Eles ainda não estão em território nacional, então não foi dessa vez que conheci os integrantes do Red Fang, essa grande banda de Portland (EUA) que fará parte do line-up da segunda edição do Maximus Festival Brasil! Então, enquanto o dia 13 de maio não chega, se liga no papo que bati com Bryan Giles, guitarrista e vocalista da banda, por telefone.

Isabela Taylor: Estava no seu último show em São Paulo, no Inferno Club, há alguns anos atrás e foi insano!
Bryan Giles: Sim, eu me lembro. Foi uma noite muito louca!
IT: Pois é! E fiquei feliz de saber que vocês estão de volta a São Paulo, em um grande festival como o Maximus. É totalmente diferente do show que vimos antes.
BG: Sim, será bem diferente.
IT: O que vocês pretendem tocar? As mais famosas ou apresentar as mais recentes, do álbum Only Ghosts?
BG: Pra ser sincero, eu não sei ainda quanto tempo teremos. Eu acho que isso definirá o que vamos fazer. Se só tivermos 30 ou 40 minutos, provavelmente tocaremos só as músicas que as pessoas já estão mais familiarizadas, vamos tentar deixar a plateia feliz, sabe? Se nos derem uma hora, nós ainda vamos tocar umas coisas mais exotéricas, mais estranhas. Mas vamos montar um setlist divertido, com certeza.
IT: Sendo um festival bem voltado para o metal, posso imaginar que a plateia vá conhecer todas as suas músicas.
BG: Sim, será bem interessante. Para nós é ótimo tocar para gente nova. Esperamos que o público de São Paulo se divirta bastante.
IT: E o novo álbum? Como foi o processo de composição do Only Ghosts?
BG: Costumam nos descrever como uma banda baseada em riffs, porque a raiz das nossas músicas geralmente está nas linhas de guitarra ou nas linhas de baixo. Então nós pegamos este “Frankeinstein” para ver quais combinam entre si e as que de fato funcionam juntas viram músicas. No passado, a gente adiava a composição das linhas vocais, letras, solos de guitarra, esse tipo de coisa, até o final deste processo. Mas desta vez, o produtor com quem estamos trabalhando, Ross Robinson, queria que todos tocassem a sua parte, ou pelo menos a ideia que já tinham para a sua parte, juntos, então a gente tinha que estar muito mais preparado. Quero dizer, certamente muita coisa mudou, mas estamos muito mais preparados do que de costume.
IT: Isso também tem a ver com o fato de já ser o quarto álbum de estúdio, não é? Acredito que os artistas melhorem quando gravam mais.
BG: Claro! Definitivamente é um processo de aprendizado para nós. Estamos sempre descobrindo novos jeitos de fazer as coisas e espero que estejamos cada vez melhores. Eu não sei, não seria a melhor pessoa para dizer isso!
[risos]
IT: Eu perguntei para mais alguns fãs sobre o que eles gostariam de saber a respeito do Red Fang e a maioria quis saber sobre os seus videoclipes, porque eles são super divertidos. Você tem algum favorito ou que tenha gostado mais de fazer?
BG: Olha, essa é uma pergunta interessante porque eu realmente adoro trabalhar com o Whitey McConnaughy, que é quem realmente cria os conceitos dos nossos clipes, ou pelo menos a maioria dos encenados.
IT: Quase todos então! [risos]
BG: Quase todos. Nós temos só um que é animado (Crows in Swine) e fizemos um outro que não foi com o Whitey, mas tudo bem! Mas ele é um cara muito criativo! É tudo ideia dele. O primeiro (Prehistoric Dog) foi muito legal porque eu nunca tinha feito um clipe antes e foi bem difícil, mas com certeza o mais divertido de fazer foi o clipe de Wires, sabe? Porque o nosso trabalho era destruir coisas com um carro o que basicamente é o trabalho dos sonhos! Todo mundo devia tentar uma vez, pelo menos. Com segurança, claro! [risos]
IT: Outra curiosidade dos fãs: Já que vocês sempre aparecem nos clipes bebendo muita cerveja, vocês já tomaram cerveja brasileira?
BG: Tenho certeza que sim, na última vez que estive no Brasil. Mas, sabe, estamos ficando mais velhos, não bebemos mais tanta cerveja como antes. Sinto em decepcionar, mas o nosso baterista bebe mais vinho do que cerveja, inclusive. [risos] Às vezes os fãs tentam nos empurrar cerveja, mas digo “não, obrigado”. [risos]

IT: Alguns fãs também perguntaram se vocês têm interesse em assistir outros shows do line-up do Maximus Festival deste ano, como o Slayer, Prophets of Rage…
BG: Bom, eu sou super fã do Slayer desde criança! Já tivemos a oportunidade de tocar em festivais com eles várias vezes na Europa. Sempre assisto ao show deles e não acho que desta vez será diferente. Desde que toquemos no mesmo dia, com certeza vou assistí-los! Inclusive, tivemos a oportunidade de tocar com eles em Porto Alegre, como banda de apoio, o que foi demais para mim, como te falei, para mim eles são a melhor banda de heavy metal que já existiu. Ter tido essa oportunidade foi incrível. Eu agradeço às minhas estrelas da sorte!
IT: Além da edição do Brasil, vocês ainda tocam no Maximus da Argentina, não é? É a sua primeira ida à Argentina?
BG: Sim, vamos para Buenos Aires também. É a primeira vez que vou para lá. Tenho certeza que vamos aproveitar muito. Eu só tenho lembranças boas da última vez que estive no Brasil e ir tão longe na América do Sul é incrível! Por isso que a gente não deveria levar tanto tempo para ir até aí, mas é uma doideira! Da última vez nós levamos 24 horas até voltar para casa. Foram muitas vans e aeroportos. Aeroportos demais para mim. Mas não o bastante para que eu não queira voltar!
IT: Qual é a sua opinião sobre a participação do Linkin Park nesta edição do Maximus. Você gosta do trabalho deles?
BG: Na verdade eu não sou a melhor pessoa para responder sobre isso porque eu não conheço muito o trabalho desta banda. Eu tenho 45 anos agora e quando o Linkin Park estourou, eu já estava em um outro caminho musical, onde nunca ouvi o som deles. Não ouvia rádio naquela época, mas sei que existem muitas críticas sobre o nu metal e tal, mas não conseguiria opinar. Eu acho até que deveria assistí-los! Até acho meio triste que ainda não tenha ouvido os discos deles. Talvez eles estejam só sendo retaliados por tocarem nu metal, não sei. Mas sugiro que todos assistam ao show e formem sua própria opinião.
IT: Você gostaria de mandar alguma mensagem para seus fãs do Brasil?
BG: Primeiro, obrigado por ser um fã! Isso é muito legal, muito mesmo! Ter pessoas de tão longe que se importam tanto conosco é incrível. Devo dizer que tanto no nosso Facebook quanto no Instagram, “come to Brazil” é o comentário número 1! E nos deixa muito feliz ter de fato conseguido vir ao Brasil, porque às vezes penso que as pessoas escrevem “come to Brazil” e se perguntam porque nunca vamos de fato. A verdade é que é difícil organizar algo assim e ter essa oportunidade é sensacional! Então obrigado aos fãs por tornarem isso uma possibilidade.
O novo álbum do Red Fang está disponível para streaming e venda online. Aliás, foi produzido em vinil também! E para saber mais da banda, é só acompanhar as páginas deles: Facebook, Instagram, Twitter e, claro, o site oficial!