20 – The Bombers

20 – The Bombers

Por muitos anos o título de show mais imprevisível de Santos pertenceu  a The Bombers. O grito inicial das apresentações, “Nós somos os filhos da puta do Bombers de Santos”, era o ponto de partida para chuvas de cuspes, guitarras quebradas e uma das melhores presenças de palco da região. Hoje, 18 anos depois, a banda finaliza as gravações do álbum All About Love, que será lançado em outubro deste ano.

O passo inicial da Bombers foi em 1995. “Sempre quis ter uma banda de rock. Então, quando os meus pais me deram uma guitarra, logo a notícia correu até um amigo do colégio. Ele me convidou para tocar na banda dele e ainda levei um outro amigo”, diz Matheus Krempel, vocalista e fundador da banda. “Lógico que no estúdio, descobrimos que ninguém tocava nada e não sabíamos nem fazer acordes”, completa.

Foi o baixista Denys Martins Pi (ex-Gritos do Subúrbio e atualmente na Savantes) quem ensinou Krempel a fazer ‘bordão’. “Depois passei a fazer música própria. Por que música própria? Porque eu só conseguia isso. Queria muito saber tocar uns sucessos nas rodinhas de luau, mas só conseguia tocar Smiling“, diz Krempel, aos risos.

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Show na finada casa People, local que antes fora batizada como Heavy Metal e Planet Z

Antes de virar The Bombers, a banda se chamava Pentelhos Brancos e depois Una Bomber. O objetivo inicial era tocar no festival do colégio Primo Ferreira, mas a oportunidade não rolou. A última edição foi um ano antes do início das atividades. A formação inicial contava com Krempel (guitarra e voz), Luis Euclides (guitarra), Rubens Lima (bateria) e Denys Pi (baixo).

“No fundo, o Bombers envolveu tanta gente, que virou tipo a segunda banda do coração de todos que tocaram nela”, diz Krempel sobre a quantidade de pessoas que já tocaram nela. Além dos integrantes citados acima, Fabio Façanha, Jean Marcell (Atiradores, Riot 99), Wagner Tick, Júnior (estúdio Lobo Mau), Estefan Ferreira (Studio G), Bruno Graveto (Charlie Brown Jr, A Banca), Douglas Ferreira (D-Cups), Falcão (Drop Your Guns), Fabiano Riot (Riot 99) e Amauri China foram alguns deles.

“Queríamos ser os Rolling Stones, mas descobrimos o Social Distortion, o Rancid e vimos que dava para ser rock, sem ter que ser virtuoso ou seja lá o que. Depois nós aprofundamos nossas buscas musicais, fomos até as raízes do rock, punk e ska. Entendemos a naturalidade e as reais influências de bandas como Rancid e Operation Ivy, referência para quem falava do nosso som”.

Ao longo dos 18 anos de carreira, a Bombers tocou com grandes nomes do cenário nacional e internacional como US Bombs, Casualties, Satanic Surfers, Carbona, Mukeka di Rato, I Shot Cyrus e White Frogs. “Tocávamos no Chopp Chopp, Ilhas Gregas, Banana Grogue, London London e na nossa casa, a Cadeião Rock House, que virou Espaço Studio G posteriormente”.

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Bombers abrindo show do MxPx na Capital Disco, em Santos

O local mais marcante da carreira, no entanto, foi o Plataforma, um sobrado atrás do Studio G, na Vila Mathias. “Tocamos lá a cada duas semanas por meses. Foi isso que nos fez começar a aparecer. Era a nossa cena. Estávamos tocando numa casa, que no quintal tinha galinhas correndo no meio da galera, som horrível e estrutura zero. Mas foi lá que muita coisa importante aconteceu. Foi ali que viramos uma banda de verdade”.

Foi com o apoio do pai do Krempel, Reynaldo Oliveira, que um outro espaço foi aberto para as bandas e virou referência nos anos 1990. “Convenci o meu pai a marcar um show da gente no bar dos amigos dele, o Blow Up Club. Esse show foi o motivo que levou a galera da cena (White Frogs, Figment e a turma da Orphan Records) a falar com o meu pai e começar a agendar shows de hardcore lá”.

Antes de All About Love, a Bombers lançou três registros próprios: Today Show (demo tape, 1998), 7 Songs (CD demo, 1999) e Democracia Chinesa (CD, 2006). Foram desses trabalhos que saíram canções importantes como Smiling, Everybody Wants, Today Show, Sempre Assim (Chora Vagabunda), 24 Horas e Não Sei Nada.

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Banda reunida durante gravações de All About Love

All About Love, o próximo trabalho da banda, conta com 18 músicas, todas em inglês. “É a coisa mais louca que já gravamos. Tem todas as influências que você pode imaginar. E fala sobre a força do amor que temos pela música e pela banda, que é a única coisa que foi capaz de fazer com que nós empenhássemos com tamanha dedicação, para criarmos mais de 50 minutos de música, que serão lançadas no formato mais antiquado, um álbum”.

Hoje, o Bombers tem na formação Krempel (vocal e guitarra), Gustavo Trivela (baixo), Fernando Oliveira (guitarra) e Delton Porto (bateria).

7 Songs

Democracia Chinesa

Show completo no Hangar 110, em São Paulo (25/11/2012)

Show na Capital Disco, em Santos (23/10/2011)