O punk rock nacional deu seu primeiro grito em novembro de 1982 com o festival O Começo do Fim do Mundo, que reuniu 20 bandas em dois dias no Sesc Pompéia, em São Paulo. Na ocasião, Ratos de Porão, Cólera, Inocentes, Olho Seco e Lixomania foram algumas das atrações.

À época, Gabriel Lutuvino ainda não havia nascido e Igor Schenin tinha apenas dois anos. Mas no início da década 2000, eles se encontraram para tocar um som com influência forte desses grupos. Com Bone e Tanga, oriundos do TxHxC (Tramando Hardcore), nascia a Anarkaos.

“A banda surgiu com outro nome (TxHxC) só com o o Bone, Igor e Tanga. Comecei a colar nos ensaios e cantei uma música na fita demo que eles estavam gravando. Depois disso, eles me chamaram para entrar na banda”, recorda Lutuvino.

O principal show da Anarkaos foi com os alemães da Rasta Knast (Alemanha), Calibre 12, Agrotóxico e Mohawks. “Foi muito legal tocar com uma banda gringa que a gente curtia e o Calibre 12, que era uma referência pra gente naquela época também”.

Infelizmente, nenhum dos integrantes possui mais a única fita demo do grupo. O trabalho contava com músicas como Anarquia Punk, Anarkaos, Otários Fardados e Cidade de Turista.

“O lugar mais marcante para a gente foi o Armazém 7. Porque lá não só a gente, mas muitas bandas começaram gracas aquele espaço. Foi ali também que vimos várias bandas começando como Street Bulldogs e CPM 22”.

Hoje, Lutuvino é funcionário público, Bone canta funk, Igor trabalha como vendedor em uma loja de roupas e Tanga na estiva. “Acho difícil. Cada um trilhou seu caminho e o que passou, passou”, finaliza sobre um possível reencontro.