Perto dos britânicos do Iron Maiden, pais do New Wave of British Heavy Metal (N.W.O.B.H.M.), movimento que reergueu o metal no final dos anos 1970 no Reino Unido, à época tomado pelo punk rock, o Anthrax parecia até uma banda pequena. Parecia, mas Scott Ian e Joey Belladonna, dois dos pilares desse grupo norte-americano não se diminuíram.
Com apenas 55 minutos disponíveis para a apresentação no AllianzParque, o Anthrax, que forma com o Metallica, Megadeth e Slayer o Big Four do thrash metal, aqueceu muito bem o público paulistano. Foram apenas oito faixas tocadas, mas o suficiente para incluir Antisocial e Indians, ambas dos anos 1980, além de músicas do último disco For All Kings, lançado no mês passado.
Evil Twin, inspirada no ataque terrorista ao jornal francês Charlie Hebdo no ano passado, foi bem aceita pelos fãs, sendo que muitos deles estavam com a letra na ponta da língua.
Belladonna, que em entrevista ao jornal A Tribuna declarou não entender até hoje o motivo de sua saída do Anthrax nos anos 1990, mostrou estar muito à vontade no palco. Correu de um lado para o outro, conversou com os fãs e estava muito entrosado com os companheiros de banda.
Já o guitarrista Scott Ian, que já foi devorado por zumbis na série de televisão Walking Dead, demonstra
muita técnica e backing vocals precisos no palco.
O grande momento do Anthrax foi na última faixa, Indians, quando o guitarrista Andreas Kisser, da mineira Sepultura, entrou em cena e deixou banda e público extasiados com a sua presença. Enquanto Belladonna levava o brasileiro para dividir os vocais com os seus guitarristas, Kisser demonstrava muita alegria por dividir o palco com os seus amigos.
Um aperitivo e tanto para quem esperava pelo show do Iron Maiden. Já uma apresentação completa do Anthrax no Brasil não deve demorar para acontecer. “Nos vemos no próximo ano”, gritou Scott Ian, antes de se despedir do público.
FOTO: Flavio Hopp / Especial para o Blog n’ Roll