CLÁUDIO AZEVEDO
O Deicide pode ser considerado uma espécie de AC/DC do death metal, afinal, antes de cada novo lançamento os fãs já sabem o que irão encontrar pela frente. Sim, Glen Benton ainda odeia Deus, por isso, nada mudou aqui.
Em seu novíssimo álbum, nomeado sugestivamente de Overtures of Blasphemy, temos mais uma vez a receita que fez a fama dos americanos. Ou seja, músicas diretas, rápidas, solos cortantes de guitarra e os infernais vocais de Benton, que mesmo cinquentão ainda é capaz de chocar os mais desavisados com a fúria que emana de sua garganta.
Quanto à formação, ainda que os guitarristas brothers Eric e Brian Hoffmann tenham deixado saudades, Mark English (ex-Monstrosity) e Kevin Quirion cumprem muitíssimo bem o seu papel, esbanjando violência em cada nota despejada. Lá atrás, o eterno Steve Asheim, da formação original, parece executar ainda mais rápido os blastbeats doentios que sempre foram a marca registrada do Deicide. Em suma, é um timaço de músicos!
Os destaques? Seal The Tomb Below e seus solos inspiradíssimos, One With Satan, faixa de abertura, bestial com Benton vociferando todo seu ódio ao Cristianismo, lembrando antigos álbuns do grupo, como o clássico Once Opon The Cross. Prosseguindo, temos All That is Evil, que traz riffs com um certo groove, porém 100% death metal.
A tempestade de blasfêmia continua em Crucified Soul of Salvation, Defying The Sacred e com a faixa que encerra o álbum, a potente Destined to Blasphemy. Enfim, um álbum carregado de ódio, velocidade e destruição, de uma banda que é liderada por um cara que parece ser a encarnação do próprio Demônio. Glen Benton é esse cara.
Overtures of Blasphemy
Ano de Lançamento: 2018
Gravadora: Century Media
Faixas:
1- One With Satan
2-Crawled From The Shadows
3-Seal The Tomb Below
4-Compliments of Christ
5-All That is Evil
6-Excommunicated
7-Anointed in Blood
8-Crucified Soul of Salvation
9-Defying The Sacred
10-Consumed By Hatred
11-Flesh, Power, Dominion
12-Destined to Blasphemy