Uma noite do flashback de luxo. Assim pode ser resumido o greatest hits apresentado pela dupla Daryl Hall & John Oates, na última terça-feira, no Espaço das Américas. Pontuais, eles iniciaram o show às 21h30, já com a casa bem cheia. Cerca de 6,5 mil pessoas foram vê-los.
Logo de início, o telão mostra que terá uma participação fundamental ao longo da apresentação. Antes dos músicos subirem ao palco, uma animação traz um rádio que vai mudando de sintonia a todo instante. A cada troca de emissora, um single de sucesso da dupla. Exagero? Não! É a dupla que mais vendeu na história do pop mundial.
E como a proposta era essa, o repertório foi repleto de hits do início ao fim. Maneater, do H2O (disco mais vendido da história do duo), foi a primeira. Veio acompanhada de Family Man, de Mike Oldfield, que também entrou no mesmo álbum.
No palco, além de Hall e Oates, um sexteto se reveza em vários instrumentos. Tem baixo, guitarra, dois teclados, saxofone e flauta.
Na sequência, outra dobradinha sucesso de vendas: Out of Touch e Method of Modern Love, ambas de Big Bam Boom, de 1984, o segundo álbum mais popular do duo.
Pedidos e baladas
Os setentões pouco falam com os fãs. Hall (72) anuncia as músicas, enquanto Oates (71) apenas agradece. A sequência de pares dos discos de maior sucesso é quebrada para atender aos pedidos dos fãs, algo que aconteceu também no Chile e na Argentina. Após Say It Isn’t So, da coletânea Greatest Hits: Rock ‘n Soul, Part 1 (1983), Hall avisou que tocaria One on One, faixa que não vinha sendo apresentada. Os fãs que levaram papéis pedindo a canção do H2O vibraram.
Seguindo no ritmo do bailinho, dois passinhos para um lado, dois para o outro, os veteranos conseguem deixar o show ainda mais intimista com as baladas. You’ve Lost That Lovin’ Feelin’, da dupla californiana The Righteous Brothers, é o ponto de partida para essa etapa da apresentação.
Problemas técnicos
Depois, Hall vai para o piano e puxa mais dois sucessos próprios: She’s Gone e Sara Smile. Problemas técnicos nas duas canções incomodaram o público. Uma chiadeira irritante atrapalhou bastante o andamento dessas duas baladas. Hall e Oates, aparentemente, não perceberam o problema, seguiram tocando e cantando, com sorrisos.
Importante notar que, a cada música, o palco ganha uma nova roupagem. O telão simula um teatro, um lugar abandonado, uma fábrica, entre outros espaços. Is It a Star simulou um céu muito estrelado, garantindo um clima ainda mais especial para o público que, na maior parte, variava entre os 50 e 60 anos.
A pausa para o bis foi bem rápida. Não deu nem tempo dos fãs gritarem por mais um. Logo, os dois já retornaram para uma sequência tão arrebatadora como a inicial: Rich Girl, Kiss on My List, Private Eyes e You Make My Dreams.
Após 1h40 de show, uma coisa é certa: poucos sabem trabalhar a fórmula do sucesso com tanta eficiência. Não é nem um pouco fácil se manter relevante após 40 anos. Quem consegue isso hoje?