Tribe fala sobre a produção do álbum de estreia ‘Atlas’

Tribe fala sobre a produção do álbum de estreia ‘Atlas’

Com um som pesado, que lembra bandas como Slipknot, Nine Inch Neils, Muse, entre outras, os brasileiros Rick e Denner, além do britânico Jamie Waite lançam o álbum Atlas, o primeiro do Tribe, banda de Los Angeles (Califórnia), nos Estados Unidos.

O álbum foi “composto naturalmente”, segundo Rick Pivetta (bateria), já que os rapazes chegavam com várias ideias aos estúdios e procuravam combinar letras e acordes na mesma hora. “Fazíamos jam sessions (ensaios) e o álbum foi se compondo naturalmente”, diz ele. Foram 18 meses até o trabalho ficar completo. O disco foi lançado de maneira independente.

O trio foi fundado em 2010. Denner e Rick nasceram em Dourados, no Mato Grosso do Sul, mas se mudaram pra Boston nos anos 2000. Dois anos depois foram pra Londres, onde encontraram o inglês Jamie através de um anúncio na internet. O trio se mudou pra Los Angeles e já está lá há 10 anos.

Em 2013 lançaram o EP Through the Veil (através do véu), que marcou o início da parceria da banda com o co-produtor de Atlas, Erik Reichers (produtor de Bono Vox, Snoop Dogg e James Brown). Na mesma época, em breve passagem pelo Brasil após alguns anos seguidos morando no exterior, o baterista da Tribe esteve em Santos para divulgar o material do grupo.

“L.A. é uma cidade que te tira da zona de conforto. Para permanecer aqui como músico você tem que querer bastante”, explica Jamie. Na visão do baixista, a cidade é muito competitiva, já que possui um número grande grupos.

Tanto é que todos têm trabalhos paralelos, pra segurar a barra. “São várias noites sem dormir, investindo no nosso trabalho e em outros, pra ganhar dinheiro”, explica Rick. Os três mexem com web: Jamie faz edição de vídeos, Denner e Rick fazem manutenção de websites.

Mesmo assim, a cidade da costa dos Estados Unidos ainda é uma opção mais viável ao brasileiro. “O Brasil tem um mercado a ser explorado. Felizmente tivemos muita aceitação, mas sabemos que isso é exceção, não regra”, diz Rick. Por aqui, o cenário alternativo ainda é muito grande e faltam oportunidades dentro das gravadoras, na visão do músico.

Uma diferença positiva é o público. “As pessoas em Los Angeles são mais frias nos shows. Eles não reagem tanto porque estão acostumados com a avalanche de apresentações importantes”, explica Rick. O brasileiro já é mais acalorado, enérgico durante os shows, na visão da banda. Porém, a busca de informação por lá é maior. Por aqui, as grandes mídias (TV, jornais, rádios) ainda são essenciais para que um grupo seja reconhecido, de acordo com eles.

“O americano faz seu podcast, ouve e busca muito. Ele não liga muito mais pra rádios, TV…”, conta Rick.
Voltar ao Brasil está nos planos dos três. Eles planejam fazer shows por aqui no ano que vem. “Quem sabe no verão. Queremos muito, porém primeiro precisamos nos solidificarmos na Califórnia pra alçar voos mais altos”.