Na última sexta-feira (27), mais dois singles do novo álbum de Gal Costa ganharam as plataformas digitais. Em resumo, eles dão sequência ao projeto de lançá-los aos pares até a edição dos formatos físicos, em fevereiro de 2021, pela gravadora Biscoito Fino.
Depois de Rodrigo Amarante e Zeca Veloso, as novidades trazem colaborações de Seu Jorge e Zé Ibarra, em canções de Caetano Veloso e Luiz Melodia.
O projeto, que tem o título provisório de Gal 75, traz dez artistas relendo clássicos gravados por Gal ao longo dos 55 anos de carreira. Em ordem alfabética, são eles Criolo, Rubel, Rodrigo Amarante, Seu Jorge, Silva, Tim Bernardes, Zé Ibarra e Zeca Veloso; o português António Zambujo e o uruguaio Jorge Drexler completam a lista.
Todavia, Juventude Transviada, clássico do repertório de Luiz Melodia lançado no álbum Gal Tropical (1979), ganha dueto com Seu Jorge.
“No momento em que decidimos ter essa canção no projeto, pensamos que seria fundamental convidar um artista que tivesse um entendimento profundo não apenas da obra, mas também da persona de Luiz Melodia. A imagem de Seu Jorge surgiu imediatamente em nossas cabeças. Mesmo antes de lembrarmos dos dois em Casa de Areia, o filme de Andrucha Waddington, em que Seu Jorge e Melodia interpretaram o mesmo personagem, em idades diferentes. Tudo fez mais sentido”, conta Marcus Preto, idealizador do projeto.
Meu Bem Meu Mal
Com Zé Ibarra, Gal regravou Meu Bem Meu Mal, de Caetano, originalmente incluída em Fantasia (1981). Filho de mãe chilena e pai carioca de origem baiana, Ibarra é vocalista, tecladista e um dos compositores da banda Dônica.
Pela voz de Zé Ibarra, Gal se apaixonou quando o ouviu ao lado de Milton Nascimento no show da turnê Clube da Esquina (2019), no qual cantava com Bituca em boa parte das canções. Ademais, Ibarra assume o piano da gravação que co-produziu com Felipe Pacheco Ventura e Marcus Preto.
Sobre Gal, Zé Ibarra escreveu: “Me lembro como se fosse hoje eu conhecendo pela primeira vez a terra da minha avó. Pra mim, menino do Rio, chegar naquela ilha, naquele lugar tão pé na terra, cajueiro no quintal, já seria por si só um acontecimento memorável. Mas me lembro, acima de tudo, do meu pai tirando da mala e colocando no aparelho de som um vinil que ele tinha levado do Rio para que ouvíssemos juntos. O vinil era Gal canta Caymmi e foram naqueles cinco dias de muita praia, muita moqueca e muita rede, que conheci a Gal. Agora, 20 anos depois dos dias em que talvez eu tenha vivido o maior êxtase estético da minha vida, estamos eu e ela, a grande protagonista da minha vida musical, gravando um fonograma juntos”.