Fotos: Camila Cara / Divulgação
Muito se discute sobre o real objetivo dos line-ups do Lollapalooza. Parte do público clama por mais eletrônico, o que não é o foco principal. Outros querem ver nomes de peso, como o Metallica. Alguns gostam de ser surpreendidos com revelações internacionais. Mas o festival mostrou ter uma função bem bacana: incubadora de bandas. A norte-americana Cage the Elephant é o melhor exemplo disso. Ontem, quando subiu ao palco principal, antes do Rancid, Matt Schultz e companhia chegaram a marca de três participações no evento paulistano.
Se no primeiro ano (2012), o Cage the Elephant empolgou pela presença de palco do frontman maluco, que não para um minuto, no segundo (2014) mostrou um pouco mais de consistência e contou com apoio maior dos fãs. Tudo isso com canções carregadas de influências de bandas dos anos 1960.
A terceira participação, ontem, no Autódromo de Interlagos, pode ser considerada a consagração. Muito se deve ao trabalho de incubar do Lollapalooza. Podemos, sim, afirmar que o Cage the Elephant é um filhote do festival.
Soma-se a isso o excelente álbum Tell Me I’m Pretty, de dezembro de 2015, que teve suas faixas cantadas em uníssono pelos fãs. Mess Around surpreendeu os desavisados. Escutei comentários como: “Ah, essa música é deles?” Mas ela não foi a única festejada. Cry Baby, Too Late to Say Goodbye, Cold Cold Cold, Trouble e Punchin’ Bag, todas do mesmo disco, também funcionaram bem ao vivo. Melhores do que no álbum, inclusive.
E Matt Schultz não aliviou no desempenho em cena. Foi ao público diversas vezes, escalou a torre de iluminação e foi erguido pelos fãs, tal como Iggy Pop faz em suas apresentações. Alguns trejeitos também fazem lembrar Mick Jagger.
Set list
Cry Baby
In One Ear
Spiderhead
Too Late to Say Goodbye
Cold Cold Cold
Trouble
Ain’t No Rest for the Wicked
Mess Around
Punchin’ Bag
Telescope
It’s Just Forever
Come a Little Closer
Cigarette Daydreams
Shake Me Down
Teeth