Betina possui a retórica questionadora de uma mulher livre, de uma artista que não quer se prender a rótulos e que acredita no óbvio, no clichê e também no extremo contrário.
A jovem cantora acaba de lançar seu primeiro disco: Carne de Sereia. O álbum está em todas as plataformas digitais de streaming e compra de música e também no Youtube.
Emanando frescor e sofisticação na música feita no Brasil, Betina apresenta nove canções inéditas num “disco bem íntimo, de desabafo e de letras sinestésicas”, segundo ela.
Carne de Sereia abre com trip hop, em Corpo em Queda. E segue por um mar de melodias que transitam por diferentes tonalidades e surgem bem condensadas num álbum que vai do rock ao brega, da baladinha romântica ao hit pra dançar. Cafuné, o primeiro single/clipe lançado é desses. Afinal, todos queremos cafuné!
O disco encerra com Parati, onde Betina também toca ukulele, o instrumento havaiano quem vem associado à cultura de praia e cuja sonoridade dá uma sensação de pôr do sol à beira-mar.
A produção musical de Carne de Sereia é do músico (e apresentador de tv) China, um grande fã da sonoridade retrô da jovem guarda e dos timbres da surf music e da música brega.
“As músicas foram concebidas para a voz de Betina aparecer clara e límpida, como ela é. Estamos falando do disco de uma cantora, então, a música tem que ser a cama macia para a voz dela deitar e rolar. Pensamos na economia de instrumentos para ficar tudo bem enxuto, e criar um clima cool e chique”, diz China.
A mixagem foi feita por Diogo Valentino, da banda Supercordas. Ele – que já trabalhou com Boogarins, Barbara Eugênia, Stela Campos e Holger – traz sua bagagem psicodélica ao disco.
A masterização ficou a cargo de Buguinha Dub, um grande entusiasta da música jamaicana que também é DJ e já trabalhou com bandas como Nação Zumbi, Racionais MC’s e Cordel do Fogo Encantado.
A capa do álbum é uma arte da própria Betina. Ilustradora de mão cheia, ela desconstruiu a sereia bonita que vem à nossa imaginação e criou um ser imperfeito, fazendo alusão à carne. “Por que o que encanta tem que ser perfeito?”, questiona.
Carne de Sereia é a estreia de uma cantora que mergulhou em si e retornou à superfície com mais fôlego.
Saiba mais sobre a curitibana
Desde menina, a curitibana criada no Amazonas soma influências do universo musical e da cultura popular brasileira a seus ideais e intenções.
Em 2011, a cantautora lançou o EP Doses Homeopáticas de Humanidade. Em 2013, sua voz e autenticidade chamaram a atenção do músico BNegão, que a convidou para integrar seu show O Sítio do Picapau Amarelo como a personagem Emília. Betina seguiu no projeto com BNegão & Seletores da Frequência até 2014.
Em 2015 – aos 28 anos – iniciou o processo de concepção de seu primeiro álbum e lançou o clipe Cafuné. Este ganhou o prêmio de melhor música em março de 2016, na 4ª edição do Festival de Clipes e Bandas, em São Paulo.
Betina é formada pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná em Artes Gráficas e desenha desde criança. Trabalhou em algumas agências de publicidade, enveredou pro lado da ilustração e adora trabalhar superfícies não convencionais, como pedaços de madeira que encontra nas ruas.
Ultimamente ela vem experimentando várias técnicas, entre elas o spray, a tinta acrílica e o nanquim. A moça de 28 anos já ilustrou muitos trabalhos dentro do meio musical, como flyers, capas e artes de discos para artistas como Orquestra Contemporânea de Olinda, China, BNegão & Seletores de Frequência, Supercordas, Comanches, Ras Bernardo, Zulumbi, entre outros.