by Lucas Krempel

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Com exceção de um pequeno problema no baixo, antes da execução da clássica Money, o ex-Pink Floyd David Gilmour e sua banda apresentaram um show tecnicamente perfeito, na noite de sábado, no Allianz Parque, em São Paulo, para 40 mil pessoas.

Perfeição essa que não vem por acaso. David Gilmour é conhecido por utilizar seu tempo livre para produzir e atuar com o engenheiro de som de palco para nomes como Bryan Ferry, Paul McCartney, The Who, Supertramp entre outros.

E o problema no baixo deixou o músico contrariado. O próprio telão do show ligou a vinheta de Money duas vezes antes de ser interrompido para solucionar o problema no instrumento do seu músico de apoio.

Gilmour, que já tinha demonstrado muito bom humor e ironia na coletiva de imprensa um dia antes, brincou com a situação depois. “A única música que precisa do baixo e ele some”.

O ex-guitarrista e vocalista do Pink Floyd, de 69 anos, pouco falou com os fãs durante o show. Arriscou alguns tímidos “obrigado” entre uma música e outra. Uma rara exceção foi quando apresentou sua banda. Ao anunciar o músico curitibano João de Macedo Mello, de apenas 20 anos, David Gilmour brincou com a reação dos fãs, que aplaudiram de forma intensa o compatriota: “Basta!”, disse aos risos.

João realmente teve uma participação destacada. Apesar de não tocar o show inteiro, foi justo em hits como Money, Us and Them, The Girl in the Yellow Dress e Sorrow que o saxofonista levantou os fãs das cadeiras da pista premium.

O brasileiro foi tão festejado que ofuscou a participação do guitarrista Phil Manzanera (ex-Roxy Music) na hora da apresentação dos integrantes. Produtor do novo álbum de Gilmour, Manzanera tem ligação forte com a América do Sul, tendo produzido Paralamas do Sucesso, Fito Páez e gravado um álbum com Sérgio Dias, dos Mutantes.

Mas o foco principal era todo em cima de Gilmour, com absoluta razão, a principal estrela da noite. A cada solo de guitarra, o público vibrava e acompanhava o músico com suas “air guitars”. O telão, em formato oval, no fundo do palco, mostrava o ex-Pink Floyd em caras e bocas durante seus solos.

Desafeto de Roger Waters, outra grande estrela do Pink Floyd que já se apresentou no Brasil, Gilmour não utiliza grandes pirotecnias para entreter o público. Diferentemente de Waters, o show dele não tem avião explodindo, muro no palco, muito menos porco voando. O foco é único e exclusivo na música.

Um diferencial de Gilmour para outros shows de rock está no intervalo. A apresentação do britânico é dividida em duas partes, a primeira com 70 minutos, a segunda com 80 minutos. Durante pouco mais de 20 minutos, o público pode ir ao banheiro, comprar bebidas, sem se preocupar de perder um momento sequer do show.

O início da primeira parte da apresentação é dedicado para introduzir faixas do novo álbum de Gilmour, Rattle That Lock, que rendeu essa turnê, a primeira do britânico no Brasil. 5A.M., Rattle That Lock e Faces of Stone vieram em sequência.

Outras duas canções de Rattle That Lock também marcaram presença na etapa inicial do show: A Boat Lies Waiting e In Any Tongue.

The Blue, escrita por Gilmour e sua esposa Polly Samson, do álbum On an Island (2006) , dividiu espaço com alguns hits do Pink Floyd na primeira parte do show.

Em Wish You Were Here, Gilmour arrancou o primeiro coro inesquecível dos fãs. Celulares com lanternas ligadas (substituindo os tradicionais esqueiros) embalaram o músico na hora do refrão, principalmente.

A segunda etapa do show de Gilmour prestigiou boa parte dos fãs, que queriam ouvir canções do Pink Floyd. Das 11 faixas tocadas pelo músico, oito foram de sua antiga banda. Destaque absoluto para Sorrow, Time e Comfortably Numb, que levantou o estádio quase inteiro na hora do clássico solo de Gilmour.

Run Like Hell, última antes do bis, surgiu bem pesada, dando um pouco mais de impacto na apresentação “quase” perfeita de Gilmour.

Amanhã, o músico, que repetiu a dose em São Paulo no sábado, faz show em Curitiba (Pedreira Paulo Leminski). Quarta-feira é a vez de Porto Alegre (Arena Grêmio) receber o ex-Pink Floyd. Ainda há ingressos disponíveis para os dois shows no Sul.

Fotos: Francisco Cepeda/Agnews

Set 1
5 A.M.
Rattle That Lock
Faces of Stone
Wish You Were Here (Pink Floyd)
A Boat Lies Waiting
The Blue
Money (Pink Floyd)
Us and Them (Pink Floyd)
In Any Tongue
High Hopes (Pink Floyd)

Set 2
Astronomy Domine (Pink Floyd)
Shine On You Crazy Diamond (Parts I-V) – (Pink Floyd)
Fat Old Sun (Pink Floyd)
On an Island
The Girl in the Yellow Dress
Today
Sorrow (Pink Floyd)
Run Like Hell (Pink Floyd)

Bis:
Time (Pink Floyd)
Breathe (Reprise) – (Pink Floyd)

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David Bowie é uma estrela imprevisível e cercada de polêmicas. Somente nos últimos três anos, ele já foi “aposentado” pelo seu biógrafo, “escalado” para tocar na festa de encerramento das Olimpíadas de Londres e “diagnosticado” com uma doença degenerativa. Nada, no entanto, se confirmou.A quebra do silêncio, após dez anos sem lançar material inédito, foi o primeiro passo da comprovação de que Bowie ainda tem muita lenha para queimar, apesar dos seus 66 anos de vida. Anunciado no início deste ano para o dia 11 de março, o 24o álbum da carreira, The Next Day, já está disponível para audição no site do iTunes. Os fãs podem ouvir as 14 faixas inéditas até o dia do lançamento.E as polêmicas envolvendo Bowie não param por aí. Produtores e músicos comentam o tempo todo sobre a possibilidade da realização de uma turnê de divulgação do álbum. Para entender o motivo da discussão, precisamos retornar a 2006. Naquele ano, o músico desmaiou durante um show na Alemanha e, após uma série de exames, descobriu que teria que fazer uma cirurgia no coração.A estrela de Bowie se apagou. Parecia o fim da carreira de um dos músicos mais influentes do século 20. Boatos sobre a saúde do britânico pipocavam com frequência nos tabloides ingleses.

Na semana do lançamento do primeiro single de The Next Day, We Are We Now, o produtor Tony Visconti disse em entrevista ao tabloide inglês The Sunday Telegraph que Bowie está bem, mas não deverá entrar em turnê.Ele está afiadíssimo. Não perdeu nenhuma célula do cérebro. Só que não quer mais fazer turnês. Não aguenta mais. Mas não descarta fazer um show ou outro. Foi um alívio ouvir isso”, diz Visconti.Se Visconti não acredita em uma turnê do álbum, o guitarrista e diretor musical do artista, Gerry Leonard, já alimenta as esperanças dos fãs. Ele declarou para a revista americana Rolling Stone que acredita que Bowie possa fazer uma turnê. Para Leonard, as chances são de 50%.Leonard reforça sua opinião com os comentários do cantor. “Bowie falava sobre como determinada canção soaria ótima ao vivo”, disse. Para o guitarrista, o fator decisivo seria o cantor sentir o ímpeto pela estrada já que, segundo ele, Bowie está com “um preparo de voz ótimo e em grande forma física”.E, se engana quem pensa que The Next Day seja apenas sobras de estúdio. Visconti afirmou ao The Sunday Telegraph que 29 músicas foram gravadas e que pelo menos quatro delas poderiam dar início a um novo álbum. “Se tudo correr bem, voltaremos ao estúdio no fim deste ano”.O álbum

Os fãs mais saudosistas do Camaleão, que curtem o passado vanguardista dele, vão se deliciar com The Next Day. Da capa às músicas, os admiradores vão encontrar diversas referências aos três álbuns lançados por Bowie no final da década de 1970, período em que morou na Alemanha.A capa traz uma evidência bem explícita, ao estampar um quadrado branco sobre a imagem da arte de Heroes (1977). As canções lembram muito os clássicos de Low (1977) e Lodger (1979).Os refrões são fortes e ficam na cabeça, como no caso das músicas Dirty Boys, Love is Lost, How Does The Grass Grow? e (You Will) Set the World on Fire.Já com seus videoclipes lançados, The Stars (Are Out Tonight) e Where Are We Now são fortes postulantes ao posto de hits do álbum. O vídeo da primeira, inclusive, conta com a participação da atriz britânica Tilda Swinton, Oscar de Atriz Coadjuvante em 2008 (Michael Clayton).Valentine’s Day e You Feel So Lonely You Could Die são duas das mais belas faixas. Com solos de guitarra, piano e arranjo de cordas, as faixas vêm carregadas de emoção. A mesma de quem não aguentava mais ficar sem ouvir algo novo de Bowie.Se uma possível turnê mundial do álbum The Next Day não é confirmada por David Bowie, os fãs brasileiros podem se preparar para uma invasão do britânico em 2014. No início deste ano, a colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo, divulgou que a exposição David Bowie Is virá ao Museu da Imagem e do Som, em São Paulo, em janeiro próximo.Atualmente em cartaz no Victoria and Albert Museum, em Londres, a mostra do Camaleão do Rock apresenta 300 peças relacionadas ao músico. Manuscritos de letras de música, vídeos de turnês, fotografias de artistas que trabalharam com Bowie, vídeos e objetos pessoais são alguns dos tesouros.Conhecido por suas roupas extravagantes, Bowie também liberou cerca de 60 figurinos para a exposição, inclusive a peça original de Ziggy Stardust, de 1972, um de seus personagens mais marcantes. Os trajes de Aladdin Sane e Thin White Duke são outros destaques da mostra.SériesPara quem não aguentar a espera pela exposição, shows ou o próximo álbum do britânico, duas séries inglesas são boas pedidas para os fãs. Life on Mars e Ashes to Ashes, nome de dois clássicos do cantor, narram a história de dois detetives que voltam no tempo após sofrerem atentados e precisam fazer o impossível para retornar aos dias atuais.Life on Mars, focada no personagem Sam Tyler (John Simm), é facilmente encontrada nas principais lojas virtuais. Quase sempre em promoção. Além disso, a série está em exibição no Net Now.Ashes to Ashes não foi lançada em DVD no Brasil, mas está para download em vários sites especializados em seriados. As referências com Bowie vão dos nomes das séries às trilhas sonoras, além de personagens inspirados no músico.Confira os vídeos dos dois primeiros singles de The Next DayWhere Are We Now The Stars (Are Out Tonight)

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