Serguei e Edy Star – As aventuras sexuais dos Inclassificáveis

Serguei e Edy Star – As aventuras sexuais dos Inclassificáveis

por Lincoln Spada***

Sexo, rock e política já são tabus. Mas qualquer assunto se torna mais polêmico quando discutidos pelo cantor Serguei e o glitter Edy Star. Os dois participaram do bate-papo promovido na mostra Inclassificáveis! do Sesc Santos na última sexta-feira.

Famoso por seu romance com a cantora Janis Joplin, Serguei descreveu sua relação amorosa com uma árvore, “em uma tarde de verão, quarenta graus e muito tesão”. O músico já posou nu ao 70 anos à Revista Trip e, aos 79, considera-se sexualmente ativo.

Amante de homens e mulheres, ele brincou que a diferença entre um hetero e um homossexual são seis latinhas de cerveja. “Em um show, lambi uma rosa e joguei na plateia para um fã”. Edy Star cortou a história: “Descarado!”

Amigo pessoal de Raul Seixas, Edy foi o primeiro artista a se assumir gay no Brasil. Ganhou do Raulzito o apelido de Bofélia. “Porque ‘bofe’ é ser macho, então era a ‘bicha’ mais macho de Salvador. Eu me juntava com as outras ‘bichas’ para bater em quem nos infernizava”.

Gilete no bolso, Edy não levava desaforos para casa. Disse que era comum acabar a noite na delegacia. “O delegado era do ‘babado’ também”, Serguei fez piada.

O baiano que trabalhou por 18 anos em um cabaré em Madri se sentia rejeitado desde a infância na escola, quando sofria bullying e agressões do colega. Ele brinca que se sentiu vingado quando, ainda na infância, o garoto que o espancava foi vítima de um acidente.

Ainda sobre a homossexualidade, Edy defende a legalidade do casamento homoafetivo, “porque o casamento assegura os direitos do parceiro”.

A contracultura de Edy é mais perceptível ao saber que atualmente está relendo Mentiras Fundamentais da Igreja Católica, de Pepe Rodriguez.

Para Edy, o combate à homofobia precisa também ser reavaliada pelo governo federal, já que, segundo ele, as campanhas de conscientização pouco influenciam sobre o assunto, são irrisórias.

As questões culturais servem de piadas críticas de Serguei, que afirma que São Paulo é o único estado ‘vivível’ do Brasil. A disparidade social faz com que ele considere que “São Paulo é um país dentro do outro. Ele (paulista) anda bufando, exausto, porque tem que carregar o Brasil nas costas”.

Serguei quer ser galã

O Divino do rock nacional adora cantar, mas afirmou que pretende ingressar de vez na carreira de ator. Recentemente, Serguei interpretou a cafetina Alexandra nas gravações do telefilme Mandrake, da HBO.

“Espero que o diretor me convide para outros papéis. Gostei bastante da experiência”, diz o músico que mantém o Museu do Rock em seu próprio lar em Saquarema (RJ).

Edy Star revaloriza obras

Nas lojas, a reedição do seu único disco Sweet Edy. Nos palcos, o amigo pessoal do Raulzito  apresenta a turnê Toca, Raul. Os dois atuaram juntos na banda Sociedade da Grã-Ordem  Kavernista, acompanhados de Míriam Batucada e Sérgio Sampaio.

Polêmico ou não, para Edy o Sérgio era o mais talentoso do grupo, até mesmo que o Raul  Seixas, mas “por trabalhar sozinho musicalmente não teve condições de ser reconhecido  como gênio”.

 

Preferências musicais e sexuais – A edição de hoje do Galeria, em A Tribuna, também faz cobertura do evento, abordando as trilhas sonoras prediletas e outros casos de Serguei e Edy Star.

*** Lincoln Spada é estudante de jornalismo, estagiário do Jornal A Tribuna e colaborador do Blog n’ Roll