O mineiro Luciano Ferreira, de 24 anos, sempre foi meio nerd, passava horas no computador. Aos 15 anos, ele encontrou uma forma de aproveitar melhor o tempo na frente da máquina. Era o início da trajetória musical de KVSH, que culminou no título de uma das revelações da música eletrônica em 2016. Agora, ele está pronto para viver um momento bem especial. Tocará no terceiro e último dia do Lollapalooza Brasil.
“Quando descobri que os DJs podiam fazer as próprias músicas, não apenas tocar, isso começou a me chamar muita atenção. Foi na mesma época que a internet em alta velocidade chegou na minha casa, com isso, consegui ter acesso ao YouTube, Orkut e comecei a pesquisar mais a respeito”.
Com esse mundo descoberto, o KVSH passou a ter acesso em várias comunidades que falavam sobre música eletrônica. Baixou os programas e começou a produzir o próprio som.
“No início, meus principais ídolos eram da época da eletro, o Deadmau5, Porter Robinson, pessoas que me fascinavam no som que produziam, ainda mais por também serem jovens. O Porter Robinson e o Deadmau5 foram projetos que me fizeram sair de casa pra ir no meu primeiro Lollapalooza, ainda quando era no Jockey e foi o dia que eu pirei demais e vi que ser DJ e produtor era o que eu queria”.
Sempre atento aos diversos estilos musicais, KVSH conta que o que mais tem o fascinado é o hip hop. E, coincidentemente, um artista escalado no Lollapalooza é o nome que não sai das suas playlists. “O cantor que mais escuto é o Post Malone”.
Apesar de estar no início da carreira, o mineiro já coleciona algumas experiências internacionais com o seu trabalho. Se apresentou na África do Sul, Estados Unidos e Uruguai.
“O brasileiro já é um povo culturalmente muito simpático, que os gringos têm muito carinho pelo nosso jeito de ser mais descontraído. A pista tem sempre uma energia muito calorosa”, comenta sobre o apoio recebido no exterior.
Lembranças do Lolla
Estar no Lollapalooza, no entanto, é uma experiência inédita. Além disso, traz a memória do primeiro festival que o mineiro curtiu como fã, em 2013. “Eu era muito fã do Deadmau5 e do Porter Robinson, até quis tatuar o nome deles (risos). Saí de casa em Belo Horizonte, peguei um ônibus para São Paulo e foi uma das melhores experiências da minha vida”.
Agora, KVSH acredita que estará carregando o nome da sua cidade natal para o evento, Belo Horizonte. “A cena eletrônica de BH é nova, então quando penso que vou tocar no Lollapalooza me dá um frio enorme na barriga, é uma responsabilidade enorme de entregar um show incrível. Querendo ou não todos os olhos do Brasil vão estar voltados para o Lolla nos seus três dias”.
O set de KVSH será especial no Lolla. Ele vai priorizar seu trabalho autoral e oferecer algo novo para o público. “Algo que não seja clichê, diferente do que tem rolado no Brasil ultimamente. Também vão ter participações especiais que ainda não posso contar, mas que tenho certeza que o pessoal vai ficar de cara”.
Como não poderia deixar de ser, o mineiro também fará o possível para curtir alguns artistas escalados no mesmo dia que ele, em Interlagos. “Kendrick Lamar, Rüfüs du Sol, RL Grime, que é um projeto que sou muito fã. Também quero ver GTA, vai ser muito bom”.
Passado o festival, a meta para o restante do ano já está estipulada: focar nas músicas, criar mais e inovar. “Nós começamos o brazilian bass, um som mais comercial brasileiro na cena eletrônica e quero criar mais coisas novas dentro desse estilo”.
Serviço
A oitava edição do Lollapalooza Brasil contará com os headliners Arctic Monkeys, Tribalistas, Sam Smith e Tiësto, no dia 5 de abril; Kings of Leon, Post Malone, Lenny Kravitz e Steve Aoki, no dia 6 de abril; Kendrick Lamar, TWENTY ØNE PILØTS e Dimitri Vegas & Like Mike no dia 7 de abril.
As entradas para o Lollapalooza Brasil 2019 podem ser adquiridas pelo site oficial do evento, bilheteria oficial (sem taxa de conveniência – Credicard Hall, em São Paulo) e nos pontos de venda exclusivos: Km de Vantagens Hall Rio de Janeiro e Km de Vantagens Hall Belo Horizonte.
