POR BIA VIANA E CAÍQUE STIVA
Nas vésperas do show do CPM 22 em Santos, ao lado do Dead Fish e Bayside Kings, o Blog N’ Roll conversou com o vocalista Fernando Estéfano, o Badauí, sobre as expectativas para o evento e suas impressões sobre a cena musical em Santos. Otimista sobre a popularidade do estilo, Badauí é um entusiasta da cena local e descreve a cidade de Santos como um lugar que “respira hardcore”.
“É sempre legal quando vem na agenda, porque além de termos muito público aqui, tenho muitos amigos também. Sempre citamos Santos como uma cidade onde temos bom público, assim como Curitiba, Porto Alegre, Recife… a expectativa de tocar em lugares assim é sempre grande”, diz.
Entre as bandas que relaciona como influências potenciais do hardcore santista, Garage Fuzz e Bayside Kings são os maiores destaques. “O Bayside Kings tem um trabalho mais consistente, já é conhecido no Brasil inteiro. O underground está crescendo e eles fazem parte dessa cena forte”, afirma o vocalista. O BSK conquistou seu espaço com a participação em vários festivais nacionais e internacionais, expandindo o hardcore entre públicos ligados a outros estilos.
Falando em outros estilos, Badauí comenta que a necessidade de música é maior do que os rótulos de gêneros musicais. “Tudo aquilo que me atrai ou me emociona, eu escuto. Gosto muito de jazz, reggae, ska e blues”. Entre a música brasileira, sua principal referência é o samba, influenciado pelo pai. Escuta de tudo um pouco, mas começou a se identificar com o rock a partir dos 12 anos e este se tornou seu estilo de vida. “A paixão veio junto com skate e surf. Punk rock e hardcore são minha ideologia”.
Badauí também observa que a nova geração tem se interessado pelo som do CPM 22. “De poucos anos pra cá tem rolado uma renovação. Temos feito alguns shows em eventos de faculdade, desde formaturas até fechamento de jogos. Como são eventos que escolhem as bandas por votação, com diretórios formados por jovens, isso mostra que a molecada tem se interessado em rock”.
https://www.youtube.com/watch?v=2Ydq37gOkBs
O combo de cerveja e rock n’ roll
Fora dos palcos, Badauí se aventura na área gastronômica. Ao lado do chef Henrique Fogaça e do empresário Marcos Kichimoto, o vocalista é sócio de um bar na Zona Oeste de São Paulo. Recentemente reformado, o Cão Véio tem uma grande variedade de cervejas e pratos gourmet. O interesse do artista em entrar para esse ramo veio de seu hobby de beber uma “gelada” e ouvir música boa em seu tempo livre.
“Sempre gostei de frequentar bares. Quando comecei a viajar pelo mundo, vi que não tem nada melhor que sentar em uma mesa de bar e tomar uma cerveja boa. Sempre quis trazer esse conceito para o Brasil. Inicialmente era uma ideia minha e do Kichimoto, nosso outro sócio, mas o Fogaça entrou de repente. Ele ainda não era a celebridade que é hoje, mas já tinha um bom conhecimento como chef de cozinha. A ideia foi surgindo da vontade de ter um bar com nossa identidade, com os sons que a gente curte ouvir e com as cervejas que a gente curte beber”, explica.
No começo do mês, Badauí e seus sócios abriram a terceira unidade do bar. Além de São Paulo, o Cão Véio já existe em Brasília e, agora, em Curitiba. Já que Santos é uma cidade que “respira rock”, o vocalista não descarta trazer seu estabelecimento para a Cidade.
“Temos o interesse de abrir em Santos, mas é uma operação que não é barata. É um investimento que não é um absurdo, mas também não é tão baixo. Vivemos uma situação no país em que as pessoas têm que dar o tiro certo. Santos é uma cidade que pode acolher bem o bar, tem público para isso, mas temos que fazer uma pesquisa e ver se é viável para os investidores”, conclui.