São 1,5 mil quilômetros que separam os integrantes da banda Sete Corpos, uma das gratas surpresas da temporada passada. Dois dos músicos moram em São Paulo, um em Florianópolis (SC) e outro em Santos. E, foi justamente essa logística que fez com que o EP de estreia, Caminhos, fosse gravado de forma um pouco mais lenta que o habitual. Felizmente, o registro já está disponível nas plataformas de streaming, lançado pela produtora santista PlugAi.
“As gravações das músicas ocorreram no decorrer de 2017 e 2018, em doses homeopáticas, por conta justamente da logística complicada da banda. Porém, nesse período, além das cinco faixas do EP Caminhos, outras 13 foram gravadas. Cinco dessas músicas foram lançadas como singles no decorrer de 2018; Eternamente, Perto do Fim, Teatro de Dionísio, Na Janela e Humanos, e todas já estão em nossa playlist disponíveis para audição no Spotify”, explica o vocalista, Valmor Haüptli, que reside em São Paulo, assim como o baterista, Segundo. O baixista é o santista Adriano Cristóvão, e o guitarrista é o catarinense Manuel Junior.
https://www.youtube.com/watch?v=OVvF13LtGnI
A demora para a divulgação do EP também foi estratégica, segundo o vocalista. O objetivo era sentir o feedback do público e como o trabalho seria recebido.
“Com isso, foi possível ir aumentando gradativamente o investimento na produção do conteúdo para a divulgação, o que culminou com o lançamento do single Humanos, no segundo semestre de 2018 e, posteriormente, com o lançamento do EP Caminhos no final do mesmo ano”.
Tanta tecnologia à disposição, ensaios e gravações a distância não chegam a ser um problema para os músicos. “Desde o início do projeto e também para a gravação das músicas sempre trabalhamos muito através da internet. Do início do processo de composição até as discussões e trocas de arranjos, harmonias etc. Fica comigo a responsabilidade de acompanhar os processos de mix das músicas junto com o produtor por conta da proximidade com o estúdio”.
O EP de estreia da banda traz muitas sonoridades que soam familiares para o público na faixa dos 40 anos. Legião Urbana, por exemplo, está bem representado como influência.
https://www.youtube.com/watch?v=viqtIXRE0xY
“Para responder isso é preciso primeiro dizer que todos na banda são essencialmente noventistas. Crescemos e vivemos nossa adolescência no início da década de 1990, amadurecendo e chegando à fase adulta na virada do milênio, então quando crianças ouvíamos as bandas dos anos 1980. E sim! Gostamos das bandas dos anos 1980”.
Paixão pelos anos 1980
O vocalista garante que a paixão pelas bandas dos anos 1980 é fundamental para entender o som da banda, mas não é a única influência carregada no EP.
“Acredito que ao ouvir a Sete Corpos, nossa audiência sempre vai sentir um pouquinho dos anos 1980, vai sentir um pouco de Legião Urbana, mas com certeza também vai sentir um pouco das bandas dos anos 1990 e do indie rock e folk das duas décadas seguintes, pois enxergamos que essas sonoridades falam facilmente entre si, não são antagônicas e juntas nos representam”.
O próprio Valmor é responsável pela comparação do seu som com a Legião Urbana. “Além de tudo isso, tem o meu timbre de voz. Aquele tom mais grave, que aqui no Brasil foi muito bem representado por Renato Russo. Mas que ao redor do mundo já havia também sido destacado por grandes nomes como Morrissey, Morrison, Curtis, Sinatra, Vedder, entre outros dos quais certamente também bebo na fonte”.