O cenário hardcore em Santos é marcado por algumas casas, em curtos períodos de tempo. Se o Armazém 7 foi mais marcante para a turma de 1999 até 2001, o Praia Sport Bar abocanhou o público de 2001 até 2003. E antes? Além do Chopp Chopp (posteriormente Armazém 7), o Banana Grogue (Biroska) foi outra área importante para muita gente na época que antecede as casas mencionadas. Uma das bandas que adotou o espaço foi a Gritos do Subúrbio.
A banda surgiu em maio de 1998, quando Jb Junior (guitarra) conheceu Felipe (vocalista e um dos remanescentes da formação original) no estúdio de tatuagem dele. “Queríamos fazer um som hardcore, mais pesado também do que eu fazia no Imperpheitos”, diz Junior. “Depois chamamos o Fera para tocar guitarra, João para o baixo e o batera era o Jonathan. Foi ai que surgiu a Gritos do Subúrbio”, completa.
O objetivo da banda será sempre o mesmo: protestar contra as desigualdades sociais, garante Junior, que segue em atividade com a banda até hoje. Além dos integrantes citados acima, a Gritos do Subúrbio contou com outros músicos como Rodrigo Latino (Judy’s Vision), Marco Andreassas (Sociedade Armada), Denis Pi (ex-The Bombers), Bruno, Guilherme e Abraão.

Mesmo com quase 16 anos de carreira, poucos são os registros da banda. A Gritos do Subúrbio gravou uma demo tape (k7) em 1998 e participou da coletânea El Toro, da Pecúlio Records, com três músicas. Mas nos shows a banda crescia. Não é à toa que tocou com grandes nomes nacionais como Paura, White Frogs, Negative Control, Calibre 12, Ação Direta, Nx Zero, além dos gringos da Madball.
“Tocamos em shows lotados no Banana Grogue e abrindo para o Madball também. Esses dias foram bem marcantes para nó. Nessa época, a galera ia em peso. Não tinha essa putaria atual de cota de ingressos para encher o bolso de um cuzão, que está querendo ganhar em cima das bandas”, diz Junior. “A galera tinha sede de ver bandas novas, curtir e se divertir ouvindo hardcore. Não ficavam apenas por uma banda”, completa.
A Gritos do Subúrbio teve apenas uma rápida parada em 2012, quando o batera saiu da banda. “Agora estamos voltando com uma nova formação e várias músicas novas. Logo vamos entrar em estúdio para gravar um CD com 20 músicas ou mais”, revela Junior.