O que você está procurando?

Especiais

Resenha: Arctic Monkeys + The Hives em São Paulo

Amy Winehouse, Lilly Allen, Kasabian, Keane, Klaxons, The Kooks, Libertines, muitos foram os nomes surgidos na Inglaterra na década 2000. Hoje, no entanto, ninguém está mais forte que o Arctic Monkeys. Desde seu álbum de estreia, Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not, em 2006, Alex Turner e companhia passaram por várias transformações: no visual, som, postura, mas sempre angariando mais fãs e agradando críticos.

O público brasileiro acompanhou esse amadurecimento da banda, que veio para cá em 2007, 2012 e retornou a São Paulo na última sexta-feira. Tocando pela primeira vez fora de festivais – as duas primeiras foram no Tim Festival e Lollapalooza, respectivamente – o Arctic Monkeys, entretanto, parece ter mantido a fórmula desses eventos, tocando por pouco menos de 1 hora e 30 minutos, tempo semelhante ao da apresentação no Lollapalooza Chicago deste ano.

Nada que tenha desagradado aos fãs, que escutaram 20 canções do grupo e não se sentiram nem um pouco desprestigiados pela falta de interação dos músicos com eles. Se a banda sueca The Hives, responsável pela abertura do evento, exagerou na comunicação com a plateia, o quarteto britânico deixou o clichê “eu te amo, Brasil” para focar em um repertório simples, direto e bem tocado.

Continua depois da publicidade

Iniciou a apresentação com Do I Wanna Know, um dos carros-chefes do álbum AM, quinto álbum de estúdio, lançado no final de 2013. A canção deu a esquentada necessária no público, que enfrentava frio e leve garoa na hora que os músicos subiram ao palco. Snap Out of It e Arabella, ambas do mesmo trabalho, vieram na sequência e mostraram como AM foi bem aceito pelo público.

Mas foi em Brianstorm, do Favourite Worst Nightmare (2007), que o público arriscou seus primeiros pulos mais entusiasmados. Mas nada que mudasse a postura da banda diante dos 30 mil fãs. Alex Turner se manteve frio o tempo todo. Pronunciou alguns “obrigados”, em português, ao término das músicas e não passou disso.

A grande mudança em cima do palco começou na última turnê, que passou pelo Brasil em 2012. Turner virou um galã, cheio de trejeitos e dancinhas. E essa atitude parece ter conquistado as mulheres. O público é composto por mulheres de todas as idades, todas, aparentemente, apaixonadas pelo compositor do grupo.

Mas essa fase Don Juan de Marco se estende aos outros integrantes. Recentemente, o baterista Matt Helders afirmou que a atual turnê chama a atenção pela quantidade de sutiãs arremessados no palco. “Elas escrevem os endereços de e-mail neles”, disse à AFP.

Continua depois da publicidade

O repertório agradou os fãs de todas as fases do grupo. Quase nenhum hit ficou fora do setlist: Crying Lightning, I Bet You Look Good on the Dancefloor, Flourescent Adolescent e 505 foram algumas das faixas mais cantadas pelo público.

No bis, Turner emenda mais três canções de AM: One For The Road, I Wanna be Yours e R U Mine?, todas festejadas pelo público. O final não foi apoteótico, os fãs não explodiram de emoção, mas voltaram com a sensação de ter assistido uma das melhores bandas da atualidade. E, claro, com um gostinho de quero mais, esperando por uma apresentação maior da próxima vez.

The Hives

Os suecos do Hives não tinham a menor pretensão de roubar o posto de atração da noite, mas conseguiram algo importante: conquistaram boa parte do público do Arctic Monkeys. Com um carisma fora do comum, o vocalista da banda, Pelle Almqvist, correu para a galera em quase todas as músicas, conversou muito com o público, arriscou frases engraçadas em português e até levou um tombo.

A postura de Almqvist é conhecida. O vocalista já foi eleito pela Spin Magazine como um dos 50 melhores líderes de bandas de todos os tempos. O grupo não fica atrás. A mesma revista elegeu o Hives como a melhor ao vivo do mundo. E não é exagero algum afirmar isso.

Continua depois da publicidade

Tick Tick Boom, em uma versão interminável, e Hate to Say I Told You So, dois dos principais hits dos suecos, foram cantadas pelo público.

A apresentação foi bem curta, aproximadamente 55 minutos, mas nada que tirasse o brilho. Ao fim, Almqvist disse que espera voltar logo ao País. Mas antes disso, a banda faz um show completo neste domingo, a partir das 20 horas. Ainda há ingressos disponíveis no site da casa.

Créditos: Stephan Solon/Move Concerts

Continua depois da publicidade
Click to comment

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

COLUNAS

Advertisement

Posts relacionados

Agenda

Sensação do metalcore moderno, a banda norte-americana Silent Planet vem pela primeira vez à América do Sul em abril de 2025, com dois shows...

Agenda

A banda canadense Magic! retorna ao Brasil em 2025 para uma turnê em grandes praças. O conjunto se apresenta no festival Capital Motoweek, em...

Especiais

Foram necessários 24 anos de espera até o retorno do Shelter ao Brasil. A banda nova-iorquina krishnacore que marcou época nos anos 1990, principalmente...

Publicidade

Copyright © 2024 - Todos os direitos reservados

Desenvolvimento: Fika Projetos