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Público emociona Diana Krall com coro de ‘Chega de Saudade’, em São Paulo

Fotos: Isabela Carrari

Que a bossa nova e o jazz possuem uma sintonia perfeita, não é novidade para ninguém. Tal como a paixão da canadense Diana Krall pela música brasileira. Considerada um dos nomes mais expressivos do jazz contemporâneo, a pianista gravou um DVD no Brasil em 2008, Live in Rio, com direito a Este seu olhar e The Boy From Ipanema no repertório.

No último sábado (28), a esposa de Elvis Costello abriu uma curta passagem por São Paulo, que rendeu dois shows em dias consecutivos no Tom Brasil.

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Com ingressos esgotados, o evento ganhou ares de refinado. Espumante na entrada, petit four na saída. Na plateia, personalidades como o apresentador Jô Soares e o senador José Serra (PSDB-SP).

Com um pequeno atraso, para garantir que todo o público ocupasse as mesas, Diana Krall iniciou sua apresentação com uma sequência de versões para canções marcantes de Cole Porter, Irving Berlin, Mort Dixon e Bob Dorough, que faleceu na última semana, aos 94 anos, nos Estados Unidos.

Pouco comunicativa, Diana faz um show objetivo, intenso, com uma duração razoável (cerca de 1h35) e demonstra certa timidez em alguns momentos, quando é ovacionada pelos fãs.

No palco, ela estava acompanhada de quatro músicos experientes, incluindo o baterista Karriem Riggins, que já trabalhou com nomes diversos como Paul McCartney, Daft Punk, The Roots, Erykah Badu e Norah Jones. No baixo, Christian McBride também é outro com o currículo recheado. Além de ter tocado também no The Roots, gravou com Sting e Freddie Hubbard.

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Boa parte do repertório da canadense é oriundo do disco Turn Up The Quiet, lançado no ano passado, que reúne composições dos músicos citados no início do texto. Mas Diana encontra espaço para homenagear outros nomes marcantes como Tom Waits (Temptation) e Tom Jobim (Corcovado – Quiet Nights of Quiet Stars).

Emoção
E foi um pouco antes de Corcovado que Diana caiu no choro. Quando iniciou o instrumental de Chega de Saudade, um dos maiores clássicos da bossa nova, a cantora foi surpreendida pelo público que cantou a canção de João Gilberto do início ao fim.

“Nossa, que lindo! Eu não esperava que fosse ficar tão lindo”, disse Diana, enquanto enxugava as lágrimas e tentava seguir com a apresentação.

Não se sabe se foi apenas o coro do público, que cantou baixinho tal como manda a etiqueta da bossa nova, que fez a cantora ficar emocionada. O atual momento de João Gilberto também é digno de emocionar qualquer apaixonado pelo gênero. Aos 86 anos, o cantor vive um momento delicado. Foi obrigado a abandonar o seu apartamento no Leblon, no Rio de Janeiro, por causa de uma ação de despejo, e levou junto dívidas, processos na Justiça por uma turnê cancelada, uma ação por direitos autorais, além de conflitos entre os filhos e deles com a ex-mulher, Cláudia Faissol.

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Nenhuma novidade se pensarmos que, no Brasil, o artista muitas vezes morre sozinho, esquecido e endividado. O comportamento de uma fã (apenas uma, não serei injusto com o público que deu um show à parte) resume bem: “Canta logo”, gritou a mulher, enquanto Diana falava de sua emoção com a reação da plateia em Chega de Saudade. E ressalto, foi uma das poucas pausas para se comunicar com os seus admiradores.

Por falar em pausas (ou melhor, a falta delas), a canadense emenda um repertório com 15 canções, sem espaço para deixar o palco à espera de pedidos de bis. É tudo feito sob medida. O público demonstrou conhecer bem a cantora, que realizou a sua quarta turnê por aqui. Assim que ela agradeceu e deixou a cena, todos se levantaram e seguiram em direção aos portões de saída.

Aos 53 anos, Diana, que iniciou sua trajetória com 15, mostra que é possível melhorar sempre. Ou, digamos manter o nível sempre lá em cima. Essa foi a sensação que muitos dos fãs ficaram ao término da apresentação. Os comentários foram extremamente positivos.

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