‘Cause we’re homeward bound from the Arctic Ground! The Dreadnoughts, vindos do Canadá (Vancouver), estão por aí já há 10 anos. E o tempo parece não ter envelhecido o sexteto. Aliás, parece ter recarregado todas as pilhas da banda mais “louca e mais bêbada”.
Nicholas “The Fang” Smith fica à frente da banda com praticamente todo o trabalho de composição, arranjo e guitarra solo. Além disso, cuida dos microfones, e com eles exibe sua voz digna de um pirata. Ahoy! Enquanto isso, os instrumentistas Tegan “Wormley Wangersnitch” Ceschi-Smith, Kyle “Leroy “Slow Ride” McBride” Taylor,
Drew “Dread Pirate Druzil” Sexsmith, ficam, em ordem, no violino, no acordeão, no mandolim e no banjo, sempre demonstrando vocais auxiliares completamente loucos, Andrew “Squid Vicious” Hay controla o baixo da banda e Marco “The Swedish Bastard” Bieri destrói o palco com a bateria.
Tudo o que a banda já produziu até agora, material tal composto por cinco álbuns de estúdio e dois EPs, é fortemente influenciado, quando não diretamente emprestado, pela música folclórica européia, em especial das regiões celta, e, também, por antigas cantigas piratas. Os Dreadnoughts já gravaram versões próprias das antiquíssimas canções Rollin’ Down to Old Maui e Johnny I Hardle Knew Ye (a versão desta última traz também uma virada na letra para a igualmente antiga High Germany).
Seu primeiro álbum, Legends Never Die definiu o som da banda como poucos debuts conseguem. Uma deliciosa e estonteante mistura de punk rock (à lá The Clash), como nas excelentes Antarctica e The Dreadnought, e música folclórica, como em Roll The Woodpile Down. Desde então, os canadenses continuaram a surpreender com cada lançamento. No entanto, o intervalo entre seus dois últimos álbuns, Uncle Touchy Goes to College (2011) e Foreign Skies (2017) foi um tortuoso mar de ansiedade.
O tão aguardado álbum de 2017 não decepcionou, trazendo consigo não apenas as influências musicais que os fãs de música aprenderam a amar, mas também um peso histórico colossal, com composições e letras inspiradas nos mortos da Primeira Guerra Mundial. Para homenageá-los, Foreign Skies começa já com a marcha fúnebre Up High e, a partir da explosão da faixa título do álbum, canta sobre fraternidade, humanidade e a violência da guerra, sempre com a irreverência e a melodia que apenas Dreadnoughts é capaz de trazer.
Vale muito a pena procurar não apenas o novo álbum, mas também todos os trabalhos anteriores da banda. É música para ouvir sozinho ou numa festa. É música de mosh pit. É música de sing along.