Após dez anos de hiato, The Fullblast se prepara para primeira passagem pelo Brasil

The Fullblast band

Much The Same, Pense e The Fullblast têm duas coisas em comum: estarão em São Paulo para a We Are One Tour deste ano e voltaram há pouco de períodos de hiato. Ian Stanger, vocalista da The Fullblast, conversou com o Blog N’ Roll sobre a reunião recente da banda, seu último EP, suas influências musicais, suas atividades no Spotify e a expectativa para o show na capital paulista, que acontece no próximo dia 7.

Além de Ian, a banda é formada por Darran Malcolm (guitarra), Brian Robinson (baixo) e Andy Lewis (bateria). Direto de Oakland, Ontário, a The Fullblast começou sua carreira ainda no início dos anos 2000, com amigos de colegial que amavam bandas de skate punk. Algum tempo depois da gravação de seu segundo álbum, Short Controlled Bursts (2006), a banda se separou e, neste ano, lançou um EP intitulado Attack.Sustain.Decay, marcando seu retorno definitivo.

Em outubro, na We Are One Tour, a canadense dividirá o palco com outras grandes bandas de hardcore, como Face to Face, The Decline, Much The Same, Ignite e a brasileira Pense. Veja informações sobre o evento no final da entrevista.


Qual é sua expectativa para os shows no Brasil?
Nós não temos nenhuma ideia sobre o que esperar! Nós nos separamos há muito tempo e só nos últimos anos é que notamos que, de alguma forma, desenvolvemos uma fan base no Brasil. Nós esperamos um público cheio de energia e a oportunidade de conhecer todos os fãs que nos ajudaram a ir até vocês nesta turnê com o tanto apoio nos últimos anos.

Interessante você ter falado sobre a separação da banda. Vocês estiveram inativos por dez anos, certo? Como isso aconteceu? Como vocês chegaram à decisão de voltar depois de todos esses anos? E como vocês têm se sentido sobre isso?
Nós acabamos nos separando porque nosso baterista Andy deixou a The Fullblast para se juntar à outra banda. Nós decidimos, naquela época, que não seria justo continuar sem ele, então tudo terminou de uma maneira meio bruta, inesperada. Nós mantivemos contato e até tocamos alguns shows nesses anos, mas não havia certeza sobre nos encontrarmos para escrever alguma coisa. Aí alguns anos atrás nós fizemos algumas apresentações e decidimos que, se fossemos continuar a fazer shows, nós gostaríamos de ter músicas novas para tocar. Andy e Darran (guitarra) acabaram ficando bem próximos um do outro depois de anos separados e isso nos deu a oportunidade de voltar a tocar e escrever. Daqui para frente, tudo tem acontecido com naturalidade e nós estamos muito animados com o resultado do EP, especialmente depois de todos esses anos.

Ainda neste mesmo EP, Attack.Sustain.Decay… ele fala bastante sobre a relação de vocês como banda, né? Você pode nos contar algumas das histórias por trás dos títulos das músicas? Elas têm nomes e letras muito fortes.
Sim. Redemption é sobre a separação da banda e a nossa reunião outra vez. Foi um processo inesperado, mas  acredito que se os relacionamentos são fortes e importantes o suficiente, com o tempo eles se unem outra vez. Foi o que aconteceu conosco. Brothers foi a primeira canção que escrevemos para o EP, é um olhar nostálgico para as cenas e comunidades de que fizemos parte durante nosso crescimento. Mesmo quando éramos adolescentes tocando em bandas locais ou como parte da carreira do The Fullblast, essas pessoas e lugares foram muito importante e foram quem nos fez como as pessoas que somos hoje. Stay é uma história sobre suicídio e doença mental, baseada em acontecimentos reais. A principal mensagem dela é que ninguém deve se sentir sozinho ou envergonhado por isso. É uma mensagem que nós esperamos que todo mundo entenda, estejam elas enfrentando alguma doença mental ou estando perto de pessoas que estejam passando por esse problema.

Uma coisa que adoro no perfil de vocês no Spotify é a seleção de playlists que vocês montam. The Faster The Better e In The Van nos dão uma ideia das músicas que vocês amam tanto quanto nós. Por que vocês decidiram criar playlists e dividir com o público? Vocês deveriam fazer isso mais vezes rs.
Eu gostei muito da ideia de colocar algumas de nossas músicas favoritas em um lugar. Eu tenho o costume de ouvir a minha própria playlist enquanto dirijo – todas aquelas músicas são nostálgicas para nós. Eu também acho que é importante para as pessoas entenderem a grande variedade de gêneros musicais que nós escutamos, o que de alguma forma influencia nosso som. Tenho certeza que vamos continuar fazendo playlists, mas essas duas significam bastante para nós como banda.

https://www.youtube.com/watch?v=AIm4Z9wl5u8

Se baseando nas suas playlists, quais bandas você pode afirmar que mais influenciam vocês? Eu vi um pouco de tudo lá: de Get Up Kids a Four Year Strong, passando por Van Halen, Yellowcard, Brand New. Vocês costumam ouvir os mesmos estilos?
Nós somos bastante diferentes quanto a gostos musicais. Para ser sincero, nós provavelmente não ouvimos ou pegamos influências de tantas bandas rápidas de punk como as pessoas imaginam. Nós crescemos ouvindo coisas como Lifetime e Strung Out, mas conforme continuamos como banda, fomos em direção a diferentes estilos. É bem difícil dizer de onde cada um de nós tira as próprias influências, mas ficamos bastante felizes com o resultado que temos.

Você pode me explicar mais detalhes sobre a biografia do Facebook de vocês? “Dois caras que gostavam muito de Lifetime começaram uma banda”. Pessoalmente, acho ela demais.
Nossos membros fundadores foram caras chamados Gordie e Ray. Eles começaram a banda com o Andy, Bri e eu entramos logo depois. Conforme a banda foi crescendo e evoluindo, nós tivemos algumas mudanças de membros, mas aqueles caras foram os pais fundadores. Ray estava na banda durante a gravação de Contagious Movement Theory e tem uma mão em algumas das nossas músicas mais populares. Ray e Gorfie gostavam muito da banda Lifetime e queriam moldar nossa banda como ela era. Hoje nós não soamos mais como a Lifetime, mas Gordie, Ray e a influência da Lifetime ainda estão no coração do que fazemos como banda.

Eu não poderia deixar de perguntar: o que vocês estão preparando para o show de São Paulo? Podem nos dar alguma dica?
Sem dicas! Mas posso dizer que será um mix de músicas mais antigas para os fãs que nos esperavam há muito tempo e também novas músicas para novos fãs (e para nós também!).

ATUALIZAÇÃO: alguns dias depois da entrevista, a banda fez uma postagem perguntando aos fãs quais músicas gostariam de ouvir no festival. Quer fazer seu pedido? Clique aqui.

We Are One Tour (São Paulo)

Data: 7 de outubro (sábado).

Horário: das 14 às 21 horas.

Local: Carioca Club (Rua Cardeal Arcoverde, 2899, Pinheiros, São Paulo. Próximo à estação Faria Lima do metrô – linha amarela).

Evento oficial no Facebook: https://www.facebook.com/events/270681956710028/

Ingressos: a partir de R$ 100,00. Compre aqui. 

Realização: Solid Music Entertainment.