mancha. Toda a renda a partir da venda de ingressos será revertida para sua família. A festa é organizada por Os Pitais, grupo do qual o Canisso participava, projeto consiste em um grupo de músicos e produtores que se reúnem para fazer apresentações de forma voluntária em hospitais e outras instituições. Em cada apresentação, uma nova formação é organizada, conforme a agenda dos participantes. Serviço: Dia 18 de abril (terça-feira) Local: Goela Bar. Endereço: Rua Fidalga, 396 – Vila Madalena – São Paulo/SP Horário: a partir das 18h. Ingressos: R$ 200 (Welcome drinks Jameson e cerveja Budweiser – porções e petiscos) Compre aqui Participações: Os Pitais com Andreas Kisser, Kiko Zambianchi, Trouble, Nana Goes, Éder Chapolla, Daniel Weksler, Filipe Fi, Martin Mendonça, Rafael Mimi, Johnny Monster, João Davi, Antônio Frugiuele, João Davi, Edu Escalier, Lefe, Yohan Kisser, Fernando Nunes, Rodrigo Luminatti e Esteban Tavares. Participação especial: BNegão. Discotecagem: João Gordo e Mancha. Evento para maiores de 18 anos.

Jully divide o vocal com Marano em Out of Time, uma canção que pede socorro

“O planeta está pedindo socorro, está nos mostrando que precisamos mudar nossas ações e conduta. É tempo de despertar e fazer o que é necessário. A mudança começa com cada um de nós.” Na declaração acima e no nono single do álbum S.O.S., a cantora e compositora Jully avisa que o tempo para impedirmos maiores catástrofes na Terra está acabando. Engrossando o coro dos que se preocupam com o que vai ficar para as próximas gerações, o cantor Marano divide os vocais com ela em Out of Time, canção em inglês. Eles cantam: “They run all over the place looking for pieces of paper / Living their lives in screens , illusions of eternal  fame / There’s smoke hanging in the air above their corrupted minds / There is so much crying  and gnashing of teeth, but nobody cares” (em tradução livre: “Eles correm por toda parte procurando pedaços de papel / Vivendo suas vidas em telas, ilusões de fama eterna / Há fumaça pairando no ar acima de suas mentes corrompidas / Há tanto choro e ranger de dentes, mas ninguém se importa”). Mais do que um pedido de socorro, a letra traz a constatação de que não há mais tempo para viver uma vida superficial. Dirigido por Jully, o clipe reúne imagens de destruição a animações que nos remetem a muitos elementos contemporâneos, como por exemplo símbolos ligados a redes sociais. Para a artista, é tempo de se reavaliar valores e abrir os olhos para um mundo que está cada vez mais doente: “Tem a questão da ilusão criada pelas redes sociais: as pessoas passam a vida se expondo, na busca de preencher seus vazios. Apesar de muitos amigos na rede, o índice de pessoas com depressão no mundo é alarmante. E tem essa busca desenfreada pelo dinheiro enquanto nossa casa, que é o planeta, está morrendo, pegando fogo, sendo alagado.” Já Marano, que foi baixista d’A Banda Mais Bonita da Cidade e agora trabalha sua carreira solo, nessa participação, viveu uma retomada de valores nos quais sempre acreditou. “O que me puxou primeiro para música foi a melodia. A letra veio muito forte! Não é um pedido para apertar um botão e resolver tudo agora, porque a gente não tem essa mágica nas mãos. Ela me tocou no sentido das pequenas mudanças de velhos hábitos. Além de tudo que a gente fez ter sido muito bonito, Jully e Grenville me convidaram a voltar para o veganismo sem falarem uma palavra sobre isso. Desde esse dia eu não como mais carne.” Produtor e multi-instrumentista, Grenville Ries trabalhou com programações e experimentações em Out of Time, que é mais uma das faixas de S.O.S. mixadas pelo Carlos Trilha. Com relógios mostrando que o tempo está acabando, a capa é assinada por Levindo Carneiro. “O mais legal desse encontro é que eu queria muito conhecer pessoalmente o Mr. Grenville e a Jully. É uma mistura de gerações, de cabeças antenadas e cabeças artísticas, com toda uma produção excêntrica do Grenville… E eu e Jully ali, em um momento nosso”, resume Marano. Out of Time é o último single do álbum poliglota S.O.S., que será lançado em maio com mais sete faixas inéditas e todas as outras já divulgadas por Jully: Libertação, Humanizar, The Beginning, Somos Todos Um, Distopia, Tears of Fireflies, Milk e Stolen Babies.

Crítica | Super Mario Bros: O Filme

Engenharia do Cinema Há anos Hollywood tentava conseguir convencer a Nintendo de tentar ceder os direitos de “Super Mario Bros“, para realização de um novo longa-metragem (esquecendo totalmente o terrível filme de 1993). Adquirido pela Universal Pictures, o estúdio colocou sua divisão de animação Illumination (responsável por franquias como “Meu Malvado Favorito“) para conceber o projeto. Depois de muita ansiedade dos fãs, finalmente o grande dia chegou e o próprio chegou aos cinemas honrando o que prometeu: 90 minutos com pura nostalgia e entretenimento.  A história começa com os irmãos Mario e Luigi, que acabaram de abrir sua própria firma de encanadores e não estão tendo seus dias de glória. Eis que após tentarem sanar um problema na sua cidade, acabam sendo enviados (por intermédio de um cano) para um mundo totalmente paralelo e separadamente. Então o primeiro acaba tendo de se juntar com a Princesa Peach e seus aliados, para salvar seu irmão das garras do temido Bowser (que lhe fez de refém). Imagem: Universal Pictures (Divulgação) Começo enfatizando que foi nítido que a Universal Pictures se juntou com a Nintendo, com os produtores e roteirista do longa (Matthew Fogel, de “Minions 2“) e os dois primeiros falaram “joguem o jogo! Embasam tudo nos que foi mostrado lá!”. E realmente a lição de casa foi feita, pois a sensação de nostalgia e referência aos jogos é nítida desde os primeiros minutos. Porém, tudo não soa como easter-eggs vazios, e sim passagens necessárias na história.     Um claro exemplo é a dupla de diretores Aaron Horvath e Michael Jelenic ter colocado sutilmente vários destes, de formas técnicas. Sejam personagens icônicos como figurantes no cenário, situações que remetem ao game por intermédio dos enquadramentos da câmera e aproveitar ao máximo a quantidade de referências que podem ser inseridas na trama. E o roteiro é ciente que estamos falando de um jogo que nunca teve uma grande história, mas sim uma grande fama e carinho pela maioria das pessoas pelo mundo. Nisso, o próprio se embasou em um estilo de humor pastelão (remetendo clássicos como “O Gordo e o Magro” e “Chaves“) para ser o gênero de fundo e funcionou (tanto que o riso se torna constante, em algumas situações, como a Princesa Peach sempre chegar com uma “patada” em determinas situações). “Super Mario Bros: O Filme” é uma verdadeira aula de como adaptar um game para os cinemas, nos fazendo ficar alegres e agradecidos durante 90 minutos.

Crítica | Air: A História Por Trás do Logo

Engenharia do Cinema Durante meados de 2020, os amigos de longa data Ben Affleck e Matt Damon se juntaram para finalmente abrir sua produtora cinematográfica. Depois de terem feito mais de 20 filmes juntos, agora ambos vão totalmente na contramão da indústria de Hollywood, pois eles não só irão realizar histórias populares e não abordadas nas telonas, como também terão novatos trabalhando por trás das câmeras em todas as funções possíveis. O primeiro título desta iniciativa foi “Air: A História Por Trás do Logo”, cuja direção é assinada justamente pelo próprio Affleck (que também atua aqui) e trata sobre uma passagem interessante na cultura pop: quando Michael Jordan assinou com a Nike para a linha de tênis Air Jordan.  Se passando em 1985, o enredo é focado no executivo da Nike, Sony Vaccaro (Damon) que na época trabalhava como olheiro nesta e estudava levar um potencial jogador de basquete para representar a marca no mercado. Então, ele repara que é possível tentar conseguir fechar uma parceria comercial com o próprio Michael Jordan (mesmo batendo de frente com a Adidas, que na época era muito maior que a Nike). Imagem: Amazon Studios/Warner Bros Pictures (Divulgação) O roteiro do estreante Alex Convery procura primeiramente estabelecer a métrica de colocar todos os personagens no mesmo patamar, e humanizá-los da melhor forma possível. Consequentemente acabamos criando afeição com caracteres chaves como o próprio Sonny, o chefe de Marketing, Rob Strasser (Jason Bateman) e o próprio CEO e co-fundador da Nike Phil Knight (Affleck). E não hesito em dizer que para este filme funcionar, tínhamos de ter empatia pelo trio citado e isso é conquistado.     Como diretor, o próprio Affleck já tinha mostrado em projetos como “Argo” (que venceu o Oscar de melhor filme, em 2013) que realmente sabe como conduzir sua narrativa de acordo com o cenário e temática do próprio. Usando como intermediário cenas de televisão, filmes, enquadramentos em produtos daquela época, ele vai indiretamente deixando nítido o quão estávamos vivendo em uma sociedade diferente da atual e que realmente tudo era mais complexo de ser realizado (pode parecer banal isso, porém datado cenário atual isso é necessário de ser deixado claro, mesmo que sutilmente).     Isso sem falar do excelente trabalho da equipe responsável pela trilha sonora, que colocou grandes clássicos da música como “Can’t Fight This Feeling” (REO Speedwagon), “Money For Nothing” (Dire Straits), “Atomic Dog” (George Clinton) e muitas outras. Tudo com o intuito de casar com a mensagem do enredo que “estamos falando de gigantes, que são Michael Jordan e a Nike”. E isso funciona, pois não deixa a pegada do longa monótona (uma vez que o próprio é regado a diálogos, e o público atual divide a atenção com o celular). Como estamos falando de um filme regado a diálogos, as atuações são realmente muito boas, mas honestamente, não existe nenhuma que nos faça falar que é “digna de Oscar” ou algo do gênero. São apenas boas, dentro de suas tonalidades.  “Air – A História Por Trás do Logo” faz jus ao que vamos ver na parceria entre Ben Affleck e Matt Damon: histórias reais, interessantes e bem conduzidas.

Crítica | Mistério em Paris

Engenharia do Cinema Depois de “Mistério no Mediterrâneo” ter sido um dos filmes mais assistidos na história da Netflix, em seus três primeiros dias (com 30 milhões de acessos), em 2019, era certo que a plataforma iria investir em uma potencial franquia. “Mistério em Paris” não apenas traz novamente a dupla Adam Sandler e Jennifer Aniston no papel do casal de detetives Nick e Audrey, como também o roteirista James Vanderbilt (que também cuidou do roteiro do quinto e sexto “Pânico“). Mesmo não se tratando exatamente de uma comédia, a franquia consegue homenagear o estilo de Agatha Christie consideravelmente. Após os eventos do primeiro longa, o casal Nick e Audrey resolveu investir todas suas economias em uma agência de detetives particulares. Mesmo com vários casos resultando em fracassos, a dupla nunca deixou a peteca cair. Então, eles são convidados para o casamento de um amigo de longa data (Adeel Akhtar) com Claudette (Mélanie Laurent), até que o próprio acaba sendo sequestrado na própria cerimônia, o que fará os próprios investigarem o ocorrido por conta própria. Imagem: Netflix (Divulgação) Parece que depois de vários longas com qualidades horrendas, o próprio Adam Sandler decidiu reavaliar o que realmente funcionava e deveria ser colocado nos seus filmes (uma vez que eles são feitos por sua produtora, em 90% das vezes). Apesar das suas famosas esquetes humorísticas diminuírem (o que é bom, dentro do contexto desta eventual franquia), a graça se dá em algumas situações naturais e absurdas que são criadas pelo contexto da trama (com destaque para uma inusitada cena de ação em Paris). Usufruindo da sua química com Aniston (que realmente é muito boa), o roteiro sabiamente opta por explorar a veia cômica de alguns atores como Enrique Arce (o Arturo de “La Casa de Papel“, que rouba a cena) e John Kani (que volta a viver o Coronel Ulenga) com o estilo carrasco de Mark Strong (que interpreta o agente Miller). Dentro da premissa, isso acaba sendo válido até mesmo por se tratar de uma produção com o cenário de “quem será o vilão?”. “Mistério em Paris” consegue se estabelecer como mais uma boa produção de Adam Sandler, mostrando que o próprio está aos poucos voltando a fazer filmes divertidos e com qualidade.