by Danielle Cameira

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Ouvir uma música boa, de uma banda com um estilo marcante, e sentir saudades de quando ela estava na ativa é mais comum do que se parece. Isso não acontece somente com quem aprecia um tipo rock mais clássico, mas com os fãs de metalcore também é bastante comum. A diferença são as proporções. Grande parte das bandas que são pauta para esta coluna são recentes, criadas a partir de 2000 e muitas até mesmo após 2010. Infelizmente, estes artistas que saudade tiveram vida curta e, consequentemente, uma discografia enxuta também.

Hoje vou recordar os sons de cinco bandas (quatro estrangeiras e uma brasileira, não dá pra resistir) que estiveram no mp3/mp4 de muita gente e que hoje deixam aquela nostalgia no ar.

O Underoath, uma das bandas de metalcore mais antigas e reverenciadas da cena se encaixaria perfeitamente nesta coluna. Assim como foi para mim, ela foi a porta de entrada deste estilo musical para milhares de pessoas. Criada oficialmente em 1997, ela lançou sete discos até o ano de 2013, quando comunicou aos fãs sobre a decisão de encerrar suas atividades. A tristeza persistiu por alguns anos (confesso), até que em 2015 o Underoath informou que iria se reunir para uma nova turnê. Desde então, os músicos da Flórida têm rodado o mundo tocando seus principais sucessos. São tantos que chega a ser injusto listar apenas alguns deles aqui.

Abaixo, veja a lista de cinco bandas que deixaram um vazio no coração de seus fãs:

1 – Confide (2004-2010, 2012-2013)

Talvez poucas bandas tenham deixado a mesma saudade que o Confide. Nascida em Los Angeles, em 2004, a ideia era que fosse uma banda de deathcore. Na época, Josh Plesh era vocalista e um dos membros fundadores do grupo. Nessa pegada, foram gravados dois EPs até que Plesh deixou a banda dois anos depois. Mas a internet fez o seu trabalho brilhante de unir pessoas com os mesmos interesses e, vivendo nos Estados Unidos, Ross Kenyon encontrou uma banda que precisava de um novo vocalista. Ligou os pontos? Pois foi aí que o Confide deslanchou de vez.

Em 2008, lançaram seu primeiro disco de estúdio, Shout The Truth. Ele não foi muito elogiado pela crítica na época e logo após problemas com a gravadora, dois membros deixaram a banda. Com o desafio de seguir em frente outra vez, chegaram o baterista Joel Piper e o guitarrista Joshua Paul. Nos dois anos seguintes, o nome da Confide cresceu não apenas nos Estados Unidos, mas também na cena internacional do metalcore, o que levou a banda a participar de grandes turnês.

Em 2010, após a reposição de mais um membro, a banda lançou Recover, seu álbum mais conhecido, pela Tragic Hero Records. Ele tem faixas de sucesso como Barely Breathing, Write This Down, Tighten It Up, The View From My Eyes When Heaven Is Silent. Neste álbum, o Confide se consagrou como uma das maiores bandas cristãs no metalcore, embora não se rotulassem como tal.

Neste mesmo ano, no auge da carreira, a banda chegou ao fim por diversos motivos pessoais durante uma turnê. Mas os fãs não se conformavam com o fim do Confide e as tentativas de reunir a banda eram frequentes. Em 2012, uma resposta da banda trouxe uma esperança. De forma independente, o Confide abriu um financiamento coletivo para a gravação de um terceiro disco. All Is Calm chegou aos fãs em 2013 e fechou com chave de ouro uma carreira curta, mas intensa, da banda americana. Hoje, os músicos tem projetos paralelos. Um deles é a NOBLE, cujo trabalho já foi comentado em colunas anteriores.

2 – D.R.U.G.S. (2010-2012)

É quase impossível escutar D.R.U.G.S sem se apaixonar ou lembrar todas as letras com exatidão. Destroy Rebuild Until God Shows ou D.R.U.G.S, como preferir, esteve na ativa entre os anos de 2010 e 2012. Bastou um único álbum para que ficasse na memória (e no Spotify) dos fãs até hoje. Ela nasceu após Craig Owens ser retirado do Chiodos, banda em que era vocalista na época.

Ele se reuniu com Aaron Stern (baterista do Matchbook Romance), Nick Martin (guitarrista do Underminded), Matt Good (guitarrista do From First to Last) e o baixista Adam Russell (do Story of the Year). Eles lançaram  no YouTube a primeira música If You Think This Song Is About You, It Probably Is, seguida de outras como Sex Life Mr. Owl Ate My Metal Worm, antes do disco sair oficialmente em 2011. O álbum, homônimo, tinha 11 faixas e garantiu ao D.R.U.G.S a oportunidade de tocar em grandes casas lotadas e festivais como a Warped Tour americana.

Em 2012, Stern, Martin e Good deixaram a banda e Craig Owens voltou ao Chiodos. Recentemente, surgiram rumores de que a banda voltaria. No fim, eram apenas boatos mesmo, para a nossa tristeza.

3 – Ready, Set, Fall (2010-2015)

Às vezes, as boas bandas de metalcore surgem nos locais mais inesperados. Quebrando totalmente o eixo Estados Unidos – Reino Unido, o Ready, Set Fall nasceu em Turim, no coração da Itália, com um instrumental pesado e a voz suave de Christopher Volpi. Eles tinham influências do nu metal, melodeath e hard rock. O resultado era um som incrível, melódico e prazeroso de ouvir.

Em sua carreira de cinco anos, lançaram o EP Buried (2011) e o disco Memento (2014). Em março de 2015, a banda informou aos fãs em sua página no Facebook sobre a decisão de encerrar o trabalho da Ready, Set, Fall.

“Depois de 5 anos no ativa, por datas lindas, com pessoas que não esqueceremos facilmente e bandas que nos acompanharam nesse caminho, comunicamos que a partir deste dia, não prosseguiremos nosso caminho. A decisão foi unânime e no total respeito de cada membro da banda. Aproveitamos para agradecer novamente cada um de vocês, desde os primeiros que nos seguiram e conhecido com The Temple Is Me aos últimos com Deceiving Lights e o lançamento do memento. Estamos confiantes em ter deixado algo nosso e este é o nosso maior presente!!”

Hoje, o vocalista faz parte de outra banda, Bemore.

4 – Letlive. (2002 – 2017)

Em maio, dediquei uma coluna inteira ao Letlive. Isso porque, no último mês de abril, a banda anunciou seu fim definitivo. Foram 15 anos de estrada, desde uma garagem em Los Angeles até os grandes festivais de rock, com cinco álbuns na bagagem e apresentações explosivas de Jason Aalon Butler, vocalista da banda. Em seu comunicado oficial, a Letlive. afirmou que não poderia continuar existindo se os interesses de seus integrantes não se alinhavam mais.

Pouco tempo após o comunicado do fim da banda, Butler anunciou seu novo projeto musical, The Fever 333. O grupo já lançou clipe, algumas músicas e ao que tudo indica, pode estar se preparando para colocar um disco na praça em breve. O trio é composto por Jason, além do ex-guitarrista da The Chariot, Stephen Harrison; e o baterista da Night Verses, Aric Improta.

5 – December (2009-2015)

Agora uma pausa para o Brasil. Em 2015, a December, banda formada no ABC paulista com influências do metalcore e post hardcore, comunicou seu fim em um post no Facebook. Na época, Zin, guitarrista da banda, explicou aos amigos que não poderia mais seguir com a banda por motivos pessoais. Coloral (vocalista), Eric (gritos e guitarra), Coxa (baixo) e Mah (bateria), então, colocaram as cartas na mesa e perceberam que não seria justo seguir sem ele e decidiram por um fim à missão da December.

A banda anunciou uma turnê de despedida e lançou o web clipe da faixa O Respeito Virou Cinzas. Pouco depois de dois anos, a banda anunciou um show de reencontro da banda para o próximo dia 16 de dezembro e comemoração do aniversário do vocalista. O local e valor dos ingressos serão divulgados posteriormente. Será a chance de matar a saudade de sucessos da banda como Oceana, Sinais II, Como Se Fosse Magina.

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David Bowie é uma estrela imprevisível e cercada de polêmicas. Somente nos últimos três anos, ele já foi “aposentado” pelo seu biógrafo, “escalado” para tocar na festa de encerramento das Olimpíadas de Londres e “diagnosticado” com uma doença degenerativa. Nada, no entanto, se confirmou.A quebra do silêncio, após dez anos sem lançar material inédito, foi o primeiro passo da comprovação de que Bowie ainda tem muita lenha para queimar, apesar dos seus 66 anos de vida. Anunciado no início deste ano para o dia 11 de março, o 24o álbum da carreira, The Next Day, já está disponível para audição no site do iTunes. Os fãs podem ouvir as 14 faixas inéditas até o dia do lançamento.E as polêmicas envolvendo Bowie não param por aí. Produtores e músicos comentam o tempo todo sobre a possibilidade da realização de uma turnê de divulgação do álbum. Para entender o motivo da discussão, precisamos retornar a 2006. Naquele ano, o músico desmaiou durante um show na Alemanha e, após uma série de exames, descobriu que teria que fazer uma cirurgia no coração.A estrela de Bowie se apagou. Parecia o fim da carreira de um dos músicos mais influentes do século 20. Boatos sobre a saúde do britânico pipocavam com frequência nos tabloides ingleses.

Na semana do lançamento do primeiro single de The Next Day, We Are We Now, o produtor Tony Visconti disse em entrevista ao tabloide inglês The Sunday Telegraph que Bowie está bem, mas não deverá entrar em turnê.Ele está afiadíssimo. Não perdeu nenhuma célula do cérebro. Só que não quer mais fazer turnês. Não aguenta mais. Mas não descarta fazer um show ou outro. Foi um alívio ouvir isso”, diz Visconti.Se Visconti não acredita em uma turnê do álbum, o guitarrista e diretor musical do artista, Gerry Leonard, já alimenta as esperanças dos fãs. Ele declarou para a revista americana Rolling Stone que acredita que Bowie possa fazer uma turnê. Para Leonard, as chances são de 50%.Leonard reforça sua opinião com os comentários do cantor. “Bowie falava sobre como determinada canção soaria ótima ao vivo”, disse. Para o guitarrista, o fator decisivo seria o cantor sentir o ímpeto pela estrada já que, segundo ele, Bowie está com “um preparo de voz ótimo e em grande forma física”.E, se engana quem pensa que The Next Day seja apenas sobras de estúdio. Visconti afirmou ao The Sunday Telegraph que 29 músicas foram gravadas e que pelo menos quatro delas poderiam dar início a um novo álbum. “Se tudo correr bem, voltaremos ao estúdio no fim deste ano”.O álbum

Os fãs mais saudosistas do Camaleão, que curtem o passado vanguardista dele, vão se deliciar com The Next Day. Da capa às músicas, os admiradores vão encontrar diversas referências aos três álbuns lançados por Bowie no final da década de 1970, período em que morou na Alemanha.A capa traz uma evidência bem explícita, ao estampar um quadrado branco sobre a imagem da arte de Heroes (1977). As canções lembram muito os clássicos de Low (1977) e Lodger (1979).Os refrões são fortes e ficam na cabeça, como no caso das músicas Dirty Boys, Love is Lost, How Does The Grass Grow? e (You Will) Set the World on Fire.Já com seus videoclipes lançados, The Stars (Are Out Tonight) e Where Are We Now são fortes postulantes ao posto de hits do álbum. O vídeo da primeira, inclusive, conta com a participação da atriz britânica Tilda Swinton, Oscar de Atriz Coadjuvante em 2008 (Michael Clayton).Valentine’s Day e You Feel So Lonely You Could Die são duas das mais belas faixas. Com solos de guitarra, piano e arranjo de cordas, as faixas vêm carregadas de emoção. A mesma de quem não aguentava mais ficar sem ouvir algo novo de Bowie.Se uma possível turnê mundial do álbum The Next Day não é confirmada por David Bowie, os fãs brasileiros podem se preparar para uma invasão do britânico em 2014. No início deste ano, a colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo, divulgou que a exposição David Bowie Is virá ao Museu da Imagem e do Som, em São Paulo, em janeiro próximo.Atualmente em cartaz no Victoria and Albert Museum, em Londres, a mostra do Camaleão do Rock apresenta 300 peças relacionadas ao músico. Manuscritos de letras de música, vídeos de turnês, fotografias de artistas que trabalharam com Bowie, vídeos e objetos pessoais são alguns dos tesouros.Conhecido por suas roupas extravagantes, Bowie também liberou cerca de 60 figurinos para a exposição, inclusive a peça original de Ziggy Stardust, de 1972, um de seus personagens mais marcantes. Os trajes de Aladdin Sane e Thin White Duke são outros destaques da mostra.SériesPara quem não aguentar a espera pela exposição, shows ou o próximo álbum do britânico, duas séries inglesas são boas pedidas para os fãs. Life on Mars e Ashes to Ashes, nome de dois clássicos do cantor, narram a história de dois detetives que voltam no tempo após sofrerem atentados e precisam fazer o impossível para retornar aos dias atuais.Life on Mars, focada no personagem Sam Tyler (John Simm), é facilmente encontrada nas principais lojas virtuais. Quase sempre em promoção. Além disso, a série está em exibição no Net Now.Ashes to Ashes não foi lançada em DVD no Brasil, mas está para download em vários sites especializados em seriados. As referências com Bowie vão dos nomes das séries às trilhas sonoras, além de personagens inspirados no músico.Confira os vídeos dos dois primeiros singles de The Next DayWhere Are We Now The Stars (Are Out Tonight)

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