Eric Clapton vem ao Brasil para três shows com Gary Clark Jr
The Cure vai do culto à festa de hits em show histórico em São Paulo
Foram necessários dez anos até o The Cure retornar ao Brasil. A quarta passagem de uma das bandas mais importantes da história do rock britânico pelo país foi no encerramento do Primavera Sound, no domingo (3), em São Paulo. Durante 2h30, Robert Smith comandou uma apresentação mesclada de culto e festa com os hits. Songs of a lost world, álbum anunciado em 2019, teve três faixas tocadas pela banda, inclusive Alone, que abriu o show. Enquanto a banda apresentava o instrumental, Smith caminhou de ponta a ponta para contemplar o público. Pictures of You, presente no clássico Disintegration (1989), disco mais lembrado pela banda no show, veio logo na sequência. Aqui já era possível ver muitos fãs chorando na frente do palco. Passeando por álbuns clássicos como Wish, The Head on the Door e Disintegration, o The Cure promoveu uma verdadeira viagem no tempo. Impossível não recordar de lembranças afetivas ouvindo essas canções. In Between Days e Just Like Heaven, em sequência, renderam os primeiros sing along mais fortes do público. Ao término de cada canção, Smith com sua cabeleira desgrenhada era saudado pelos fãs aos gritos de “Robertinho”. Sem entender, o músico perguntou o que os fãs estavam gritando, recebendo como resposta a tradução para “Little Robert”. Endsong, a terceira e última do álbum inédito do The Cure, fechou a primeira parte do show. O intervalo foi bem curto. Na plateia, os mais novos gritavam por mais, enquanto os mais velhos apenas choravam e demonstravam a alegria de estar próximo dos ídolos. É preciso destacar que muitos ali eram crianças na última vez que o grupo veio ao Brasil, em 2013. Outros estavam ali pela quarta vez, após as apresentações de 1987 e 1996, quando tocou no Hollywood Rock. O primeiro bis veio com mais cinco canções: It Can Never Be the Same, Want, Charlotte Sometimes, Plainsong e Disintegration. Mas a comoção maior veio na sequência, com o segundo bis. Aqui, o clima sombrio com trilha gótica deu espaço para os maiores hits do The Cure. Lullaby, Friday I’m in Love, Close to Me e Boys Don’t Cry vieram quase em sequência. Da contemplação para a euforia. O clima de culto gótico deu espaço para uma festa insana na pista. Em 2h30, Robert Smith SetlistAlonePictures of YouHighA Night Like ThisLovesongAnd Nothing Is ForeverBurnFascination StreetPushIn Between DaysJust Like HeavenAt NightPlay for TodayA ForestShake Dog ShakeFrom the Edge of the Deep Green SeaEndsong Bis 1It Can Never Be the SameWantCharlotte SometimesPlainsongDisintegration Bis 2LullabyHot Hot Hot!!!The WalkFriday I’m in LoveClose to MeWhy Can’t I Be You?Boys Don’t Cry
Bad Religion dá aula de punk rock no Primavera Sound
A régua para o Bad Religion no Brasil é muito alta. Com inúmeras passagens pelo país, os fãs mais fervorosos já o acompanharam em bares menores e com repertório cheio. Em Santos mesmo já foram dois shows memoráveis, na Jump e na Capital Disco. Mas nada tira o brilho de ver Greg Graffin, Jay Bentley e Brian Baker juntos em um palco maior. A entrega é de alto nível do início ao fim. Uma aula de punk rock que fez muita gente cantar junto na frente do palco principal, onde aguardavam pelo The Cure. O set trouxe muitos petardos da carreira, de Generator até Los Angeles Is Burning, passando por hits como American Jesus e 21st Century (Digital Boy), que marcaram época com videoclipes na MTV. Com Jay Bentley afinadíssimo nos backing vocals, o público também foi brindado com as melódicas My Sanity e Sorrow. Punk Rock Song, Do What You Want e Fuck You colocaram o público para pogar como se não houvesse o amanhã em Interlagos. Não foi a primeira vez do Bad Religion em Interlagos, mas mais uma vez eles conseguiram conquistar mais fãs com um show extremamente técnico e vigoroso. The DefenseLos Angeles Is BurningWrong Way KidsWe’re Only Gonna DieAnesthesiaRequiem for DissentInfectedMy SanityBeyond Electric DreamsTomorrowNo ControlDo What You WantRecipe for HateFuck You21st Century (Digital Boy)Punk Rock SongDrunk SincerityCandidateI Want to Conquer the WorldSorrowYouGeneratorFuck Armageddon… This Is HellAmerican Jesus
Após cancelar show no Rio, Beck entrega apresentação dançante em SP
Na noite anterior ao show no Primavera Sound, Beck tinha uma apresentação agendada no Rio de Janeiro, mas cancelou de última hora por questões de saúde. Logo se criou uma incerteza sobre a participação dele no festival. Doente ou não, o músico de 53 anos apareceu em Interlagos. E engana-se quem pensa que faltou disposição. Beck cantou, dançou, deitou no chão e manteve um clima animado do início ao fim. No palco, ele estava acompanhado de músicos renomados do cenário alternativo norte-americano, como o guitarrista Jason Falkner (Jellyfish, The Three O’Clock e The Grays) e o tecladista Roger Manning Jr (Jellyfish, The Moog Cookbook e Imperial Drag). Apesar desse suporte power pop, Beck sempre foi um artista imprevisível. Sua discografia passeia por gêneros distintos como indie rock, bluegrass, funk, eletrônico, hip hop, entre outros. Mas em Interlagos foi mais no rock alternativo que o consagrou em 1994 com o álbum Mellow Gold. Porém, adicionou muitas camadas dançantes também. Aliás, o superhit Loser foi o grande momento do show. Era nítida a alegria de Beck ao ver o público cantando o refrão em alto e bom som. Beck tem uma relação íntima com a música brasileira, que inclui amizades com Caetano Velozo e outros artistas renomados, além de uma lembrança marcante pré carreira. “Meu primeiro show foi do Tom Jobim”, declarou ao público. The Valley of the Pagans, parceria do músico com o Gorillaz, caiu bem no repertório, principalmente pela sonoridade mais dançante. O show de Beck é um prato cheio para quem prefere ouvir música boa ao invés de bla bla bla de “amo o Brasil”, “vocês são lindos” e coisas do gênero. Aqui é música atrás de música. Setlist Devils HaircutMixed BiznessThe New PollutionGirlQué Onda GueroNicotine & GravyThe Valley of the Pagans (Gorillaz cover)WowGamma RayLost CauseEverybody’s Got to Learn Sometime (The Korgis cover)DreamsUp All NightE-ProLoserWhere It’s AtOne Foot in the Grave