O que você está procurando?

Geral

O Fantástico Mundo de Butcher Billy: do David Bowie ao Black Mirror

Dois anos sem o Camaleão do Rock. David Bowie vai permanecer imortal para os fãs, independentemente do tempo. Bowie, além de deixar um legado musical único, impactou não só na cultura pop, mas em milhões de pessoas com suas tendências culturais e artísticas.

O designer gráfico e ilustrador Bily Mariano da Luz, de 39 anos, é um deles. Butcher Billy, como é mais conhecido, e apelidado como o açougueiro pop – alcunha que surgiu através da ideia de fatiar elementos da cultura popular e remontá-las de maneiras únicas – é fã assumido do astro.

Continua depois da publicidade

“Se a arte não está tirando seu sangue, você está fazendo algo errado”

Billy, que adotou o estilo pop art, criou a série Butcher Billy Changes Bowie, mashups do Bowie em personagens da cultura pop, como o Willy Wonka, Batman, Mr. Spock, Paul Stanley, entre outros, combinado com o título de uma música para homenagear seu ídolo. Um projeto que aconteceu durante 30 dias, com uma peça de arte feita por dia.

[huge_it_portfolio id=”10″]

O trabalho de Billy é tão fantástico que ganhou notoriedade através das redes sociais há uns quatro anos e sua influência pode ser vista em várias obras e projetos dedicados ao cantor. Além desse trabalho, Billy tem outros projetos, séries e ilustrações com referências na música, cinema, arte, literatura, games, HQs, religião e política.

Em entrevista para o Blog n’ Roll, o artista nos conta um pouquinho de sua trajetória e conquistas. Confira a seguir.

Como nasceu a ideia de fazer a série sobre o Bowie com 30 personagens? A notícia da morte do cantor teve um impacto direto?
Eu já tinha lançado outras séries e peças isoladas sobre o Bowie antes da morte dele. Eu não lembro como nasceu a ideia dessa série específica, mas eu tinha começado umas três peças, sem saber muito bem se ia continuar, quando veio a notícia da morte do cantor. Vendo a comoção na internet, resolvi abrir o projeto para que os fãs me sugerissem ideias de músicas e personagens para fazer os mashups. E assim me comprometi a criar uma peça por dia, durante um mês.

Continua depois da publicidade

[huge_it_portfolio id=”13″]

Boa parte do seu trabalho é relacionado à música. O que você escuta? Qual sua banda favorita?
Escuto Bowie, Joy Division, The Smiths, Siouxsie and the Banshees, The Cure, The Velvet Underground, Devo, The B-52’s, Buzzcocks, Magazine, Lou Reed, Blondie, entre outros. Não tenho uma banda favorita.

Em qual momento você percebeu que seu trabalho ganhou fama e expansão na internet?
Foi há uns três, quatro anos, quando sites, blogs, revistas e jornais passaram a noticiar as minhas séries assim que eu as publicava.

Você foi contratado pela Netflix americana depois de transformar episódios de Stranger Things em artes pelas redes sociais?
Eu não fui contratado pela Netflix – eles me comissionaram para alguns projetos específicos. O primeiro projeto foi bem antes da minha série sobre Stranger Things, foi há um ano quando eu trabalhei para a série Black Mirror.

Continua depois da publicidade

[huge_it_portfolio id=”11″]

Como surgiu esse trabalho para Black Mirror?
Eu fui contratado pelo criador da série, o Charlie Brooker, no Twitter. Ele me convidou para dois projetos. Primeiro para participar do design de produção de alguns episódios da nova temporada, que estreou dezembro passado e para transformar as minhas artes em capas de discos de vinil com as trilhas sonoras dos episódios San Junipero e Men Against Fire, da terceira temporada.

[huge_it_portfolio id=”12″]

E como foi ver uma arte sua em outra série da Netflix, a Lovesick?
A minha agente na Inglaterra tinha me avisado que a produção da série estava negociando para isso acontecer. Mas ela tinha outro nome na TV inglesa, era Scrotal Recall. Só quando a Netflix comprou é que ela virou Lovesick. Então só fui reparar quando várias pessoas vieram me contar que tinham visto a arte em alguns episódios.

Continua depois da publicidade

Ilustração da Mulher-Gato feita por Butcher Billy aparece em um episódio da série Lovesick na Netflix

Já enfrentou alguma dificuldade no seu trabalho?
Durante muito tempo eu tentei conciliar meu trabalho como Butcher Billy com o meu lado mais corporativo, que era o meu emprego como diretor de criação de uma agência digital.

E quando você teve esse start para mudar e ficar só com o seu trabalho como Butcher Billy?
Foi em 2015.

Onde você busca inspiração?
Eu escuto muita música, assisto muitos filmes, séries de TV, jogo muito videogame, pesquiso muito sobre quadrinhos, fotografia e ícones da cultura pop.

Como é o seu processo de criação?
Eu reúno todas as referências que me interessam, faço meio que uma colagem, e a partir daí eu começo a rabiscar.

Quais são suas influências?
Minhas maiores influências incluem Stanley Kubrick, Salvador Dali, David Bowie, Jack Kirby, Shigeru Miyamoto, Roy Lichtenstein, Quentin Tarantino, Charles Bukowski, Toulouse-Lautrec, Tony Wilson, Robert Crumb, Rene Magritte, Tim Burton, Malcom McLaren, Andy Warhol e muitos outros.

Continua depois da publicidade

Quando o desenho entrou na sua vida? O que te levou a seguir o caminho das artes gráficas?
Por um gosto pessoal, desde criança, por tudo que é relacionado às artes visuais – cinema, quadrinhos, games e até a música. O que me levou a seguir esse caminho foi o design, que engloba tudo isso ao mesmo tempo.

O que motivou você a expandir seu trabalho para a arte de rua?
A própria natureza do meu estilo que já é meio quadrinhos e meio street art.

Uma das intervenções com as artes de Butcher Billy nas ruas de Nova Iorque feita pelo artista de rua @mythny

Tem trabalhos espalhados por muros? Onde?
Frequentemente me tagueiam no Instagram quando alguma arte minha reproduzida por grafiteiros é encontrada. A última foi em uma estação de trem em Roma.

Já fez alguma exposição?
Já participei de exposições em Londres, São Francisco, Chicago, Miami, Lisboa, Dubai, Paris, etc.

Exposição em Lisboa, em Portugal

Pra quem você já produziu ilustrações?
Já fiz trabalhos para Loot Crate, NME Magazine, ESPN, British Gas, NBA, Ogilvy & Mather UK Group, Billboard Magazine, Foot Locker, Stylist Magazine, Michael Jordan, E.Leclerc Hypermarchés, entre outros.

Atualmente você trabalha pra quem?
Eu faço parte do cast de uma agência internacional que representa artistas e ilustradores pelo mundo.

Continua depois da publicidade

Tem planos ou projetos futuros?
No momento, não. Talvez role algo com os novos episódios de Black Mirror, se rolar alguma inspiração.

Algum projeto queridinho?
É sempre o mais novo. Estou trabalhando no projeto gráfico do disco de vinil da trilha sonora do filme Dawn of the Dead (Despertar dos Mortos), o original de 1978.

E quem quer seguir carreira, qual conselho/dicas você daria?
Praticar até sangrar. De verdade. Se a arte não está tirando seu sangue, você está fazendo algo errado.

Onde podemos ver e acompanhar seus trabalhos?
No meu portfólio, no Facebook, Twitter e no Instagram.

Continua depois da publicidade

Até a próxima Art Rock!

Créditos – Todos os direitos reservados a Butcher Billy e Coelho Visual Works.

Atualização de última hora: Olha quem andou dando as caras na série Black Mirror...

Continua depois da publicidade

COLUNAS

Advertisement

Posts relacionados

BR

Em meio a uma trajetória marcada por grandes sucessos, os Acústicos & Valvulados retornam ao cenário musical com uma faixa que traduz resiliência e...

BR

Uma das bandas mais comentadas no underground carioca, a Venuz mostra no clipe de 3AM que nada melhor do que a noite para esquecer...

BR

O pop e o coração partido têm inspirado inúmeros sucessos icônicos, como “Someone Like You” de Adele, “Wrecking Ball” de Miley Cyrus e “Without...

BR

A GuardaMar, banda de rock alternativo criada em Aracaju (Sergipe) em 2022, retomou os lançamentos com o single Sina, o quarto da carreira, que...

Publicidade

Copyright © 2024 - Todos os direitos reservados

Desenvolvimento: Fika Projetos