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Entrevista | Biffy Clyro – “Nós éramos uma banda esquisita”

Foram três anos sem novidades, mas a banda escocesa Biffy Clyro está de volta! A Celebration of Endings, o oitavo disco de estúdio, será lançado em 14 de agosto. Até lá, o grupo seguirá divulgando os singles desse trabalho. Instant History e End Of foram os primeiros. Tiny Indoor Fireworks estreia nesta quinta-feira (14).

“O feedback dos fãs tem sido ótimo. O primeiro single, Instant History, não é tão pesado como os fãs estão acostumados, até porque tem bastante teclado, mas acho que já dá para dizer que é uma de nossas melhores músicas até hoje. Fiquei muito feliz que os fãs curtiram, mesmo sendo um pouco diferente. Por isso, a expectativa pelo álbum completo é a melhor possível. Para ser sincero, esse é nosso melhor álbum, sem dúvidas”, comenta o baterista, Ben Johnston, que conversou com o Blog n’ Roll por telefone.

Gravação complicada

Johnston conta que o processo de gravação de A Celebration of Endings teve partes boas e ruins, mas ressalta a qualidade do produto final.

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“Gravamos o álbum com o Rich Costey, que não é uma pessoa tão fácil de se trabalhar. Também tivemos que acelerar a produção em alguns momentos, mas a melhor parte é que tivemos um excelente resultado. Esse é um álbum em que cada um tirou o seu melhor, e mesmo assim foi o mais fácil de se fazer. Gravamos em Santa Monica, em um bom estúdio, e vou guardar as boas memórias desse processo de gravação”.

Rich Costey, a pessoa difícil citada pelo baterista, é um veterano da produção e mixagem de som. No currículo tem nomes como Foo Fighters, Muse, The Killers, Franz Ferdinand, blink-182, Fiona Apple, Rage Against the Machine, entre tantos outros.

O baterista revela ainda que espera fazer uma turnê de divulgação do álbum, mas sabe que isso pode demorar muito, em função da pandemia do novo coronavírus (covid-19).

“Faremos uma turnê assim que possível, assim que for seguro. Tínhamos shows marcados antes do lockdown, mas tivemos que adiar. Infelizmente estamos todos presos em casa, mas não vemos a hora de poder tocar para o público novamente”.

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Sobre o isolamento social, o músico afirma que os integrantes têm ficado o máximo possível em casa, respeitando as determinações impostas no Reino Unido.

“O jeito é não sair, não socializar e tomar o máximo de cuidado possível. Não vejo meus irmãos da banda há um bom tempo, mas estamos tentando ser produtivos, cada um no seu canto. São tempos estranhos, muitas pessoas morrendo. Temos que torcer pelos infectados e pelos que trabalham na linha de frente”.

Quarentena produtiva do Biffy Clyro

Durante a quarentena, o Biffy Clyro, inclusive, participou de uma ação promovida pela BBC com diversos artistas cantando o hit Time Like These, do Foo Fighters. Toda a renda proveniente da canção foi revertida em doações para o combate ao novo coronavírus.

“A ideia saiu do Dave Grohl (vocalista do Foo Fighters), eu acho (risos). Nós recebemos um e-mail nos convidando a participar, e claro que dissemos sim. Além de ser uma ótima música, somos fãs e amigos dos outros artistas que participaram. Foi uma causa muito nobre. Recebemos o e-mail, gravamos em nossas casas e mandamos os vídeos para serem editados. Foi uma experiência legal. Eu quase chorei quando assisti depois”.

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Durante a conversa, Johnston também comentou sobre outros assuntos, como o caminho até o sucesso, a escolha do nome da banda, os 25 anos de carreira, além do carinho pelo Brasil. Confira abaixo as declarações.

Sucesso do Biffy Clyro

“Acho que o sucesso demorou porque nós éramos uma banda esquisita. Já começa pelo nome da banda, porque Biffy Clyro faz com que as pessoas não tenham tanta ideia do que a música pode se tratar.

Além disso, nossas músicas nos três primeiros álbuns eram mais difíceis para as pessoas engolirem. Eu me orgulho desses álbuns, mas reconheço que não eram álbuns que nos levariam ao sucesso.

Foi com o quarto álbum, o Puzzles, que o Simon começou a colocar mais emoção nas letras, falar sobre coisas que as pessoas se importavam, e foi isso que criou uma conexão emocional com as pessoas, e isso vem aumentando a cada álbum”.

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Escolha do nome da banda

“É um nome bobo que fizemos nos tempos de escola. A gente se conheceu quando éramos muito novos, e já tínhamos um nome de banda, que não vou te contar (risos), mas tivemos que criar um novo. Estávamos entediados na aula de matemática e começamos a inventar nomes que não significavam nada em língua nenhuma”.

25 anos na estrada

“Nos conhecemos desde os tempos de escola, quando a gente tinha uns 12 anos, e uns dois anos depois começamos a fazer música. A grande realidade é que a gente só estava tentando se divertir e entreter as pessoas. Nossa relação tem sido muito orgânica desde então. Somos melhores amigos. Claro que de vez em quando as brigas aparecem, mas um sempre está do lado do outro. Somos muito unidos”.

Carinho pelo Brasil

“Não vejo a hora de voltar ao Brasil. Já faz uns seis anos que tocamos aí, e sinto muita falta da paixão dos fãs incríveis do Brasil. É uma energia incrível e poderosa. Nós com certeza vamos passar por aí em breve”.

*Texto e entrevista por Lucas Krempel e Caíque Stiva

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