Resenha: Chaos Synopsis – Gods of Chaos

CLÁUDIO AZEVEDO

Em seu quarto álbum, a banda Chaos Synopsis, de São José dos Campos, segue com sua mistura precisa de thrash com death metal, sem deixar nunca o pique cair. Quem ouviu os atos anteriores, especialmente o ótimo Seasons of Red (2015), já sabe o que esperar: bases afiadíssimas, vocais guturais e blastbeats muito bem colocados. A propósito, o batera Friggi Mad Beats já foi o homem das baquetas do Attomica, outra lenda do thrash nacional.

Sem introduções, Raising Hell é a abertura perfeita: velocidade e clima de mosh-pit, capaz de incendiar uma audiência. Sem tempo para respirar, Storm of Chaos inicia com um empolgante blastbeat, cortesia de Friggi, que com certeza entra na galeria dos grandes bateristas nacionais, como Max Kolesne, Amilcar Christófaro e muitos outros.

Mais cadenciada, Serpent of Flames privilegia as guitarras fortes de Luiz Ferrari e Diego Sanctus. Palhetadas e palm-mutes em perfeita harmonia, com direito até a dedilhados em seu decorrer. Esse tipo de proposta sempre funcionou bem em trabalhos do tipo, pois servem para quebrar o clima e dar uma variada, mas sem nunca deixar o peso de lado.

O álbum vai se aproximando do fim, e ainda temos tempo de conferir Opposer of Gods, à lá Slayer e um dos destaques. E o “grand finale” vem com a faixa-título, com seu possante clima de pesadelo. Impossível ouvir e não se imaginar naquelas paisagens devastadas por guerras, corrupções e violência, temas pra lá de atuais nesses tempos em que estamos vivendo. E que funcionam como combustível para a criatividade de tantas e tantas bandas desse estilo que amamos. Ouça!

Gods of Chaos
Ano de lançamento: 2017
Gravadora: Black Legion

Faixas:
1. Raising Hell
2. Storm of Chaos
3. Black God
4. Serpent in Flames
5. Opposer of Gods
6. The Beast That Sieges Heaven
7. Sixteen Scourges
8. Badlands Terror
9. Gods of Chaos
10. Cocaine (Andralls)