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Crédito: Bruno Miani / A Tribuna

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Garage Fuzz: 25 anos de referência no underground brasileiro; Show especial, em Santos, marca a data

O Charlie Brown Jr. é, muito provavelmente, a maior referência musical de Santos nas últimas décadas. Em 15 anos de carreira, a banda dos finados Chorão e Champignon vendeu mais de 5 milhões de cópias dos seus álbuns. Mas basta ter um pouco mais de atenção para o cenário underground que você encontrará um nome tão ou até mais forte que o Charlie Brown Jr. em seu circuito: Garage Fuzz.

Referência e influência declarada para nomes como Nx Zero, CPM 22 e mais uma penca de bandas que surfaram na onda do hardcore e emo na década passada, os santistas completam 25 anos de história este ano e prepararam um show especial para celebrar a data.

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Neste sábado, a partir das 22 horas, os aniversariantes, acompanhados dos conterrâneos Blackjaw e Jerseys, prometem uma festa histórica no Café Central (Rua Frei Gaspar, 43, Centro de Santos). O repertório deve contemplar, em média, duas canções de cada disco da banda. Entre CDs, demo tapes, vinis e outros formatos são 13 lançamentos na carreira. O último deles, o álbum Fast Relief, lançado no fim do ano passado.

O plus do evento será a captação de imagens para o novo videoclipe da banda, Pay Your Dues, que deverá ser lançado em breve. O ingresso custa R$ R$ 35,00 (lote 3).

A paixão dos fãs pelo Garage Fuzz é algo fora do comum. Lotam casas de shows no Nordeste, Sul, Norte, Centro Oeste, Sudeste, não importa a região. Tais feitos impressionam, inclusive, bandas referências para os integrantes, como a californiana Samiam.

“Uma vez o Farofa (vocalista do Garage) saiu com o pessoal do Samiam na Califórnia e os caras disseram que não conseguem levar tanta gente para os shows como fazemos no Brasil. Eles ficaram impressionados com a força do Garage aqui”, diz o baixista Fabrício Souza.

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E o que dizer da participação do Garage Fuzz na primeira edição do Lollapalooza Brasil, em 2012, quando tirou boa parte do público do MGMT, que se apresentava no mesmo momento e era considerado um show maior? “Estava chovendo muito e o público estava super empolgado lá. Não parava de crescer o número de pessoas na frente do palco. Foi um momento bem especial”.

Mas o que faltou para o Garage Fuzz atingir um nível de popularidade igual ou maior que o do Charlie Brown Jr.? Nada. Eles simplesmente não almejam isso e decidiram ser independentes para sempre.

“Nossas influências são bandas de guitar band, rock alternativo dos anos 1980 e 1990. Então faz mais sentido cantar em inglês mesmo, nada contra quem faz o som em português”.

Convite para virar mainstream não faltou, garante Fabrício. “Na época em que o Raimundos estourou, a Roadrunner (gravadora que lançou discos do Ratos de Porão e Sepultura) nos propôs inserir alguns instrumentos brasileiros e mudássemos nossas letras para português. Isso nunca nos agradou e decidimos manter o nosso próprio estilo”.

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A importância do Garage Fuzz não está restrita apenas às bandas nacionais. Nos 25 anos de carreira, os santistas marcaram presença em vários campeonatos de surf e skate, além de entrar em trilhas sonoras de filmes e álbuns de revistas especializadas nessas modalidades.

“O primeiro vídeo do skatista Bob Burnquist (maior medalhista da história do X Games) tem uma música nossa. E revelou isso para a gente em um show que fizemos para ele”, diz Fabrício.

Mas o que pode estar faltando para uma carreira tão extensa como a do Garage Fuzz? “Queremos uma turnê internacional. Fomos uma vez para Argentina e Uruguai, mas queremos mais”.

Questionado se pensa em parar com as atividades, Fabrício e Wagner são categóricos: “Sem chances. Enquanto tivermos força para subir ao palco, não tem por que parar. Ainda vamos fazer muitas coisas. Já tem música nova sendo preparada, split no forno e vamos gravar um DVD ao vivo em São Paulo, com lançamento para o segundo semestre”.

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###CURIOSIDADES###
###Marcos Butchers, ex-baterista da banda Pin Ups, foi vocalista do Garage em 1992, durante oito meses.

###Champignon, ex-Charlie Brown Jr, fez teste para tocar no Garage Fuzz, mas segundo os integrantes não tinha o estilo da banda.

###Chorão (CBJR) declarou diversas vezes que o Garage era a melhor banda do Brasil.

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###Além de Farofa, Fabrício Souza, Wagner Reis, Daniel Siqueira e Nando Basseto, atuais integrantes, o Garage teve outro membro: Fernando Zambelli.

###A demo tape Daylight, lançada recentemente na internet, ficou mais de 20 anos na gaveta. Motivo? Os integrantes a consideravam ruim.

###Os integrantes do Garage Fuzz tocaram em várias bandas importantes do cenário underground nacional: Psychic Possessor, Ovec, Dead Crabs e Mr Green são algumas delas.

###Fabrício de Souza, baixista do Garage Fuzz, foi o responsável por trazer diversos shows internacionais nos anos 1990 para Santos. Lag Wagon, Backyard Babies, Agent Orange foram algumas delas.

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###Apesar de ser referência em hardcore melódico, o Garage Fuzz nunca teve a intenção de ser uma banda desse gênero. A real influência dos integrantes era o guitar band, o rock alternativo dos anos 1990. Escutavam Hüsker Dü, The Celibate Rifles, Dinosaur Jr, Pixies e The Saints. Com o tempo, passaram a misturar isso com o hardcore californiano, influência antiga dos integrantes.

###Farofa é conhecido por sua presença de palco marcante, mas no início do Garage tocava guitarra e cantava.

###Relax In Your Favorite Chair, primeiro disco cheio do Garage, lançado pela multinacional Roadrunner, foi distribuído em mais 15 países, incluindo França, Alemanha, Inglaterra , Itália, República Tcheca e Benelux (Bélgica, Luxemburgo e Holanda).

###Os integrantes do Nx Zero chegaram a declarar para o pessoal do Garage Fuzz que foi após um show dos santistas no Hangar 110 (SP) que decidiram montar o grupo.

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###Fabrício e Wagner não se incomodam com selfies e fãs filmando os seus shows. “A gente sempre quis fotografar os shows. Mas antigamente era mais difícil”, diz Fabrício. “O cara tá fazendo selfie, mas tá curtindo o nosso show”, diz Wagner.

###Em setembro de 2001, o Garage Fuzz lançou o seu primeiro disco ao vivo, 3500 Days Alive. O álbum foi gravado em Santos, no dia 22 de abril do mesmo ano. Lançado pelo selo paulista Highlight Sounds, o CD motivou outras bandas a gravarem ao vivo, tais como Street Bulldogs, Zumbis do Espaço.

###DISCOGRAFIA###
Daylight (Demotape) (1991)

Garbage Funny Things (Demotape) (1993)

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Relax In Your Favorite Chair (1994)

Four New Songs (Demotape) (1997)

Confortable Dimensions For Suitable Structures EP (1998)

Turn The Page… The Season Is Changing (1999)

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Instant Moments EP (2001)

3500 Days Alive! (2001)

Working On The Title (2002)

The Morning Walk (2005)

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Definitively Alive (2009)

Warm & Cold EP (2012)

Fast Relief (2015)

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