Nasi, do Ira!, participa do novo EP da TESS; ouça Mod

O novo EP da Tess, projeto liderado pelo cantor, músico e compositor gaúcho Daniel Tessler, resgata suas raízes musicais, a começar pelo próprio título, Mod. A escolha é uma homenagem explícita ao movimento iniciado na Inglaterra nos anos 1960 que revelou bandas como The Who e The Kinks. O impacto do movimento Mod na cena cultural foi tão forte, que reverberou na década seguinte, desencadeando o surgimento de outro gênero importante, o punk. Para fortalecer ainda mais a ideia que rege o trabalho, Tessler convidou outro fã notório da estética Mod. Nasi, o lendário cantor do Ira!, participa da música Eu Ando Pra Frente. “Daniel Tessler é um artista talentoso que apresenta as qualidades de alguns dos guitarristas do cenário Mod que eu mais gosto e suas novas músicas retratam muito bem isso”, comenta Nasi. “O Nasi sempre foi uma referência pra mim. Ele representa o Norte dentro de uma filosofia roqueira que eu tento praticar. Assim que o EP começou a tomar forma, eu o convidei para fazer uma participação especial. Ele aceitou e aí está! A presença dele é o maior selo de aprovação que eu poderia querer”, declara TESS, com orgulho. A potente Eu Ando Pra Frente, assim como as outras três faixas previamente divulgadas (Eu Não Consigo Entender, As Bruxas e Trauma Beat), exibe uma estrutura simples e direta, sem muitas mudanças de andamento ou arranjos super elaborados. O repertório do EP é conciso e as músicas transmitem uma sensação revigorante de underground capaz de colocar um sorriso no rosto até daqueles ouvintes mais rabugentos. Mod foi gravado no estúdio Track 74 (São Paulo) com produção do próprio Tessler, que demonstrou habilidade ao encontrar uma sonoridade que combina a alta fidelidade das produções atuais com o timbre glorioso das gravações da era pré-digital. E assim que rangem os primeiros acordes, vem à tona aquela energia mágica de som de porão, rock and roll cru e barulhento como se fazia antigamente.
Jully lança SOS, álbum que é um pedido de socorro para a Terra

Depois de chamar a atenção para os problemas do planeta através de nove canções lançadas entre o final de 2020 e 2023, a cantora e compositora Jully lançou o álbum SOS em sua versão final: além dos singles, sete novas faixas trazem temas que só uma ativista como ela conseguiria colocar em pauta no mercado da música. A própria faixa-título já começa dando um recado e, com a parceria da cantora franco-brasileira Virginie Boutaud (mais conhecida pelo início da carreira junto à banda oitentista Metrô), deixa claro em duas línguas que é preciso cuidar do mundo todo: “O planeta pede paz”, recita Jully já na introdução. “O álbum SOS é um pedido de socorro do planeta e dos outros animais que aqui habitam, os quais estão sendo dizimados por nós, seres humanos. Está na hora de entendermos que somos todos animais moradores deste planeta, e todos merecemos ter nossos direitos básicos respeitados, independente da espécie ou qualquer outra classificação que nos defina. Fazemos parte da Terra, e precisamos entender que, sem a natureza, não somos nada”, afirma Jully, recém-premiada na categoria Música Eletrônica do Prêmio Profissionais da Música 2023, realizado entre os dias 2 e 3 de junho. A cantora e compositora já trouxe a questão dos animais à tona em Somos Todos Um, cantou a morte e a apatia vivenciada no Brasil da pandemia em Distopia, convidou o ouvinte para uma mudança individual em Tears of Fireflies e chamou a atenção para a covardia de humanos com os animais em Milk e em Stolen Babies. Humanizar deu um feedback sobre o impacto do que tem sido feito com o planeta e The Begining falou sobre cuidar da Terra e buscar outras formas de interação com o planeta. Em Libertação, Jully enfatizou que todos os seres deveriam ter seus direitos básicos respeitados. Em Out of Time, avisou que o tempo para impedirmos maiores catástrofes na Terra está acabando. Músicas lançadas em português, em inglês e agora em francês, para o mundo ouvir e refletir, já estão disponíveis nas plataformas formando uma narrativa completa em plena Semana Mundial do Meio Ambiente (5 a 9 de junho). “Durante a pandemia senti um forte chamado para trazer, através da música, mensagens de consciência e transformação, em prol de um mundo mais ético e justo para todos os seres. Quando produzi ‘Somos Todos Um’, primeiro single que lancei deste álbum, senti um chamado a elevar a voz dos animais e dar visibilidade para eles. A sexta extinção em massa está em andamento e continuamos nos ocupando com valores superficiais e ultrapassados.” Ouça SOS, de Jully
Crítica | Desaparecida

Engenharia do Cinema Após o estrondoso e inesperado sucesso de “Buscando…“, em 2018 (custou US$ 880 mil, rendeu cerca de US$ 75.2 milhões mundialmente), era óbvio que a Sony Pictures iria investir em uma continuação. Embora não continue os eventos do citado, “Desaparecida” mostra um outro caso de desaparecimento, mas na mesma pegada de narrativa, pela qual acompanhamos tudo na tela de um computador, por intermédio de chamadas de Skype, WhatsApp, sites e até aplicativos desktop. Após perceber que sua mãe Grace (Nia Long) não retornou de uma viagem para a Colômbia, com o novo namorado, June (Storm Reid) começa uma enorme busca pela própria, mas direto dos EUA. Este é o típico suspense, onde quanto menos soubermos do enredo, será melhor. Imagem: Sony Pictures (Divulgação) Um mérito deste projeto, são os roteiristas Will Merrick e Nick Johnson (que também assinam a direção) estarem cientes das novas possibilidades que poderiam ser feitas neste projeto, e que fossem além do que já deu certo no antecessor (que são os populares plot-twist). Como o cenário de comunicação da internet evoluiu bastante, desde o lançamento do original, agora existem novas redes, maneiras e canais que June utiliza na busca de sua mãe. E realmente Reid consegue exercer várias tonalidades diferentes em sua interpretação, principalmente nas cenas que exigem uma carga dramática mais densa. O mesmo pode-se dizer de Joaquim de Almeida (“Velozes e Furiosos 10”), que facilmente consegue conquistar o espectador por conta do nítido carinho que ele aparenta ter com a citada. “Desaparecida” foi uma grata surpresa neste ano, e consegue ser muito mais audaciosa e original com relação ao longa antecessor.